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                                   "..."

Jayne Ferrars

Os galhos me penicam enquanto eu passo correndo pela mata escura. Minha mente não pensa em mais nada a não ser escapar desse maldito Ghostface.
Entrar na floresta não foi a melhor opção.

Sem fôlego, com quase o coração explodindo, eu avisto uma grande árvore, ao me aproximar noto que ela tem alguns galhos quebrados. Muito perigoso para escalar, além de que ia estragar minha linda roupa.
O que irei fazer?
O amontoado de galhos caídos me fez ter uma ideia, porém não sei se é boa o suficiente.
Porra.
Tenho que tomar essa decisão. Agora.
Ele está atrás de mim, esse stalker desgraçado. Antes que ele me ache de vez, eu finalmente me enfio debaixo daqueles nojentos galhos e tento fazer silêncio .
Que situação humilhante.
Mesmo que minha respiração está descompassada, mesmo que o sangue em minhas veias esteja pulsando tão forte eu ficarei aqui, calada.

O medo que passei a sentir desde que conheci ele, domina meu corpo, e a escuridão do céu só piora a situação, quase não dá para enxergar nada. Mal consigo enxergar minhas próprias mãos. O silêncio  ensurdecedor instaurado no ambiente faz meus ossos congelarem, o som do vento soprando e o inverno sendo presente faz o completo cenário de filme de terror existir.
Não existe nenhum animal nessa região. Esse lugar não é habitável para eles. Não sei como consegui sobreviver até o momento, já que essa floresta foi feita para pegar animais com armadilhas, ou seja, há delas espalhadas por todo canto.

Com frio e um pouco de medo, abraço meus joelhos, tentando ficar encolhida, mas ao fazer isso sinto uma presença do meu lado.
Sem pensar, ou virar para o lado, pego um dos galhos que estavam me escondendo e o coloco na mão, tentando atacar qualquer um que estivesse ali.
Especificamente um certo stalker psicopata.

- Sai! - grito, continuo a atacar mas sem nenhum sucesso, pois essa bosta de escuridão só me atrapalha.

Penso em fugir mas logo sou interrompida, em um movimento rápido sou puxada por uma mão pelo galho que eu segurava, alguém me puxou, ou melhor, alguém provavelmente ghostface.

- Te achei, coisinha sombria. - Uma voz grossa sussurra, tão grossa que faz meus pelos arrepiarem. Não consigo vê-lo. Mas tenho certeza que é ele.
Nem percebo quando suas mãos estão apertando meus braços, quase como se não quisesse me deixar ir.

Começo a me debater, mas suas mãos me impedindo só dificultam tudo. Não paro, minhas pernas tentam chutar ele por qualquer custo, minhas mãos não fazem diferente.

Por que esse merda está fazendo isso?

- Me solta porra! Seu merda... Está me machucando. - Seu aperto só fica mais forte.

- Fico feliz que esteja. - Minhas mãos tremem de raiva, e como a última tentativa o chuto, bem na sua parte íntima. E sem esperar que ele me mate de vez, eu corro de volta para a mansão.

Por que caralhos minha vida não pode ser normal?

Minhas pernas apenas se movem rápido, a mata parece me esmagar, mas eu sigo andando, uma armadilha desgraçada na grama faz eu quase morrer, mas não sei como consigo identificá-la e pular no mesmo instante. Quando chego na residência Ferrars com o coração quase se derretendo, eu corro para a porta de entrada e a tranco depois de entrar. Sem descansar, vou para todos os cômodos que existem portas para a área externa e os tranco.

Cansada e quase com a merda do coração rolando pelo tapete, eu sento no chão da cozinha.
Porra, foi por pouco.
Maldito.
Maldito.

Minha respiração volta a ficar normal, coloco minha mão gelada no coração e percebo o quão palpitante ele ficou. Não parece tão morto agora.

Ghostface me observaOnde histórias criam vida. Descubra agora