Tempo

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Eu estava curtindo o momento ao lado da minha esposa e da nossa bebê que estava em seus braços, quando os meus ouvidos capturaram uma conversa que me deixou completamente confusa. 

— Amor, tudo bem? — desviei o olhar para Samantha que me fitava com preocupação.

— Está tudo bem. — a enfermeira se aproximou para levar a Saylor para o berçário.

— Eu vou levá-la para o berçário, o pediatra já está esperando para fazer uma pequena consulta para sabermos se ela está bem.

— Eu posso acompanhar essa consulta?

— Pode, não é de praxe os pais acompanhar quando o bebê é transferido para o berçário, mas tudo bem, a Sra acompanhar a sua filha.

Deixamos a sala onde ocorreu o parto,e eu fiquei próxima ao médico que estava examinando a minha filha, pedindo licença somente quando vi a Lena entrar no berçário acompanhada da Imra.

— Vamos conversar. — falei para Lena e sair caminhando a frente, a espera que ela me seguisse. 

— Está tudo bem com a Saylor, Kara?

— Você que precisa me falar isso, a minha filha está bem, Lena? — parei de caminhar e fiquei de frente para Lena. — Não era a minha intenção, mas eu acabei ouvindo a sua conversa com a Imra.

— Que conversa?

— Eu tenho super-audição, Lena. Eu queria ouvir a reação dos meus amigos com a notícia do nascimento da minha filha, e ouvir sobre a troca dos óvulos. Por que você trocou o óvulo fecundado da inseminação? O que você fez?

Lena olhou-me por alguns segundos, seu coração começou a bater de forma descompassada.

— Lena, eu tenho direito de saber o que você fez, Samantha e eu, planejamos o nascimento da nossa filha com muito carinho e amor.

— Eu unir o seu DNA ao DNA da Samantha, e os troquei pelo DNA do óvulo fecundado.

— O que isso significa, Lena?

— Que a Saylor tem o seu DNA e o DNA da Samantha, Kara. E não do doador do esperma. Que todas as características que a Saylor iria herdar do doador, serão suas, Kara.

— Como você fez isso?

— Isso é importante?

— Sim, eu não sei como, mas você conseguiu ter em suas mãos o meu DNA e usou ele como experiência. O que mais você fez, Lena?

— Nada, foi só uma gota, Kara. A única experiência que eu fiz, foi essa que eu te falei. Juro que eu não usei o seu DNA para mais nada, e nem tenho mais ele no meu laboratório. E quanto a ter colocado minhas mãos nele, foi no dia do eclipse, você se machucou na minha sala e quando eu voltei havia um pouco de sangue na mesa, acho até que a minha secretária tentou limpar, mas acabou saindo da sala sem completar a limpeza.

Suspirei, e meus pensamentos foram até a Lena do meu universo. Lena jamais faria algo desse tipo se tivesse em suas mãos o DNA da Supergirl.

— Você vai contar para a Samantha?

— Eu não posso esconder isso da minha esposa, não seria justo com ela. Samantha precisa saber que a Saylor tem a nossa genética.  — levei minha mão aos cabelos, enquanto uma mão estava na minha cintura. — A Samantha correu risco nessa gestação, Lena? Inclusive de perder o bebê?

— Não, Kara. Eu acompanhei toda a gestação da Samantha, em nem um momento ela correu risco. Na verdade, eu acredito que essa mudança no DNA do óvulo fecundado, foi o que fez a Samantha carregar o bebê até o nono mês, e ele nascer. O útero da Samantha estava frágil devido a perda do outro bebê, Kara. O seu DNA ajudou a Samantha durante toda a gestação. Elas estão bem, Kara, e isso é o mais importante.

ONDE ESTÁ KARA?Onde histórias criam vida. Descubra agora