Um novo lar

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Estacionei o carro em frente ao endereço entregue pelo Palmer a Samantha. Era uma casa bem grande, eu diria que uma mansão que foi transformada em um abrigo.

Deixei o carro e fui em direção ao portão tocar a campainha, esperei alguns minutos até uma senhora loira de cabelos lisos na altura dos ombros, olhos azuis e sorriso acolhedor se aproximar.

— Em que posso ajudá-la? — abriu o portão dando passagem para que eu pudesse entrar.

— Kara Danvers, sou…

— A noiva da Srtª Arias. — confirmei com um gesto de cabeça. — Sua noiva, não está com a Srtª? O Dr Palmer informou a direção da nossa instituição que ela deveria aparecer nos próximos dias.

— Minha noiva sofreu um aborto recentemente, e está internada. Era desejo dela estar aqui, mas ela se encontra na UTI no momento. Estou aqui a pedido dela.

— Sinto muito por sua noiva e por seu bebê.

— Obrigada. 

— Me acompanhe, Srtª Danvers.

Acompanhei a Sra que era assistente da diretora do abrigo, e enquanto caminhávamos ela contava que o abrigo recebia ajuda de vários benfeitores, entres eles a família Palmer. Também contou-me que só recentemente foi informada que a garotinha mais adorável do abrigo não era adotada porque eram ordens da família Palmer, dos avós da criança.

— Sr Palmer esteve recentemente no abrigo e conversou com a Ruby.

Parei de caminhar diante daquela informação.

— Ele pediu desculpas a ela, e prometeu que logo ela estaria com a mãe. — voltamos a caminhar.

Entrei na sala da diretora, uma mulher branca de cabelos castanhos claros, olhos verdes, corpo em forma e de expressão séria.

Nos cumprimentamos, e em seguida a mulher entregou-me uma pasta que continha os documentos da Ruby. Havia os nomes dos pais. O que me levou a questionar o porquê dos pais do Palmer terem tirado a Ruby da Samantha, se não possuíam a intenção de permitir que a criança fosse adotada.

— Os avós da criança não tem conhecimento sobre o registro, ele foi feito pelo jovem Palmer após ser comunicado que a instituição não deveria permitir a adoção da menina. A Sra Palmer veio muitas vezes ao abrigo para ver a neta, até ela completar um ano de vida. Depois ela não voltou mais, mas a ordem ficou sendo a mesma, Ruby jamais deveria ser adotada por nem uma família.

Como essa família conseguia ser tão ruim? Tiraram a criança da mãe, e a impediram de ter um novo lar.

— O Sr e a Sra Palmer foram informados que a Samantha viria ao abrigo em busca da filha?

— Não. Esse comunicado será feito aos dois pelo Ray Palmer após a criança deixar o abrigo.

Mesmo o Palmer concordando com a ação dos pais de fazer a Samantha acreditar que a filha nasceu morta, ele foi capaz de manter a Ruby ao alcance da mãe.

— Eu irei levar a Ruby. Preciso assinar algum documento para ela partir do abrigo em minha companhia?

— Não será necessário, seu nome estava entre os nomes permitidos pelo Ray Palmer para levar a pequena Ruby. 

A mulher se colocou de pé e eu acompanhei sua ação, deixamos a sala e seguimos para a área externa da mansão. 

— Eu irei comunicar a Ruby sobre sua partida. — concordei e acompanhei a mulher se afastar em direção a um grupo de crianças que brincavam no jardim. 

Reconheci a menina de longe, mesmo que eu ainda tivesse um pouco de dúvida se eu estaria diante de uma versão da Ruby do meu universo.

A diretora conversou com a Ruby, que olhou em minha direção. Seu olhar continha preocupação misturada a dúvidas e medo. Ela se despediu das outras crianças com abraços e depois caminhou em minha direção acompanhada da diretora que a estava envolvendo pelo ombro. 

ONDE ESTÁ KARA?Onde histórias criam vida. Descubra agora