(Sobre)Viver é estar perdido

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Escrito por: Mi_stosf 

Notas Iniciais: E aí, bora relembrar mais um pouquinho o que aconteceu com os meninos? Tenham uma boa leitura.

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Quatro meses antes

Jimin estava olhando para baixo escutando sua sentença: culpado.

O juiz disse aquela palavra com sete letras e três sílabas, que, mesmo sendo tão simples, teria um impacto permanente em sua vida. Ou melhor, em sua existência.

Jungkook era quem havia o obrigado a fazer coisas ruins, mas, ainda assim, Jimin era culpado por tê-las feito.

Para ele, era irônico como a mente das pessoas funcionava. Não que ele fosse um parâmetro a ser seguido, porém, para ele, a família viria sempre em primeiro lugar, então, se Taehyung estava em perigo, era óbvio que ele não mediria as consequências de seus atos para fazê-lo ficar protegido novamente.

Ele não entendia por que as pessoas não compreendiam que tudo o que ele havia feito foi pelo bem-estar da sua única família. Jimin não poderia ser culpado por seguir as ordens de Jungkook quando este havia ameaçado a vida de Taehyung.

Porém, o veredito havia sido bem claro, e ele deveria pagar por suas pendências com a justiça, ficando sem utilizar a magia por tempo indeterminado, como também prestando serviços comunitários em uma pobre comunidade no Reino do Oeste.

A princípio, ele não havia entendido o motivo de não ter sido julgado no Reino do Sul e, com toda certeza, ele não obteria essa resposta tão cedo, já que nenhuma autoridade que estava lidando com o julgamento de seu caso estava disposta a esclarecer qualquer dúvida que tivesse quanto ao processo.

Então, ele apenas ficou em silêncio enquanto escutava seres mágicos que nunca tinha visto antes decidirem como seria sua vida nos próximos anos. Ao parar para pensar no discurso do juiz mágico, o — naquele instante — ex-possuidor de almas entendeu que, por mais que tivesse se livrado de uma prisão física — aquela que ficava localizada no Reino do Sul e onde só eram presos aqueles acusados de cometerem crimes hediondos utilizando a magia —, ele ainda continuaria preso àquilo que desconhecidos definiram como o resto de sua vida.

E, no meio de tudo isso, ainda existia Taehyung e o fato de ele ser o único das vítimas de Jungkook a não ter voltado ao normal, mesmo depois de todos as outras já terem tido suas almas devolvidas aos seus corpos, e claro, Min Yoongi — o Park nem sabia como definir que tipo de relação eles haviam desenvolvido naquele período.

Ao mesmo tempo que queria que ele fosse embora e o deixasse em paz de uma vez por todas, não conseguia dizer isso em voz alta porque sabia que precisava dele. Sabia que precisava de alguém para ajudá-lo a curar Taehyung ― que havia ficado preso em si mesmo e não respondia a nenhum estímulo externo havia dois meses, ou sabe-se lá quanto tempo antes disso. E mesmo que Jimin não soubesse e não tivesse como provar que aquilo tinha dedo de Jungkook, ele sentia no mais profundo de sua alma que o feiticeiro tinha tudo a ver com aquilo ―, assim como precisava ter um apoio e um alicerce para dar um novo rumo à sua vida.

Não era fácil ter pendências com a lei, ainda mais quando uma pessoa dependia de você para continuar a respirar e, o pior, a existir.

Jimin não poderia ser orgulhoso, não poderia arriscar mais uma vez a vida de Taehyung por querer resolver tudo sozinho. Ele já havia perdido muito, e o preço que estava pagando já era alto demais para fazer algo impensado.

Então, ele ficou ao lado de Yoongi e Namjoon e começou a reconstruir suas relações. Não que ele tivesse algo contra o Kim, mas Jimin sabia que estava em desvantagem em relação a ele, pois a amizade de Namjoon com Yoongi sempre viria em primeiro lugar.

A indubitável força do desmesurável renascer | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora