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Prólogo

Os flashs deixavam-o tonto. Mais um dia fatídico onde o carpete vermelho era aberto para todos aqueles que eram importantes. O ar atmosférico parecia lhe pouco, os gritos eufóricos por seu nome, os sorrisos falsos eram dados, seu peito poderia estar cheio de orgulho, mas não sentia nada. Aquele não era ele de verdade. Mais gritos, mais Flashs, aquilo não acabaria nunca? Seus olhos já ardiam por não saber mais para onde olhar. Podia ouvir de longe coisas como "ele está verdadeiramente lindo hoje!" "Jimin! Olhe para cá! Jimin!" Sentia náuseas. Estava exausto, estava impaciente.

Seus pés doíam por conta do sapato apertado que lhe juraram que daria um ar de superioridade para o loiro, ele sabia que dava, mas aquilo doía! Doía não poder ousar em seu próprio estilo, doía não poder ter mais controle da sua própria vida. Em altos lugares pessoas se esbarravam para vê-lo. O que lhe acalenta seria seu cigarro e o vento frio chocando em seu rosto, mas não podia sair dali, não podia. Isso o tirava do sério.

— Jimin! Jimin! Dê uma entrevista para nós! Jimin! — um repórter de altura mediana e cabelos grisalhos gritava por si querendo o encher de perguntas. Não queria respondê-las. Não queria! — É verídico os rumores entre você e Jeon Jungkook?!

Seu sorriso desapareceu. Aquele nome não devia estar na boca de ninguém. Aquilo era torturante para o loiro, e ele sabia que isso iria acontecer, mas não sabia como controlar. Era impossível. Aquele cheiro, aquelas mãos, aquelas palavras! Faziam o pobre (que de pobre não tinha nada) Jimin acreditar nas verdades dele. Seus olhos varreram o local, todos olhavam para ele, mas de uma maneira diferente. Sua boca de repente secou, suas mãos soaram frio e sentiu uma mão tocar em suas costas o afastando daquela multidão e daquelas perguntas.

Não sabia para onde estava sendo levado, não sabia se iria morrer ali mesmo; aquilo podia acabar com sua carreira, aquilo podia fazer com que Jimin perdesse coisas importantes que demorou para conseguir. Tudo em troca de palavras meramente ditas e soltas em um momento carnal em que não havia mais ninguém além dos dois.

— Jimin, que porra! — ouvia uma voz soar de supetão em seus ouvidos. Estava fora do tapete vermelho em um lugar afastado. — Eu lhe avisei que os rumores sairiam, eu lhe avisei de tudo que poderia perder!

Seus olhos tremiam, sua voz se perdera, não conseguia pensar, não conseguia formular algo para dizer. Estava completamente estático em uma posição fatal. O ar se tornou pouco entre seus pulmões, se não fosse pela maquiagem forte que colocaram no loiro, veriam a sua pele mais branca do que um papel.

Ele sabia, ele sabia! Ele sabia mais do que tudo, mas não conseguia deixar sua mente o trair e voltar para o momento em que estavam em um quarto qualquer de um motel sentindo seus suor se colidirem e se juntarem, seus olhos como de um predador e suas mãos tão ágeis que poderia sentir o céu entre seu corpo. Talvez ali fosse o céu, mas assim que saira daquele quarto, se tornava o inferno!