Primeiro dia no acampamento meio-sangue.

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No dia seguinte, acordamos cedo e decidimos que seria melhor verificar o local indicado no mapa antes de voltar para a escola. Arrumamos as nossas coisas e partimos em direção ao resort privado. Durante a caminhada, Agatha e eu discutíamos o encontro com o monstro, tentando entender o que havia acontecido.

Chegando ao destino, encontramos um lugar aparentemente abandonado. As construções estavam em ruínas e não havia sinal de vida. Exploramos o local com cautela, até que encontramos uma entrada secreta escondida atrás de um arbusto. Curiosos, decidimos entrar e descobrir o que estava acontecendo.

Ao entrar na entrada secreta, nos deparamos com um mundo completamente diferente. Era uma espécie de acampamento de treinamento, com jovens de diferentes idades praticando lutas e habilidades mágicas. Parecia uma mistura de escola e acampamento militar.

Fomos abordados por um homem alto e robusto, vestido com uma armadura. Ele se apresentou como Mark um dos instrutores daquele estranho acampamento.

— Quem são vocês e o que estão fazendo aqui? — Perguntou o homem enquanto apontava uma espada que parecia feita de bronze para nós.

— Eu me chamo Edward Lang e essa é Agatha, a gente veio aqui por que uma garota de cabelos prateados nos falou para virmos por algum motivo — Eu digo com as mãos levantadas e com medo que aquela espada chegasse perto demais do meu pescoço.

O homem nos olhou de cima para baixou em dúvida até que um garoto da mesma idade que a minha surge e se aproxima de nós.

— Ah! Temos campistas novos! Venham eu vou apresentá-los ao acampamento meio-sangue — Diz o garoto de cabelos loiros com um sorriso simpático enquanto tirava eu e Agatha de perto de Mark que simplesmente nos olhou em silêncio enquanto nos afastamos.

— Nossa que azar ein, primeiro dia aqui e vocês se encontram logo com o pior instrutor haha — Diz o rapaz.

Agatha e eu trocamos olhares confusos, sem entender muito bem do que ele havia falado sobre "meio-sangue".

— Meio-sangue? O que você quer dizer com isso? — Perguntei, curioso e intrigado pelo termo desconhecido.

O garoto loiro riu e explicou:

— Bem, aqui é o Acampamento Meio-Sangue, um lugar para pessoas como nós, que têm pais divinos. Você sabe, deuses gregos, mistérios antigos que vivem entre nós. Você pode ser um semideus, assim como eu e a maioria das pessoas aqui.

Fiquei boquiaberto. Deuses e semideuses? Aquilo parecia surreal demais para ser verdade. Mas, ao olhar ao redor e ver os jovens treinando habilidades mágicas e lutando, percebi que algo diferente estava acontecendo ali.

— Mas deuses e semideuses realmente existem? — Agatha perguntou, parecendo tão incrédula quanto eu.

O garoto loiro assentiu e apontou para um grupo de semideuses praticando arco e flecha.

— Aquela é a prole de Apolo. Ali estão os filhos de Atena, habilidosos na estratégia. Você ficará surpreso com o quanto você vai aprender aqui. Mas vamos, vou levá-los até o chalé dos novatos e apresentá-los aos outros campistas.

Seguimos o garoto loiro, ainda processando toda aquela informação nova. O mundo que estávamos vivendo era muito maior e mais misterioso do que imaginávamos. E agora, parecíamos ter encontrado um lugar onde finalmente poderíamos descobrir quem éramos e qual era o nosso destino.

Após caminhamos mais um pouco a frente, nos deparamos com várias cabanas construídas no estilo da Grécia antiga, o garoto contou que cada cabana daquelas representava cada um dos deuses gregos.

— Você é filho de qual deus? — Perguntei por curiosidade.

O garoto loiro sorriu e respondeu:

— Sou filho de Hermes, o deus mensageiro e dos viajantes. A minha mãe é uma mortal e eu me chamo Gollin, eu me esqueci de me apresentar. E vocês?

Agatha e eu nos olhamos, ainda um pouco surpresos com toda aquela informação. Finalmente.

— Eu não faço a mínima ideia, a gente acabou de descobrir sobre… isso tudo — Disse Agatha. — E você, Edward? — Pergunta Agatha me cutucando com o braço.

Respirei fundo antes de responder:

— Eu... também não sei. Não tenho ideia de qual deus pode ser meu pai. Nunca tive nenhuma pista ou sinal, e isso é muita coisa para ser absorvida — Falo ainda com dificuldade de acreditar em tudo aquilo, digo, como você reagiria se amanhã você derrepente pudesse ser filho de... Zeus? ou talvez Poseidon? Saber que você não é mais um simples humano é assustador e estranho de certa forma.

O garoto loiro colocou uma mão no meu ombro, encorajador.

— Não se preocupe, Edward. Muitos de nós chegamos aqui sem saber. O Chalé de Hermes é para os semideuses que ainda não descobriram a sua linhagem. Tenho certeza de que com o tempo você irá descobrir quem é seu pai divino, isso se você de fato descobrir quem ele é, a vezes que alguns campistas não descobrem que é seu pai ou mãe mesmo durante a vida toda.

Agradeci pelo apoio e seguimos em frente até chegarmos no chalé dos novatos. Lá, fomos apresentados aos outros campistas, e aquela cabana era grande mais mesmo assim estava lotada, eu e a Agatha tivemos que dormir no chão.

Ao amanhecer, todos os campistas foram levados até um salão gigantesco para o café da manhã, eu e Agatha nos sentamos juntos a mesa de Hermes e quando todos haviam se sentados, várias mulheres surgiram do absoluto nada, pareciam terem se manifestadas de repente.

— Aquilo são ninfas, normalmente são elas que entregam e fazem certas tarefas aqui no acampamento — Diz Gollin como se tivesse lido minha mente.

Ninfas encheram todas as mesas com várias porções de comida e quando eu estava prestes a comer todos se levantam e formam uma fila em direção a uma grande fogueira.

Quando chegou a minha vez Gollin me avisou que era para eu fazer uma oferenda ao meu pai ou mãe, que como já está bem claro, eu não faço ideia de quem é, então eu jogo a minha comida na fogueira como Gollin falou e eu rezei para um deus qualquer, deixando bem vago para quem era a minha oferenda esperando que eu não ofende-se nenhum dos deuses já que uma das coisas que eu me lembro sobre os deuses gregos é que eles eram bem vingativos, tipo assim, MUITO VINGATIVOS.

Após todos terem dados as suas oferendas todos se sentam novamente nos seus lugares e finalmente começamos a comer, e honestamente, eu gostei bastante desse lugar já que eu sou órfão, e estar alí significava que eu tinha uma família, tecnicamente todos eram meus primos ou irmãos então eu acho que é meio irônico, um órfão ganha uma família imensa do dia para a noite, e eu acho que eu irei me divertir bastante nesse tal acampamento de semideuses.

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