Capítulo Dois

1 0 0
                                    

— Senhora Santoro! — disse um homem e uma mulher entrando na enorme sala em que eu estava.

Estava há quase meia hora esperando pelo reitor e pelo coordenador do curso. Fui avisada de que eles iriam demorar um pouco, mas que logo chegariam e bom... parece que chegaram.

— Olá! — sorrio de leve e me levanto. — Senhorita, por favor. — peço.

Será que é normal eles chamarem todos de senhora e senhor?

— Fique à vontade, querida. — disse a mulher. — Sou Fernanda, coordenadora do curso.

— Sou Hector, o reitor. E estou muito feliz por estar novamente em Macerata. — ele sorriu.

— Novamente? — olho para ele sem entender.

— Uma Santoro de volta a sua terra. — ele diz.

— O quê? — pergunto sem entender.

— Hector, a reunião... — Fernanda diz baixo.

Oque ele quis dizer com "de volta a sua terra"? Não nasci em Macerata, mamãesempre disse que seus pais eram de Ancona e que tínhamos que viver em Ancona.Claro que ela não se incluiu e assim que pode, foi para Índia.

Mas agora tenho que prestar atenção na reunião. O que é meio difícil quando tem um homem nu atrás do reitor...

Tudo bem que era uma escultura, não era um homem de verdade... mas estava nu e atrás do reitor.

— Estávamos olhando o seu currículo.

E eu para o homem nu atrás de vocês.

Fernanda pega uma pasta em cima da mesa, acho que são meus documentos e históricos escolares.

Foco Aryana... você precisa desse emprego. Esqueça o homem nu e preste atenção!

— Tão nova e já tem esse currículo tão rico. — Hector comenta, seus olhos brilhavam enquanto me olhava.

— Entrei cedo na faculdade e assim que conclui, já comecei minha especialização. — explico.

— Pretende continuar estudando? — Fernanda pergunta.

— Sim, talvez eu comece um mestrado ou um doutorado ainda esse ano. — me ajeito na cadeira.

— E o que pensa? — a mulher pergunta.

— Arquitetura e urbanismo. — respondo.

— Boa escolha. — disse a coordenadora.

— Voltando ao foco da reunião. — Hector se ajeita na cadeira e parece até outra pessoa agora. Mais focado e sério. — Já deu aula alguma vez? — o reitor pergunta.

— Durante meu estágio da especialização peguei uma sala fixa durante uns meses. — respondo. — Atualmente estava como professora assistente no curso que me graduei.

— E gostou de dar aulas? — Fernanda pergunta.

— Eu amei, na verdade. — sorrio abertamente. — Acho que nunca havia me sentido completa dessa forma.

— Vamos começar uma turma na próxima semana e há uma vaga de professor de história da arte. — Hector dá uma pausa. — Tem interesse, senhorita Santoro?

— Claro! — exclamo e sorrio abertamente.

— Temos laboratórios de arte, informática, sítios arqueológicos e uma enorme biblioteca ao seu alcance. — Hector se ajeita em sua poltrona. — Pode usar o que precisar.

— Sem contar que estamos no coração da arte. — disse Fernanda. — Roma é logo ali! Podemos levar os alunos para "dar uma volta".

— Para fins pedagógicos, certo Fernanda? — Hector olha para a coordenadora, que sorria de orelha a orelha.

Estrelas CadentesOnde histórias criam vida. Descubra agora