espiral

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olhos doces
em amargura
o temporal nos atropela brutalmente
nossas ideias se misturam em agonia
me vejo em você
orgulho brilhando em meio a escuridão fria
numa estrada de arrependimentos

vazios que me pegam entre os 0s do relógio
19 em ponto, quase 20
e onde você está?
talvez perdido em mim
com seus olhos ambar e dentinhos que crescem rasgando
quase rompe minha pele tentando gritar
(você me perdoa?)

tentei te afogar em minhas lágrimas
a lembrança dolorosa de ser você é pesada demais
serei eu meu eterno fardo?
em espirais intermináveis me pego acariciando meus próprios demônios
sou eu, sim, meu próprio fardo
os sons de Lorde encravados em minha mente
me lembrando do meu mais profundo eu

você ainda existe
ainda está aqui
me assombrando como um paradoxo temporal
esticando, manipulando, regravando
memórias de minha própria mente
pequeno eu
só nos encontraremos nessa mesma espiral.

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