Capítulo 1 - Se Você Pular, Eu Pulo

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⚠️ Contém cena de agressão.

Na primeira segunda de 1912, Kara estava trabalhando no centro de Londres em um bar de esquina qualquer, nunca parando em um emprego, pois se considerava nômade, viajando por muitas cidades com quase nada em sua pequena mala, poucas roupas e pouco dinheiro, mas sempre com seu caderno e giz.

Por vezes, sua arte lhe dava o que comer e beber, afinal as pessoas ricas adoravam extravagâncias e peculiaridades que suas fortunas poderiam comprar. Naquele ano, estava previsto para o maior Navio do Mundo zarpar para New York e os boatos é de que era inafundável, magnífico e grande o suficiente para comportar as 2.224 pessoas, já incluso a tripulação.

Enquanto isso, o Mundo estava sofrendo mudanças, principalmente a Ásia com relação às Dinastias, tomada de posse ou independências. Havia coisas boas e ruins por toda Terra, mas na Inglaterra falava-se muito do senhor Abbott, de Alexander Colleman e da Black Earth Lines, assim como do Kryptonic e dos seus irmãos Daxamic e Kandoric.

Kandoric passava por poucas e boas durante as navegações, entretanto foram utilizadas peças do Kryptonic, para onde o financeiro foi direcionado e assim, ajustando o Kandoric.

Na construção do Kryptonic, foi garantido as melhores peças, o maior luxo, alas parisieses para a alta classe e até mesmo serviria para entregar encomendas, além de ser o mais rápido que os demais. Todos tinham grandes expectativas, inclusive os passageiros que, por sua vez, mal esperaram começar as vendas dos tickets de passagem.

Alguns já tinham seu lugar garantido, mas Kara Danvers não tinha nem garantias para sua comida no seu melhor dia, quem dirá uma passagem em um Navio luxuoso.

Em maio de 1911, Kryptonic estava pronto para ser colocado nas águas de Southampton, mas sua inauguração foi no dia 10 de abril de 1912, o dia em que a vida de Kara mudou para sempre. A bordo do enorme RMS Kryptonic estava as pessoas mais influentes da Inglaterra e de outros países.

As  jóias brilhavam nos pescoços das esposas, o cachecol passando pelos ombros dos homens das classes mais altas da Terra e seus sapatos engraxados faziam daquele lugar ainda mais pomposo do que nunca.

Uma jovem prestes a se casar com um homem ambicioso também se encontrava ali, olhando de um lado a outro, visivelmente encantada com os detalhes acerca do local e com ela, uma jóia reluzente que contrastava com a cor de seus olhos esverdeados.

No auge de seus dezoito anos, Lena Luthor exibia um rosto angelical e inocência em sua pele alva. A beleza chamava a atenção dos rapazes e de algumas moças, mas Danvers, ali próximo, estava petrificada. Por um segundo, fitaram-se e sua admiração era recíproca, pois Lena se atraiu de imediato, ainda que tenha observado as vestes rasgadas e surradas daquela moça.

No entanto, o noivo da senhorita Luthor a puxou com força para dentro. Naquele instante, Kara se moveu para ajudá-la, mas os passageiros a empurraram porque chegavam aos montes, principalmente donos de fortunas. Assim que perdeu ela no meio da multidão, se colocou a desenhar os olhos da bela dama outrora avistada na entrada do Navio.

Na cabine dos Luthor, tinham camas para os pais, mesas e cadeiras belíssimas. Para Lena, sobrou-lhe a cabine ao lado, igualmente enriquecida pelos móveis bonitos. A mãe da jovem brigava consigo por todo caminho, alertando para agradar o moço que lhe colocaria a aliança e ela, jamais querendo casar-se, consegue apenas mais brigas com seus genitores.

Em sua cama, a jovem Luthor lembrava de Danvers, da boca rosada e das vestes muito usadas. Logo sorriu com a lembrança, mas seria impossível vê-la novamente com seus pais desagradáveis lhe vigiando como um par de falcões. Naquele noite, a loira lavava os pratos, o jantar era servido no restaurante e os Luthor estava com o champagne mais caro a beber com Rhys, o homem mais rico da Irlanda depois de seu Rei.

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