04. Odeio ser o padrinho

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Baekhyun ficou dentro do carro, esperando Chanyeol terminar de falar com a dona do lugar e verificar os dias disponíveis.

Viu o amigo vindo em sua direção com um sorriso no rosto, andando daquele jeito sexy com as mãos no bolso e um sorriso idiota no rosto.

Baekhyun saiu do carro, olhando sério para ele.

— Tira esse sorriso da cara, seu babaca. Deveria ter explicado a ela que não sou seu noivo. — disse bravo.

— Por que eu faria isso? Eu queria que fosse o meu noivo. — sorriu, acariciando a bochecha de Baekhyun.

— Para, idiota. — deu um tapa na mão do amigo, sentindo um leve tremor em seu corpo com as palavras dele.

Chanyeol afastou o contato quando viu um outro carro aproximando-se de ambos, um carro que ele conhecia bem.

Sejin estacionou ao lado do carro do noivo, descendo do seu juntamente de seu irmão, Sehun.

— Querido, seu pai me disse que estava escolhendo locais de casamento. — disse a mulher, completamente animada — Eu vim verificar também, fiquei com um pouco de dúvida sobre você fazer isso sozinho, mas certamente Baekhyun o ajudou a escolher.

— Na verdade, eu não ajudei, ele me roubou mesmo, na cara de pau. — disse olhando enviesado para o amigo, logo depois dando um pequeno sorriso para a mulher — Tenho certeza que o casamento vai ser lindo. 

— Sehun e eu estávamos indo para a prova de bolos, querem ir com a gente? — perguntou toda animada.

Chanyeol suspirou, colocando as mãos no bolso e franzindo os lábios, atitude que fez Baekhyun estranhar a situação.

— Claro, vamos sim. Estou louco para me livrar dos deveres de padrinho. — disse rindo, descontraindo. 

Havia situações difíceis ali para ele também, como podia Chanyeol estar achando aquela situação mais desconfortável?

Era ele, Byun Baekhyun, que estava vendo seu melhor amigo casar. Era ele que estava vendo Sejin usando um cardigã tão conhecido por si, um que ele mesmo roubava de Chanyeol anos atrás. Era ele que estava sendo feito de bobo.

— Ótimo, você pode ir no meu carro com Sehun e eu vou com Chanyeol, nos encontramos na confeitaria. 

— Tudo bem, perfeito. Vou só pegar minhas coisas. — sorriu e abriu a porta do carro de Chanyeol, pegando sua pasta no banco de trás, vendo ali também a chave de seu carro, franzindo o cenho ao vê-la.

Apesar disso, deixou o assunto para outro momento e entrou no carro com Sehun.

Ficaram em silêncio durante a viagem de volta para Seul. Baekhyun girava a chave de seu carro entre os dedos, sem perceber que o Oh estava analisando-o.

— O que está perturbando seus pensamentos? — perguntou o homem com um sorriso meigo.

— Nada. Bem… eu achei que tivesse perdido a chave do meu carro, mas ela está bem aqui. Devo ter deixado dentro da pasta e não percebi.

— Ela estava dentro do carro de Chanyeol, não estava? — ele perguntou rindo — Eu sei que ele te deu carona para o trabalho várias vezes para que pudessem conversar sobre o “casamento”. — disse, fazendo aspas com as mãos — Faz sentido que ele tenha roubado a chave do seu carro para fazer isso.

— Então também acha que ele roubou a chave do meu carro?! — finalmente virou-se para Sehun, que sorria largamente — E não use aspas, nós conversamos somente sobre o casamento.

— Não me diga que é tão ingênuo. — franziu o cenho, em seus lábios agora um pequeno sorriso malicioso — Baekhyun, ele vai aparecer bufando na confeitaria porque morre de ciúmes de ver você comigo.

— Porque ele não quer que eu tenha nenhum envolvimento com você, o cunhado dele. O Chanyeol sempre foi assim, ele não entende muito esse lado. — suspirou.

— Não entende esse lado? Eu arriscaria dizer que nós temos todos a mesma preferência e quem sobra nessa história é minha irmã. — riu — Mas é o risco que se corre fazendo um casamento arranjado nos dias de hoje.

— Arranjado?

Sua pergunta não foi respondida, pararam na frente da confeitaria e todos desceram dos carros. Baekhyun então olhou de imediato para o melhor amigo que, assim como Sehun havia dito, parecia estar fervendo de raiva.

Entraram no estabelecimento e os bolos já estavam todos separados sobre as mesas, provavelmente os sabores que a noiva havia pedido. Então sentaram-se e passaram a provar um a um dos sabores. 

Aquele clima pesado, como se algo estivesse errado, o silêncio de todos ali e as risadas debochadas de Sehun não estavam fazendo aquela experiência ser muito boa.

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— Ficaremos com o de nozes, certo? — perguntou a mulher para o noivo, que apenas concordou com a cabeça — Fico muito feliz que fizemos isso juntos. O próximo passo é escolher o vestido e o terno. Sehun pode-

— O Baekhyun vai me ajudar a escolher o terno, ele conhece meus gostos e já me deu uma ideia de que cor combinaria com esse casamento. — disse um tanto seco.

O Byun estava em silêncio percebendo o quão estranha estava aquela cena, para piorar, Sehun lhe deu uma cotoveladinha de alerta, fazendo o Byun olhá-lo mover as sobrancelhas com um sorriso debochado, como quem diz: “eu tenho razão”.

— Sehun pode deixar o Baekhyun em casa e podemos-

— Eu ainda tenho mais um plano com meu padrinho, então não vou para casa agora. Volte com Sehun e nos falamos mais tarde. 

A mulher não teve muito o que dizer, ainda mais quando o noivo apenas a deixou na confeitaria e entrou em seu carro, carregando o padrinho consigo.

— Que merda você está fazendo? — perguntou Baekhyun, assim que entraram no carro — Primeiro que não temos planos e segundo você roubou a chave do meu carro? — perguntou bravo.

— Nós temos planos sim. Eu irei dormir na sua casa hoje. Vai ser uma festa do pijama. 

— Porra nenhuma! Me deixa em casa e some. Eu não devia ter aceitado ser seu padrinho de casamento. — cruzou os braços, olhando para a janela, irritado.

Chanyeol suspirou, levando a mão para a coxa do melhor amigo em um carinho sutil.

— Me desculpe, eu não roubei a chave do seu carro intencionalmente. Mas eu não a devolvi quando percebi que estava comigo. Eu só queria passar mais tempo com você. Eu sinto tanta saudade de você. Foi tão difícil para mim esses três anos e todas as vezes que você me evitou.

— Evitei você? — perguntou sem entender.

— Sim, eu tentei ligar, mandar mensagem, mas você nunca me respondeu.

— Eu nunca recebi nenhuma mensagem, Chanyeol. Eu achei que você tivesse me evitado todo esse tempo.

Chanyeol crispou os lábios enraivecidos.

Deveria ter suspeitado desde o princípio que alguém havia feito aquilo para afastá-los. 

Odeio você, Park ChanyeolOnde histórias criam vida. Descubra agora