➢𝑱𝒖𝒔𝒕 𝑨 𝑷𝒉𝒐𝒕𝒐 ~ 𝑇𝑎𝑒𝑛𝑛𝑖𝑒

2.10

Point of view
Taehyung

O sentimento de perda é simplesmente indescritível, Jennie não havia morrido pra mim, nunca, eu a amo, amo tanto.

Eu apenas sinto que a perdi, foi tudo tão de repente, parece que foi ontem que a vi no Japão pela primeira vez, nunca imaginei tantas reviravoltas que o nosso relacionamento tomaria e acabaria aqui, que eu acabaria aqui, sentado no meu sofá, com as mãos na cabeça, logo após a saída dela, tendo comentado um fato que aconteceu tanto tempo atrás, mas querendo ou não, me sinto traído, ela demonstrou que nunca confiou em mim, em qualquer oportunidade ela se distanciaria.

Mal se passaram 5 minutos da saída de Jennie do meu apartamento e quando decido me levantar do sofá e lavar o rosto – que já estava inchado de tantas lágrimas –  escuto a campainha tocar

Jennie?

– como você tem coragem de jogar aquilo na minha cara? – Ela entra do nada
– o que? O que faz aqui?
– você acha que é fácil pra mim? Eu devo acreditar em tudo que você fala agora?
– claro que deve, Jennie – retruco irritado

Pela primeira vez em muito tempo eu e Jennie discutimos, com ambos os lados orgulhosos

– sou seu namorado, Jennie!
– era! Depois disso tudo? Você não me da motivos para acreditar em você, se quer ter uma vida melhor, com alguém presente ou que ache mais preparada ou melhor do que eu, pode ir, Jullia é uma safada? Sim, mas te drogar? Isso é estranho, sinceramente
– Jennie, pelo amor de Deus, eu te amo, quantas vezes vou ter que falar isso? Na verdade, te falarei quantas vezes for preciso, mesmo que não me ame, mesmo que ja tenha esquecido desse sentimento há muito tempo
– o que? Eu te amo, eu te amo muito Tae, por isso dói tanto, por isso doeu tanto ver você beijando ela, ver você se distanciando
– você se distanciou também, ela me beijou, ELA! Eu juro

Ela ficou em silêncio, percebi que estava desesperada, não sabia o que falar nem como agir, só chorava

– o que tá acontecendo? Por que isso tudo? – pergunto – Sei que está escondendo alguma coisa de mim

ela se senta no sofá e simplesmente desaba

– J-Jen, meu amor, o que foi? – pergunto desesperado
– e-eu não sei como te contar isso, Tae
– o que? me fala, por favor
– eu te amo. Eu te amo muito, e-eu sei que estou agindo que nem maluca, eu tô desesperada e não sei o que fazer, óbvio que achei que tinha me traído, fiquei obcecada por isso durante todo esse tempo, chorei, vomitei, eu estava mal, mal de verdade, mas não é só por isso.

Começo a imagina diversas coisas na minha cabeça, e mesmo que tivesse pensando em qualquer possibilidade, eu nunca pensaria no que ela está prestes a me contar

– Estamos juntos há muitos anos, com tanto amor, tantos problemas, permanecemos juntos, porém, eu cresci em uma realidade totalmente diferente do que você me dá todos os dias, meus pais não se amavam e nem me amavam, meu irmão era criminoso e esquisito, e eu, só queria ser amada, me sentia um fardo, e cresci achando que o "amor" era aquilo, se casar e ter filhos, não importa se está feliz ou não, você me mostrou o mundo diferente, amor não era aquilo, hoje eu tenho, ou pelo menos tinha você, meu Tae – ela limpa as lágrimas mas continua chorando – v-você tem o Kwan, e não me entenda mal, eu amo aquele garotinho, amo muito. Mas... ele não é meu, eu não te dei isso, eu...eu não posso te dar isso.
– o-o que?
– há um tempo, eu fiz um exames, para saber como estava, as probabilidades, e tal. E-Eu descobri que...é...eu não posso – começou a chorar mais – eu não posso ter filhos, Tae.

Minhas lágrimas desceram, segurei a mão dela e a abracei forte

– Eu entrei em pânico, não te contei, me afastei e tudo isso com a Jullia ocorreu, eu sei que errei, d-devia ter te contado, mas eu não conseguia, me perdoa.

Eu não sabia o que dizer.

– Meu amor – a abracei – por isso disse aquelas coisas? Que se eu quisesse alguém melhor, mais preparada... – respirei fundo – você está passando por algo difícil, eu nem sei o que te dizer, mas meu amor por você é incondicional, mas não consigo deixar de lado meus sentimentos e não te dizer que isso me magoou
– Eu te amo, Tae, se não quiser voltar, eu entendo, mas eu acredito em você, me perdoa por ter dúvidas, eu estou acostumada com outro tipo de realidade, achei que passaria por tudo que meus pais passaram, não queria ser "a idiota que perdoou" mas eu devia te contar a causa de todos esses pensamentos, essa distância, eu demorei pra perceber que isso me afetou, achei que não era capaz de te fazer feliz sem te dar filhos, então entrei no modo pânico
– N-Não posso dizer que vou esquecer disso tudo, não só pelo fato de não ter confiança, mas, Jen, como pode esconder isso de mim? A gente sempre se ajuda, você sabe, eu nunca te abandonaria, m-mesmo que não possa me dar um bebê, eu te amo, você é a minha felicidade.