Capítulo 2

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 Malu

Hoje, com certeza, não foi um dia comum. Eu tinha ganhado um sorteio para ver o jogo do Corinthians. Considerando que nunca ganhei nem uma rifa na escola, hoje foi realmente um dia especial. Cheguei em casa, Fifi me recebeu abanando o rabinho, fui direto dar um beijo em mamãe e contar para ela a novidade:

- MAMÃE, MAMÃE, eu ganhei um sorteio e vou amanhã ver o jogo do Corinthians!

- Ahhhh, minha filha, que alegria! Eu sempre quis que você fosse lá, sei como o futebol te conecta com seu pai.

"Sim, mamãe. Eu sempre quis ir, mas não era uma prioridade financeira para nós."

- Ai, Maria Luiza, você sempre pensando em mim primeiro. Filha, não faça isso. Sua vida vai passar e você não vai viver os melhores anos dela. -  Mamãe disse com um ar de lamento.

- Mamãe, minha vida só faz sentido se você estiver bem, você sabe disso. É a coisa mais importante que tenho! E eu me divirto sim, sabe que tem muitas coisas que não ligo e nem gosto!

- Ai, minha filha, eu sinto que tem muita coisa boa para acontecer com você!

- Já aconteceu, mãe. Eu não tinha nenhuma expectativa em relação aos estudos, mas mesmo assim consegui iniciar uma bela carreira.

- Você é uma batalhadora, minha filha. Meu maior orgulho.

Abracei mamãe e fui tomar meu banho. Saí do banho e já vesti meu pijama, deitei na minha cama para ver minhas mensagens no celular. Vi que Sindy, a esposa de Guedes, tinha me respondido no Direct, dizendo que me encontraria na portaria da arena amanhã às 15h para entregar o convite, já que o jogo começaria às 16h.

Fui até a sala, jantei a macarronada que mamãe tinha preparado, lavei a louça e depois assistimos juntas alguns episódios de "Chicago Med", uma das nossas séries preferidas. Quando olhei para o relógio e vi que era quase 2h da manhã, pedi a benção à mamãe e fui me deitar, pois amanhã acordaria cedo, limparia a casa e depois iria ver meu Timão.

 Yuri Alberto

Acordei cedo, às 6h30. Hoje era dia de clássico, e eu estava nervoso. O jejum de gols estava me tirando do sério. Para piorar, ontem tive uma briga com minha namorada. A gente realmente não está mais dando certo, a imaturidade dela não está mais sendo suportável para mim. Estou há dias ensaiando terminar, mas isso é algo difícil de ser feito. Eu realmente não gosto de clima ruim. Minha carreira já está na pior fase, e a carga emocional está enorme.

Entrei silenciosamente no quarto da Ysis, minha filha. Ela era a melhor coisa da minha vida, e ultimamente, mais do que nunca, estava sendo o bálsamo para os meus dias ruins. Dei um beijo nela e logo desci para o café da manhã, e depois segui para a arena para me concentrar para o jogo.

Perto do almoço, estava conversando com os colegas quando o professor Luxa veio me chamar para conversar.

- Yuri, sei que é difícil segurar a ansiedade, mas a fase ruim só passa com tempo e treino. Acontece com todo jogador. Tenho te observado muito ansioso, não sei se tem algo na vida pessoal também, mas venho te pedir calma e foco, tá bem?

- Sim, professor. Eu agradeço demais seu suporte nessa fase. Vou superar esse momento ruim, sinto isso.

O professor deu uma batidinha no meu ombro e seguiu. Logo, Guedes se aproximou e disse:

- Confia, cara! Você é um craque! Tenha fé, Deus faz as coisas no tempo dele!

" Obrigado, mano!

Seguimos para o almoço e depois para o descanso no vestiário.

Caminhos Cruzados - Yuri AlbertoOnde histórias criam vida. Descubra agora