Minha Salvação

Capítulo Dois

A sala de jantar tinha uma mesa para doze pessoas, mas apenas dois lugares estavam postos, um na ponta da mesa e um a sua direita, Baylor puxou a cadeira a direita para que eu sentasse e avisou que Damon logo desceria, o que aconteceu menos de um minuto depois.

Damon se sentou e avisou que Baylor podia pedir para servirem o jantar, e logo duas cozinheiras entraram trazendo pratos prontos, colocaram e nossa frente e saíram desejando bom apetite, Baylor voltou trazendo uma garrafa de vinho da qual abriu e serviu Damon.

- Gostaria de uma taça? – Baylor perguntou a mim.

- Eu não bebo, mas obrigada.

Damon trocou olhares com Baylor por um instante, antes de manda-lo deixar a garrafa e dispensa-lo. O jantar foi em silêncio, a comida era deliciosa, um macarrão a carbonara excelente, assim que terminei de comer, aguardei pacientemente Damon terminar seu prato.

- Se quiser mais, é só pedir a Elleonor – Ele quebrou o silêncio, sem desviar o olhar de seu prato.

- Estou satisfeita, senhor – Falei baixinho.

Damon soltou os talheres no prato e respirou fundo, pediu a cozinheira para retirar os pratos então encheu sua taça novamente, parecia irritado.

- Para isso dar certo, você precisa parar de me chamar assim, Alysha – Ele finalmente olhou para mim, estava definitivamente irritado – eu não sou seu chefe, não me chame de senhor, me chame pelo meu nome.

Isso ia totalmente contra tudo aquilo que meu pai havia me ensinado, mas eu apenas concordei e esperei com que continuasse.

- Eu gosto tanto quanto você desta merda de acordo – ele contou, me fazendo olhá-lo surpresa – eu não sou uma pessoa de boa índole, Alysha, mas eu também não sou um bosta que sente prazer em se casar com uma criança.

Minha cabeça estava uma bagunça, de tudo que esperava que Damon me falaria, esta sem dúvida era a última delas.

- Acredite quando eu digo, eu tentei acabar com esse casamento, mas o meu pai garantiu que não havia nenhuma brecha e gostando ou não, vamos ter que fazer isso, então vamos ter que entrar em um consenso de como faremos isto.

"Temos algumas pessoas que precisam achar que estamos seguindo o contrato, então teremos que agir como marido e mulher em algumas ocasiões, e para isso temos que saber conviver um com o outro, não espero que você me veja como um amigo, mas precisamos nos dar minimamente bem para isso dar certo, mas além disso você não será obrigada a passar muito tempo comigo – ele fez uma pausa para tomar um longo gole do vinho – temos apenas uma obrigação, que é um herdeiro, mas graças a medicina moderna, não precisaremos dormir juntos para gerar um"

Eu praticamente engasguei com minha própria saliva, literalmente tudo o que meu pai me ensinou nos últimos anos estava indo ladeira a baixo. Não precisaríamos dormir juntos?

- Tenho sêmen congelado para quando o dia chegar, logicamente não quero que engravide agora, você tem só dezoito anos, mas daqui uns dois anos terá que começar os exames para a inseminação, acho que este é um bom tempo para você se acostumar com a ideia.

Eu sabia que estava o olhando com os olhos arregalados e a boca aberta, estava tentada a beliscar meu braço para ver se aquilo não era um sonho, ou pior, eu havia ficado maluca de vez e entrado de vez no mundo que só existe na minha cabeça.

- A única coisa que peço em troca é lealdade, você terá liberdade de ir e vir, fazer viagens, o que quiser, mas temos olhos em todos os lugares, e se você for vista com alguém, é a minha reputação que vai parar no lixo, sei que você como mulher tem necessidades como eu, mas peço que se sentir vontade de algo, sempre peça a Baylor para verificar se é possível.