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Capítulo 02

Na força do ódio e tudo mais

Aquela reunião finalmente havia acabado. A sensação de está perdido nos pensamentos havia voltado quando o Jeon saiu primeiro e Jimin ficou para conversar com seu empresário. Aquilo era realmente real? O sorriso maroto ainda brotava nos pensamentos do ator. Estava em completa alucinação, não era possível. Não se sentia lúcido para poder dizer que Jeon Jungkook estava no mesmo escritório que si, fazendo uma colaboração consigo.

— Jimin? — aquela voz ecoou por seus tímpanos e o empresário o olhava curioso, vendo seu ator inerte a pensamentos. — Você, não gostou da colaboração que fizemos agora pouco?

— Não, não. Claro que adorei, só que... — pigarriou. — Pensei que todas as colaborações com marcas grandes você me avisava primeiro.

— Ah, Jimin. Isso é só um pequeno detalhe. — e então o empresário levantou e atravessou a grande mesa cristalina. — Você já usa cuecas da CK, isso será mais fácil do que você imagina. E principalmente porquê Jungkook é um rapaz legal e é bom de diálogo. Você irá se sentir mais solto com ele.

E aquele sorriso final fez Jimin tremer. Ele não iria se sentir bem com um rapaz que já teve uma noitada no mesmo espaço social e profissional dele. Jimin jurou que a partir dali, nunca mais iria colocar um gole de Uísque em sua boca, fez o que fez e agora está sofrendo as consequências.

Aquela pressão em seus ombros não diminuíram, todo seu corpo estava em completo espasmo. Não conseguia admitir, mas em no fundo de seus subconsciente ele tinha medo. Medo de tudo o que passaram naquele quarto pequeno e abafado de um hotel qualquer, bêbados e encarnados por um ser que estava sobre a pressão alcoólica.

O Jeon não poderia falar nada, afinal poderia denigrir sua imagem também; mas a de Jimin... Céus! Iria estar como o ator gay que se deu as custas de estar ao lado de um homem num hotel barato. Iria parar em todas as manchetes da Coreia, e isso não era nada bom.

— Certo. Tudo bem. — um sorriso foi dado ao empresário. Tinha ainda sobre a mente um jornal com letras maiúsculas e destacadas seu nome.

— Isso irá lhe dar mais reconhecimento fora, Jimin. — o castanho ouviu um som de água caindo sobre um copo de vidro e viu seu empresário bebendo o que poderia ser um Jack Daniel's. — Se quiser participar de premiações terá que ser reconhecido.

E por fim, findou o assunto com seu empresário. Saindo daquela sala se pôs a suspirar pesadamente. O ar lhe parecia pouco ali dentro. Saiu apressadamente mesmo pelas escadas. Precisava respirar fora daquele lugar. E então chegou ao terraço podendo ver a grande cidade. Seus olhos ardiam, não de choro, mas sim de uma noite mau dormida e pensamentos pesados.

Tirou do bolso um maço de cigarro e um esqueiro. Precisava urgentemente se acalmar e ter o controle de tudo novamente. A luz do sol estava pesado, o calor e o vento abafado deixavam tudo mais calorento, e a fumaça entrando por seu peito, lhe enchendo por completo até tirá-lo de si. Inspirou fundo e sentiu aquele cheiro. Cheiro de perfume másculo.

Cheiro de shampoo importado e de amaciante caro. O cheiro dele.

— Não sabia que era de fumar. — ditou o cujo que estava atrás de si. Jimin não podia ver, mas podia sentir o sorriso sacana em seus lábios.

— Você não sabe de muitas coisas. — olhou para trás, vendo que o mesmo cobria o sol de seu rosto com as mãos.

A camisa social aberta por três botões era o charme dele. Os músculos teimosos a aparecer traziam lembranças a Jimin. Lembranças essas que não gostaria de apreciar agora.