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Dean Winchester

I wish you loved me back

Fazia mais ou menos um mês que tudo mudou para mim. Eu conhecia Dean e Sam a quase 5 anos, caçamos juntos, vivemos juntos. Sempre me dei bem com Dean, éramos melhores amigos, mas eu comecei a desenvolver sentimentos por ele e... tudo ficou diferente. Há exatamente um mês Dean passou a me ignorar, não falava comigo apenas quando estritamente necessário e vivia me evitando. Não sabia o porque, não dei motivos para ele se afastar, droga eu guardava meus sentimentos ridículos para mim mesma por medo de acabar com nossa amizade e ele acaba com ela por um motivo que eu nem ao menos sei.

Sam sempre soube o que eu sentia por Dean e sempre esteve lá por mim, principalmente durante esse mês. Sammy sabe o quanto eu sofri com o afastamento do Winchester mais velho, foram noites me culpando, será que eu havia feito algo errado? Dito algo errado?

Eu realmente não sabia.

Dean ficava com várias mulheres, o que elas tinham que eu não tinha? Elas eram tão mais bonitas do que eu?

Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, mas nem me dou ao trabalho de enxugá-la.

Dean Winchester seria minha ruína, eu já sabia disso. Só não sabia o quanto ele poderia me machucar.

Estávamos em um bar, eu, Sam e o que não deve ser mencionado. Dean beijava uma mulher no balcão do bar, eu já devia ter me acostumado com isso, era algo bem comum de se acontecer, porém toda vez que eu presenciava isso meu coração murchava mais um pouco.

—Você está bem?— Escuto Sammy me perguntando.

—Sim— Respondo secando a lágrima.

O mais velho passa seus braços por meus ombros e me puxa para seu peito. Não sei o que faria se perdesse Sammy também.

Vejo Dean se aproximando, sempre que vinha em nossa direção tinha a esperança que ele simplesmente fosse voltar a falar comigo, mas nunca acontecia.

Ele se vira dando as costas para mim, escuto uma parte de meu coração estilhaçar, sempre acontecia quando Dean me ignorava.

Ele começa a falar algo com Sam, porém não dou atenção. Foco meus olhos na mulher que Dean estava ficando, seus cabelos loiros longos e brilhantes, muito diferente dos meus castanhos e opacos. Sua pele sem nenhuma mancha aparente ao contrário da minha cheia de cicatrizes de caça. Seus olhos azuis como o mar e sua boca perfeitamente rosada, eu queria ser ela.

—Nós já vamos, não é pequena?— A voz de Sammy me chamando me tira de meu transe.

Me comparando com uma garota, a que ponto eu cheguei. Sou patética.

—Sim— A única palavra que consegue sair da minha boca agora é essa.

Não ouso olhar o mais velho nos olhos, apenas agarro a mão de Sammy e o puxo para fora do lugar. Tudo o que mais queria era sair dali.

—Eu odeio o que ele está fazendo você passar— Sam fala apertando minha mão —Odeio ainda mais não saber o motivo— O moreno suspira angustiado.

—Eu também— Sinto um nó se formando em minha garganta —Odeio mais ainda não conseguir odiá-lo—

—Oh pequena— Sam suspirou passando seus braços ao redor do meu corpo —Ele não te merece— O mais velho deixa um beijo no topo da minha cabeça.

Entro no carro ao lado de Sam, meus olhos marejam, tento segurar as lágrimas e consigo, porém acabo adormecendo.

Quando acordo percebo que já não estou mais no quarto, e que já não é mais noite.

Minha cabeça dói, meu corpo inteiro dói, já fazia alguns dias que me sentia meio mal, porém hoje sentia como se não conseguisse levantar da cama. Acho que devo ter contraído alguma doença.

Escuto gritos vindo da sala e me desperto. Levanto correndo e pego minha arma escondida embaixo da minha cama.

Vou correndo até a sala achando que possa ser algum demônio, mas quando chego lá vejo que é apenas Dean e Sam... discutindo? Eles não discutiam muito, não no sentido de se xingarem. Sam gritava com Dean o chamando de "idiota covarde".

—Sam? O-o que está acontecendo?— coço meus olhos tentando afastar a luz vinda da janela.

A adrenalina que a cena dos gritos havia gerado sob meu corpo havia acabado e fraqueza voltou. Sinto minhas pernas bambearem, tento me manter em pé mas não consigo, desabo no chão ainda consciente.

—Meu Deus!— Sam vem correndo ao meu socorro, porém Dean... ficou parado lá, parecia aéreo, como se estivesse em outro mundo —Você está bem?— O Winchester mais novo coloca sua mão em minha testa —Você está queimando em febre! Vem, vou levar para a cama— Os braços de Sam passam por baixo das minhas pernas e tronco e sinto ele me erguendo.

Olho uma última vez para Dean e vejo algo que não vejo a um a mês, seus olhos fixados em mim, em todo o tempo que ele estava me ignorando ele não havia olhado uma vez diretamente para mim. Isso aquece meu coração, mesmo que pouco.

Sinto o colchão da cama e os lençóis me envolverem e sou levada para o mundo dos sonhos. Ou melhor, pesadelos.

Acordo em um súbito, detesto quando tenho sonhos ruins, principalmente envolvendo Dean.

Estava sozinha em meu quarto, morrendo de sede, resolvo levantar e ir na cozinha.

A cozinha do bunker era enorme então passo direto para o armário de copos, pego um e encho de água. Acho que a febre me abalou mesmo, pois quando tento me virar para andar sinto minhas pernas tremerem e eu quase caio. Sinto mãos grossas segurando minha cintura e estremeço com o toque. Sabia muito bem de quem eram aquelas mãos.

—Me desculpa— Um sussurro é tudo que eu escuto.

A frase que eu mais ansiava por um mês finalmente havia sido dita.

—Por que?— Essa era minha maior pergunta. Queria saber o que eu havia feito para ele se afastar tão subitamente. —O que eu fiz de errado?— sinto um nó se formar em minha garganta.

—Você não fez nada errado, eu fiz— meus olhos começam a marejar —Não conseguia controlar o que eu sentia por você, então me afastei—

Um alívio enorme preenche meu corpo. Finalmente deixo as lágrimas que estavam presas em meus olhos há um mês. Encosto meu rosto em seu peito e finalmente me permito chorar.

—Me desculpa, me desculpa, eu sou um idiota— Duas lágrimas solitárias escorrem pelo rosto de Dean.

Não tenho forças para responder apenas me uno mais ao Winchester.

Seus braços envolveram meu corpo e eu nunca havia me sentido tão leve na minha vida.

—Eu amo você— Dean sussurra.

—Eu também— Meu coração se aperta —O mais ridículo é que não importa o que você fizesse eu iria te perdoar— Um soluço escapou por minha boca.

Mas era a mais pura verdade. Dean Winchester seria minha ruína.