Quem eu sou?

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Olá, bem… eu não sei por onde devo começar a conta a história da minha vida.
Tá! Vamos do começo que tal?
Em um dia, como qualquer outro, eu estava na minha mais nova escola que, aliás já era a terceira nesse ano, digamos que eu não sou um dos alunos mais exemplares que existem, mas isso não vem ao caso agora.
Hoje a minha turma está indo  acampar em meio a floresta e obviamente eu não ia perder a chance de ir já que eu raramente era permitido ir junto nos passeios das escolas.
Não darei detalhes do lugar que eu estudo por segurança mas darei uma pista, a minha escola fica bem perto de uma floresta que normalmente é um ponto turístico da minha cidade por causa do enorme lago no meio dela.

Chegando ao local do acampamento, todos os outros alunos descem do ônibus e vão direto preparar as suas barracas, eu mesmo consegui arrumar a minha em poucos minutos já que eu tinha uma certa prática em acampar mais eu não diria o mesmo dos outros, um deles já foi enviado embora por enfiar uma estaca no próprio pé e olha que a barraca dele era inflável.

Após todos terem terminado de arrumar as suas barracas, um dos professores nos levou para ver o lago e ao vê-lo com os meus próprios olhos eu entendi por que ele era o ponto turístico mais famoso da cidade, era gigantesco, a água refletia o brilho do sol perfeitamente.

Todos ficaram se divertindo e apreciando a paisagem e enquanto eu fiquei sentado em um dos bancos que havia perto da beira do lago pintando a imagem do lago em meu caderno.

— Nossa! Você realmente é bom com desenhos — Diz uma voz feminina logo atrás de mim, ao me virar eu vejo uma garota com um sorriso belo e de cabelo loiro.

Ao vê-la eu me envergonho por algum motivo, na maioria das vezes eu lido bem com as garotas, não me refiro como seu um galanteador, mas sim como alguém calmo.

— Valeu — Eu respondo virando meu rosto de volta para o meu desenho.

Ela se senta ao meu lado e permanece me encarando enquanto eu desenho, até que o professor chama os alunos para voltar de volta a nossas barracas, todos fazem uma fila e seguem o professor a caminho do lugar onde estava o acampamento e enquanto isso a garota estranha continuava na minha cola por alguma razão e serei honesto, mesmo que ela fosse muito bonita aquilo continuava sendo assustador.

A noite cai e vários alunos formam grupos e se sentam ao redor das fogueiras e como sempre, eu me mantinha isolado de todos e só para deixar claro não era por que ninguém queria ser meu amigo ou coisa assim ok? Eu ficava sozinho por escolha própria mesmo já eu tinha a sensação de que eu não ia ficar naquela escola por muito tempo também.

O tempo passou e quando eu estava prestes a acabar o meu pacote de marshmallow, a garota de antes aparece e se senta na minha frente e fica em silêncio enquanto me encara.

— Você precisa de alguma coisa? — Perguntei para a garota.

— Meu nome é Agatha — A garota responde.

Eu a olho meio confuso já que eu tinha quase certeza que não tinha perguntado isso para ela.

— Tá? — Respondo.

Eu termino de comer os meus marshmallows e me levanto devagar e me afasto enquanto a olho e vou em direção a minha barraca, eu entro e fecho ela com um suspiro em seguida.

— Isso foi estranho... — Falo para mim mesmo logo antes de cair no sono.

Durante a noite, quando todos já estavam dormindo, eu sou acordado por um som estranho vindo do lado de fora da barraca e com medo que fosse algum animal selvagem, eu como qualquer outra pessoa ignoro o barulho e tento dormir mais infelizmente nessa hora eu ouso um grito vindo de fora então eu olho através de uma abertura da minha barraca e vejo a garota estranha caída no chão apavorada e logo a frente dela havia alguma outra coisa, algo que era difícil de distinguir o que era devido à escuridão mais depois de uma certa dificuldade consigo descobrir o que era... Mais ou menos, aquilo o que quer que fosse tinha o corpo de leão com cabeça e asas de águia, pelo menos foi isso que eu consegui ver, ao olhar aquilo eu tinha quase certeza que eu estava sonhando então dei um beliscão em mim mesmo e percebi que esse não era o caso.

E de novo a garota grita apavorada e infelizmente isso fez o meu lado heroico entrar em ação e independente se aquilo fosse ou não um sonho era melhor prevenir do que remediar, eu sai correndo da barraca gritando tendo a esperança que ia conseguir assustar aquilo para longe, mais como você deve estar imaginando, não deu muito certo, o monstro olhou para mim e simplesmente bateu em mim com a cauda me jogando para trás e voltando a sua atenção a Agatha novamente, ele levantou a sua pata e quando estava prestes à ataca—lá, eu peguei uma das varetas que estavam na fogueira e que por sorte ainda queimava um pouco, e então joguei em direção ao monstro o acertando nos olhos, honestamente nem eu sabia que era tão bom com arremesso.

O monstro finalmente esquece Agatha e então avança contra mim num estado de fúria e por um instante eu não quis tê—lo incomodado.

Ele pula em cima de mim e sem me dar tempo de reação ele tenta me abocanhar mais por sorte, muita sorte, uma flecha prateada atravessa a sua cabeça o fazendo explodir em pó dourado, eu me levanto confuso com tanta coisa acontecendo em simultâneo, até que eu olho para aonde a flecha havia sido atirada e vejo uma garota de cabelo prateado segurando um arco de prata.

— Obrigado pela ajuda —

— Eu não estava te ajudando, estava apenas caçando — Diz a garota enquanto passa por mim e vai em direção a Agatha.

— Levanta-te — Diz a garota ajudando Agatha a se levantar.

— O que era aquilo? — Pergunto a garota que olha para mim de cima para baixo.

— ... — Ela se mantém em silêncio.

— Ah! Valeu eu nem queria saber mesmo — Digo cruzando os braços.

A garota suspira e diz — Aquilo era um grifo, idiota — Diz a garota como se eu fosse obrigado a saber aquilo.

Ela olha para Agatha e para mim e então entrega um mapa para mim e aponta com o dedo para um lugar marcado no mapa.

— Vão para esse local se quiserem continuar vivos — Ela diz logo antes de correr para o meio da floresta novamente.

Eu olho para o mapa confuso, já que aquele lugar aonde ela havia falado não havia nada além de um pequeno resort privado, como eu sabia disto? Bem, eu já havia passado por lá quando era um bebê mais eu não me lembro muito de lá.

Agatha olha para mim com uma expressão confusa e de certa forma eu sabia como ela se sentia mais eu não ligava muito para o que acabou de acontecer já que eu estava com muito sono e cansado, eu a falei para ela ir a sua barraca e dormir que no próximo dia a gente iria conversar sobre o que havia acontecido ali, e com relutância ela aceita e vai dormir e logo eu também vou descansar.

Aliás, meu nome é Hélio... estranho eu sei, mas foi o nome que minha mãe me deu antes de me deixar em um orfanato.

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