Capítulo 2

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Esgoto todas as forças que ainda me restam para puxar em minha memória como era a mulher da loja, consegui me lembrar da aparência dela, mas a loja era difícil eu não me liguei aos detalhes, o hotel não ficava longe da loja era na mesma rua só que mais para frente pense, pense, pense como era a fachada da loja? Tinha uma placa, porta de vidro e um café do lado ou um restaurante, quando eles iriam me drogar de novo? Eu precisava ver Eileen antes que as informações fugissem da minha cabeça. Fiquei repassando todas as informações que eu sabia na minha cabeça várias vezes para que nada escapasse quando eu me encontrasse com Eileen novamente, escuto o barulho das portas se abrindo

-Aqui está ela – o homem que fala é o mesmo que sempre está no laboratório loiro alto de jaleco como o doutor de uma corporação farmacêutica prestes a criar o T-vírus, mas o que o acompanha eu não tinha visto ainda

-Olá – o cara novo começa, mas é rapidamente cortado

-Não fale com eles, não perca seu tempo – informa ao novato - eles não nos respondem de qualquer forma. E você não está aqui para confraternizar com o inimigo todo cuidado é pouco com esse tipo não podemos arriscar que aconteça o mesmo que aconteceu no outro dia com a amiga dela – Lily! Levanto a cabeça querendo saber mais o que aconteceu com Lily? Ela ainda está viva? – isso te interessou não foi? Mas poupe seu tempo porque você não vai saber de nada sobre sua amiguinha se está bem, viva ou morta – diz enfatizando no morta então avanço até as grades tentando arrancá-las – como são teimosos pode espernear à vontade você já sabe que seus poderes demoníacos não funcionam com elas – explodo mais uma vez antes de voltar para o canto – está vendo? Criaturas raivosas, não são gente então não precisa falar com elas como se fossem, vamos adiante

Minha fúria só cresce enquanto observo os filhos da mãe irem embora e de repente estou tomada pelo desespero sem saber o que aconteceu com Lily, contenho as lagrimas de sangue que teimam em querer cair por meus olhos pisco alguma vezes e tento me acalmar novamente enquanto levo meus pensamentos de volta ao dia em que fomos capturadas puxando na memória toda e qualquer lembrança por menor que seja.

***

Eu nunca me senti tão grata por estar sendo sedada e amarrada em uma maca, esperei pacientemente pelos dias que se seguiram e segui inexpressiva sem dar a eles a chance de sequer suspeitar o que estava acontecendo. Abri meus olhos para o já reconhecido lugar, corri imediatamente para o lago esperando por Eileen que não demorou muito a chegar, não havia tempo para abraços ou qualquer pergunta então assim que me aproximei comecei a falar:

- A loja fica perto do hotel na outra ponta da rua havia uma placa com letras vermelhas, porta de vidro e um café do lado ou era um restaurante eu não me lembro bem a mulher que nos passou as informações do hotel era ruiva tinha olhos escuros, baixinha talvez 1,55 ou 1,60 e deve pesar uns 60 a 65 kg, eu não lembro a roupa que ela estava usando, mas acho que ela vestia preto – disparei todas as informações que consegui reunir em um único folego

-Okay...

-Tem alguém novo, ele deve ter 1,70 cabelos pretos cacheados, bronzeado, olhos escuros novo parece ter pouca mais de 20 anos

-Está bem – respondeu me olhando – como você está? – eu não sabia se mencionava Lily ou não decidi que era melhor omitir isso

-Desesperada – confessei - eles não me alimentam eu estou uma morta viva no sentido literal da palavra eu não tenho forças, eu estou aguentando o quanto da eu tento saber o que eles estão fazendo, mas nenhuma prancheta fica virada para o meu lado para que eu possa ver, qualquer conversa importante só é tida quando eles têm certeza de que estou apagada ou quando estou dentro da minha cela eu queria poder ajudar mais

-Você já está fazendo demais, eu sei o quanto isso está te esgotando mesmo nesse plano eu consigo ver que você não está bem e isso está te exigindo o pouco de força que você ainda tem e vamos fazer com que valha a pena

-Alguma ideia de porque eles estão deixando Lily e eu vivas?

-Algo eles estão planejando, alguns que capturamos conseguimos arrancar informações de esconderijos, mas seja lá o que estão fazendo com vocês é mais importante é mais confidencial e eles estão apostando bastante nisso eles estão fazendo muitos testes só não sabemos para o que – suspirei – aguenta firme com essa informação nós vamos caçar a mulher que deu o endereço para vocês vamos encontrar vocês nem que seja a última coisa que façamos

-Como está Adam?

-Ele e Georgiana estão encarregados de interrogar os prisioneiros então você deve imaginar como está sendo tivemos que tirá-los em alguns momentos para não matar antes de conseguirmos mais informações... estamos preocupados e tentando colocar todas as nossas energias em achar vocês eu não saio de onde estou para caso eu tenha a oportunidade de falar com você, mas as coisas não estão nada fáceis aqui fora...

-E minha mãe e...

-Eu tenho que ir – disse me abraçando – aguenta firme – disse desaparecendo e dessa vez sou eu que sou deixada para trás para descobrir que sem Eileen o local onde eu fico some e assim fico apenas com a escuridão. O tempo vai passando e fico preocupada quando sou amarrada novamente na maca, mas dessa vez Eileen não aparece em nenhum momento, torço para que isso signifique que eles estão descobrindo onde estamos, porém quando Eileen não aparece pela segunda vez fico preocupada que algo tenha acontecido com eles. O intervalo entre as duas vezes que fui sedada foi menor que os outros e eu não sei o que isso quer dizer, tento manter a minha mente sã, mas o desespero de não saber o que está acontecendo cede a cada momento que passo atras dessas grades.

O apito frenético com a luz vermelha piscando me deixa desnorteada, de repente as portas se abrem

-Como vamos conseguir transportá-la? Talvez seja melhor...- o garoto novo entra falando

-Ela é chave de tudo – o doutor 1 responde – vamos matar a outra, mas precisamos dessa – Lily penso na hora eles vão matá-la o doutor 1 que está aqui desde que cheguei vai até a porta e fecha, mas eu escuto a explosão que segue – aplique o sedativo – ele diz enquanto bloqueia a porta – vamos pelos fundos encontramos os outros no ponto de encontro você pegou os arquivos? – eu sei que o caos está acontecendo atrás das portas enquanto estavam abertas dava para escutar a correria e o apito e a luz vermelha piscando não pararam

-Estão na mochila, segure enquanto pego a arma para disparar o sedativo temos o suficiente até trancarmos ela de novo? – um barulho vem da porta como se estivesse sendo arrancada, escuto então o clique da arma e sinto a pontada em meu pescoço, a porta explode, fazendo o doutor 1 e o novato caírem eu me agacho no canto da grade quando ouço um grito familiar

-Achei ela – Georgiana grita enquanto as grades são arrebentadas começo a cair com o efeito do sedativo quando sinto alguém me agarrar

-Hei morceguinha – é a última coisa que escuto antes de apagar 


Não se esqueçam de curtir, comentar e compartilhar vejo vocês no próx. sábado 

Encontrando-se na escuridão - livro 3 trilogia na escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora