Estou estudando quando escuto minha porta abrir fazendo um barulho estrondoso. Olho pro lado e me deparo com Wandinha Addams encharcada.
- Posso saber por que parece um cachorro molhado na minha porta as - Verifico o horário em meu relógio, que fica na minha cabeceira e vejo que são 01;30AM. - Uma e meia da manhã? - Volto a olhar pra ela de forma confusa.
- Pra te beijar que não é. - A mesma responde afiada. - Pois depois de me chamar de cachorro molhado, vai demorar pra conseguir algum. - Ela retruca.
- Ouch. - Eu respondo. - Entra, bebê. Vou preparar uma roupa pra você enquanto você toma banho, ok? - Eu digo enquanto fecho meus livros e os guardo, sabendo que a mesma vai ser o meu centro das atenções pelo resto da noite.
- E quem disse que eu vim pra isso, ou sequer quero tomar um banho? - A mesma fala afiada. Acho que ela acordou de cara da cama.
- Uma pena que no momento, eu não ligo pra qual motivo você veio, por que eu estou mandando você tomar o banho, pra não pegar alguma friagem e eu poder limpar essa poça que você deixou no meu chão. - Eu digo de forma ráspida. Ela acha que eu sou uma das cachorras que ela conversa?
Ela apenas me olha com um olhar mortal e segue em direção ao banheiro. Enquanto a mesma toma o banho eu me apresso em secar o chão e rapidamente separar minhas roupas pretas pra ela dormir.
A mesma sai do banho, coloca as roupas e prontamente senta na minha cama, com uma escova de cabelo ao lado com um olhar que silenciosamente pedia pra que eu cuidasse do cabelo da mesma. Me aproximo, sento na cama, pego a escova e começo a pentear. - Está mais calma pra poder me contar o por quê de estar molhada sem me retrucar como se eu fosse uma qualquer? - Eu digo com as sobrancelhas arqueadas.
- Estou. Me desculpe. - Ela sussurra a última parte. Ela não é acostumada a falar, mas estabelecemos que ela não é diferente de ninguém em relacionamentos e que ela teria que ser mais comunicativa se quisesse que isso que nós tinhamos funcionasse. - Uma pessoa mais cedo me falou sobre você. Que você estava me traindo e que você me usava como uma aposta. Eu jamais acreditaria, por tanto, a noite, bati na porta do quarto dele, amarrei ele em um saco, não estava nos meus planos chover então tive que pendurá-lo em uma árvore ao em vez de enterra-lo, diria que foi melhor já que pessoas em árvores atrai raio, por tanto espero ansiosamente o dia de amanhã pra ver se o mesmo foi atingido por um. Juro que não acreditei nele, cara mia, porém me senti vulnerável ouvindo tamanha coisa sobre você, discontei nele, e consequentemente após, em você. Me perdoa? - Ela conta a história enquanto eu escovo os cabelos dela e cada palavra que saia da boca dela eu só ficava mais chocada do quanto ela sempre me prova que consegue me surpreender sempre. Mas confesso que me surpreendi mais com o pedido de desculpa que fez no final juntamente com o seu olhar triste pra mim.
- Eu te perdoo, amor. Não vou brigar nem um pouco por você ter feito isso, mas só dessa vez, okay? Já a Diretora Weems... Não sei se posso dizer o mesmo. - Eu digo pra ela.
- Não ligo pra ela, muito menos qualquer outro que venha me falar algo sobre. Eu ligo somente pra você, e se você me perdoou, então está tudo bem. Vamos dormir? - Ela fala e pergunta, enquanto deixa um braço aberto, deitada na cama mencionando pra que eu me aconchegue nela e me deito com ela.
- Boa noite, minha pequena criminosa. - Eu digo e logo beijo sua testa, pra não muito depois descer e beijar seus lábios.
- Boa noite, cara mia.
