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— Você levou meu apelido a sério... — O garoto disse quando eu saí do elevador.

— Cala boca, Alex. — Bufei — Eu já tinha comprado a roupa antes de você começar a me chamar por esse nome ridículo.

Já eram seis horas da tarde -horário que Alex iria me buscar-, estávamos vestidos com nossas fantasias para a festa do CEC.

Eu estava vestida com uma fantasia de gata, é um pouco padrão, mas era a única roupa descente da loja. Já Alex estava vestido de conde drácula.

Era uma vista engraçada, mas preferi não rir para não o envergonhar.

— Então o destino concorda que eu tenho que te chamar de gatinha. — Ele riu, começando a andar em direção da saída do condomínio.

Logo comecei a segui-lo, visto que já estávamos um pouco atrasados pro evento.

— Por que você não consegue ficar quieto, Ferrari? — Pressionei os dedos nas minhas têmporas.

— Desculpa aí, gatinha. — Ergueu as mãos em rendição — Mas... — Ele demorou pra completar a frase — Tá legal a roupa.

O garoto desviou o olhar, fingindo indiferença.

— Não precisa fingir, Alex, não tem ninguém aqui. — Respondi.

Ele assentiu e passamos a caminhar em silêncio, ouvindo apenas as vozes das outras pessoas do condomínio.

— Ei, me espera! — Fomos interrompidos por uma voz de criança.

Me virei pra trás e vi um garoto correndo até nós, fantasiado de algo que eu não consegui distinguir o que era.

— Ah não... — Ouvi Alex sussurrar.

— Você... disse... — Ele foi falando pausadamente, já que estava tentando recuperar o fôlego — Pro... papai... que ia me esperar.

Entrelacei minhas mãos em frente ao meu corpo e fiquei parada no meu lugar, esperando Ferrari terminar de conversar com o garoto desconhecido. Se me vissem de longe, diriam que eu parecia uma criança esperando a mãe terminar de conversar com a amiga.

— Por que você não pode ir sozinho? Que chatice. — Alex bufou.

— Você prometeu que ia me levar na festa do CEC. — O pequeno disse cabisbaixo.

— Ugh — Bufou — Vem logo.

Os dois começaram a caminhar e me deixaram sozinha no meio da rua, então corri até eles, que finalmente perceberam minha presença.

— Você é um belo acompanhante, Ferrari. — Ironizei.

— E você quer que eu faça o que? Te carregue nas costas até o CEC? — Cruzou os braços e aumentou sua carranca.

— Poderia ser um pouco mais educado!

— Eu trato as pessoas do jeito que elas me tratam. — Virou-se pra me olhar e piscou pra mim, com um sorriso sarcástico.

— Você tá insinuando que eu trato as pessoas mal? — Abri a boca em choque.

Nós três já havíamos saído do condomínio. Atravessamos a rua e já nos encontrávamos no lado Vila.

O garotinho desconhecido andava atrás de nós em silêncio, enquanto eu e Ferrari brigávamos.

— As pessoas não, mas eu sim. — Permaneceu com um sorriso no rosto. Ele sabia extremamente como me irritar.

— Ow, me desculpe. — Disse sarcástica— Eu não sabia que era obrigada a tratar você bem.

— Não me importo como jeito que você me trata, Gomes. Mas, enquanto namorarmos, você tem que ser um pouco mais carinhosa.

𝗛𝗘𝗟𝗣 𝗠𝗘?' alex ferrariOnde histórias criam vida. Descubra agora