CAPÍTULO IV - Uma nova proposta para ser feliz

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CLARICE QUER SER FELIZ - 04/13


Noite alternada para prestar serviço de atendente particular do sexo pago com rentabilidade total para a prestadora que procura os pontos do centro do Rio de Janeiro para esperar a clientela fiel. Veio caminhando de outro ponto em que não estava disposta a oferecer o seu serviço. Clarice chega num de seus pontos mais produzida que das vezes anteriores. Desta vez, o vestido não era azul e sim de brilho ofuscante de cima a baixo sempre com os braços nus, costas, busto e barriga. A moça não tinha cara de quem estava numa noite boa. Observou as outras meninas juntas, não quis se juntar a elas, parou, olhou o movimento, desistiu de ficar ali, ficou por cinco minutos, passou pelas meninas em silêncio total como se não as conhecessem, nem para cumprimentar as colegas, tinha disposição. Seguiu adiante, desceu a calçada para andar na lateral do asfalto, olhava para o trânsito agitado, carros que vinham numa mão e iam na outra mão. Era impossível querer atravessar aquela avenida de luzes, cores, buzinas e gente desconhecidas.

A bebida era sua companhia inseparável trazendo uma garrafa na mão e na outra a bolsinha de guardar o apurado da noite. Adiante encontrou uma boate movimentada – a discoteca Pablus, era um lugar bem situado, bem iluminado na frente. Clarice foi chegando na recepção com a garrafa, foi detida pelos seguranças, ela quis enfrentá-los mostrando-se bastante alterada. Um rapaz encostado num carro via a cena e se divertia com o estresse da moça. O rapaz fez sinal para os seguranças deixá-la entrar, claro, sem a garrafa. Ao olhar para o rapaz ficou envergonhada, cedeu tranquilamente constrangida de seu papelão de querer argumentar que ela e a garrafa tinham o mesmo direito de entrar. O rapaz exuberante a olhou, sorriu e permaneceu ali tomando um vento fresco para logo entrar.

Lá dentro, a música era contagiante. Clarice vai ao centro e dança livremente cheia de adrenalina para se divertir sozinha como sempre faz. O moço bonitão a cercava pelos arredores, aquele mesmo do lado de fora. Clarice nem o percebia, queria somente dançar muito, saltar no ritmo da música para esquecer os incômodos do momento e do passado. Dançando com empolgação espantava seus males, sentia a música lhe penetrar, virava uma menina contagiada pela boa música que tocava nas discotecas do momento.

Clarice cansou, foi deixando a pista quando o moço se aproximou sorridente, era um lindo rapaz de sorriso radiante correspondido reciprocamente pelo sorriso da sua cortejada. Os dois estavam extasiados um na frente do outro de olhares penetrantes. Um esperando pela iniciativa do outro.

- Eu sou Clarice Floran. Mas me diga, quem é o dono desses olhos, desse sorriso extremamente branco, dessa boca molhada e atrevida? Clarice fez o rapaz sorrir mais ainda.

- Eu sou Murilo Cabrini, muito prazer! O rapaz era obrigado a falar alto por causa do som.

- 'Se' eu te convidasse para a minha casa, você iria? Quero lembrar que existe o 'se'.

- Você não me convidou, lançou um convite hipotético na possibilidade de arriscar ser correspondida conforme a minha resposta seja 'não'.

- Então, aceitaria?

- Sim, se não tivesse o 'se'.

- Fiquei ruborizada. Desculpe, não sou assim atrevida!

- Gosta do lugar?

- Sim.

- Eu sou o dono!

- Ah, que bom. Então, vem dançar comigo! Clarice arrastou o rapaz que prontamente atendeu. Dançavam ao som do eurodance. Era um ritmo musical de músicas eletrônicas muito bom. Se dançavam soltos ao embalo do puro êxtase contagiante. Ambos se entenderam na dança, sorriam em disputa – quem teria o sorriso mais lindo.

CLARICE QUER SER FELIZOnde histórias criam vida. Descubra agora