Primeiro dia

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Minha vida está de cabeça para baixo. É uma frase que realmente pode se encaixar na minha situação atual. Não, não é no sentido literal. Por preocupação, estou escrevendo isso para dar um pequeno contexto para, seja lá quem estiver lendo isso, entender o que está acontecendo.

Eu, Alemanha, estou numa encrenca por causa do meu irmão (quase) gêmeo, Weimar. Por que quase gêmeo? Bem, somos parecidos de fato, mas temos algumas coisas que eu gosto de ressaltar! Eu tenho um “probleminha” chamado albinismo, enquanto Weimar não. Aparentemente, meu irmão pintou o próprio cabelo de branco para no fim a culpa cair sobre mim. Babaca. Também temos outras diferenças como o meu tamanho de cabelo, e que ele anda que nem um idiota desajeitado e eu como gente normal.

Ah sim, não posso me esquecer de dizer minha encrenca no momento. Um gangue veio atrás de Weimar, me pegaram pensando ser ele e agora estou preso numa sala enquanto escrevo isso. Irei contar o que aconteceu comigo, pois agora sei de coisas que ele escondia de mim por uns anos.

Meu dia começou bem, estava ótimo! Não exatamente, eu acordei atrasado para o trabalho, arrumei as presas e fui na mesma cafeteria de sempre para pegar o café expresso de sempre enquanto corro para o trabalho. Até que de repente me puxaram para dentro de um beco, cujo qual sempre evitei (até porque é um beco, quem é o idiota que passa na frente do beco? Bom, aparentemente fui eu) mas eu estava tão desesperado que nem me toquei.

Enfim… Pediram meu celular, eu entreguei sem questionar e tamparam minha cara e me colocaram em algum carro, sei lá. Só sei que depois de um tempo aí, tiraram a coisa que tampava minha visão e eu estava numa sala escura com algumas pessoas lá dentro. Eu obviamente surtei e comecei a gritar como qualquer outra pessoa faria, eu fui sequestrado! Mas olha, eu espero que nenhum daqueles malucos leiam isso mas… O cara que me interrogou era tão bonito, que até me surpreendi. Não, não to com síndrome de estocolmo! Ele era só bonito mesmo.

Mas estou pensando aqui, seja lá quem me pegou foi idiota em pensar que o cabelo do Weimar cresceria tão rapido assim… Tipo, meu cabelo bate além dos meus ombros e o idiota do meu irmão tem um cabelo quase até os ombros! É totalmente diferente, não é?

De qualquer forma! Me perguntaram sobre drogas, me perguntaram sobre “onde estão as armas”, qual era a senha do cofre e eu não fazia ideia do que estavam falando. Eu questionei uma vezinha sobre o que estava acontecendo, e obviamente recebi uma resposta bem grosseira. O homem que me interrogou podia ser grosseiro às vezes de fato, mas parecia paciente.

Mostraram fotos de Weimar para mim,  algumas com o que pareciam ele em clubes e outras em cassinos, aquilo me deixava intrigado pois até então para mim ele era um vagabundo que nada fazia em casa. É, parece que subestimei meu irmão.

Eu tive minha chance de explicar para aquele pessoal que pegaram a pessoa errada e que eu era irmão gêmeo dele, mas aparentemente Weimar nunca mencionou sobre a nossa família. Pensando aqui, não sei se foi por querer proteger ou por ser exatamente isso o que ele queria, que me pegassem em vez dele. Ai que Dummkopf!*

Quando falei ser irmão gêmeo dele, algumas pessoas riram, e o interrogador parecia querer me socar. Acho que pensando melhor aqui, de fato não era a melhor opção a se falar quando está nessa situação. Parece ser uma desculpinha esfarrapada mesmo. Uma coisa que notei, é que quase todos tinham um sotaque, sotaque esse que reconheço! Acho que todos, ou quase todos, eram russos ou algo parecido ao menos. Mas principalmente o cara que me perguntava as coisas, tinha um sotaque bem mais forte algumas vezes.

Bom! Eu diria que deu tudo certo… O máximo que me ocorreu foi que jogaram água em mim, e um cara me deu uns socos na barriga, me chutou e me pôs nesta sala que falei lá em cima. Eu até falaria para eles que “Façam um teste de DNA e vocês irão ver!” mas me toquei que eu e Weimar temos o mesmo DNA. Engraçado ser gêmeo às vezes, viu.

Lembra da parte que eu falei que estava indo para o trabalho? Pois é, eu estava com documentos na minha maletinha que provariam que eu não sou Weimar, mas adivinhem? Estão todos lá naquele automóvel que me colocaram. Eu irei tentar falar sobre isso com esse pessoal, quem sabe eles acreditem em mim. Eu espero estar fazendo a coisa certa. Ah, eu to escrevendo isso num bloco de notas, com uma caneta que estava em meu bolso.

Não sei que horas são, mas sei que está ficando tarde. Eu espero pelo menos receber algum tipo de comida, qualquer coisa serviria pois estou morrendo de fome nesse exato momento! Eu espero que Weimar apareça de vez ou se entregue. Boa noite, se eu não morrer eu irei voltar para continuar escrevendo nesse bloquinhos de nota.

─ 27/0×/20××


*Dummkopf: estúpido em alemão

Pessoa Errada - Countryhumans FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora