#038 - Reflexões

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Update: Eu esqueci-me completamente deste capítulo. Hoje é dia 9 de setembro. Finjam que postei isto há 3 dias atrás.

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Este capítulo é de 'aniversário' deste livro.

O dia em que estou a postar isto, caso nada vá contra o plano, é 6 de setembro de 2023. Exatamente 3 anos após a criação deste livro, data também dos dois primeiros capítulos.

6 de setembro de 2020. A minha mente de criança de 11 anos estava completamente entediada, decidindo criar um livro para relatar e utilizar como 'diário' onde escreveria tudo pelo qual passei e passaria.

6 de setembro de 2023. A minha mente de adolescente de 14 anos está completamente entediada, decidindo atualizar o meu livro para realizar uma reflexão sobre tudo o que alguma vez passei e relatei aqui.

Mas, então: O que mudou - para além da idade - entre entes longos 3 anos?

Muita coisa. Em primeiro lugar, o Eu de 3 anos trás acreditava que tudo o que acontecia comigo era obra das tão famosas 'creepypasta'. O Eu de agora acha que precisa de terapia.

Mas continua a haver um facto. Eu não sou mentiroso. Nunca fui e nunca serei. E, concordemos, alguém manteria as suas mentiras por 3 anos? Eu sei que nem toda a gente que conheço acredita quando digo o que já passei (o que é completamente aceitável. Se trocassemos os lugares, eu também não acreditaria), mas o facto é que tudo, absolutamente tudo, escrito neste livro foram coisas que realmente aconteceram.

Claro, podem muito bem ter sido alucinações visuais, auditivas, ou o meu cérebro de 11 anos a ser um pouco de mais. Mas há coisas, como o último capítulo, que eu, pelo mais que queira, não tenho boas explicações.

O facto é que nem eu, nem tu, nem ninguém tem boas explicações. A coisa é que o fandom tem muitos mentirosos - isso é um facto. Além de mentiras, existe fazer as coisas passarem por mais do que são, e alucinações.

Este fandom contém gente de várias religiões e crenças. Eu, falando por mim mesmo, não acredito no sobrenatural. Sou ateu, não acredito em entidades nem nada do gênero. Se me perguntares para explicar os barulhos estranhos que ouvi e as coisas que vi, eu diria que foram alucinações. Se perguntarem a outra pessoa, ela pode dizer que eram obsessores, ou, se perguntares a outra pessoa, ela pode dizer que foram as próprias creepypastas.

A coisa é que o que eu penso não é algo internacional. Cada um pode tirar as suas próprias conclusões, e é isso que vou fazer. Tirar as minhas próprias conclusões.

Naquela altura, eu acreditava cegamente na existência de creepypastas. Nisto, quero dizer 3 anos atrás. O que não é de surpreender, sendo que eu tinha 11 anos. Eu acreditar na existência destes seres fazia-me ficar paranóico o que, por sua vez, fazia eu notar certas coisas.

E isto trás-me ao termo a que eu dou o nome de "reality shaping". Basicamente, todos os dias, a todas as horas, a todos os minutos, acontecem coisas. Pensa neste exato momento. Eu, por exemplo. Eu estou a escrever isto no meu telemóvel, com o computador à minha frente, no YouTube, a ouvir o vídeo-clipe da música Take Me Away das Lash. Eu ouço o som nos meus fones e não estou a olhar para o vídeo-clipe mas, na mesma, vejo os flashes de luz. A televisão está ligada, está a dar os Super Strikas. O som está alto. O meu gato está a correr de um lado para o outro, dá para ouvir o som das patas dele a bater no chão. A minha irmã está a jogar alguma coisa enquanto come, eu consigo ouvir-lhe a mastigar e os jogos de fundo do jogo. O saco do pão estala. Eu ouço os carros e o vento lá fora. Eu ouço o frigorífico a apitar de vez em quando. Ouço a minha respiração, o barulho dos meus pulgares a clicar no telemóvel enquanto escrevo isto. Vejo, do canto da minha visão, o meu cabelo a abanar, as cortinas a abanar, a minha irmã a mexer-se, o meu gato a mexer-se, e muito mais. Isto é só o que eu estou ciente agora que penso nisto.

Mas o que eu não estou ciente? Eu não estava ciente de maior parte das coisas que referi. Eu só estava ciente do meu telemóvel e da música. A minha mente estava a ignorar completamente as luzes brilhantes a vir do meu computador, ou o facto da minha irmã estar no sofá, e a ignorar completamente o som da televisão.

Caro leitor, pensa nisto. Do que estás ciente agora? Estás a ver estas palavras. A ler. Agora para. Pensa no que não estás ciente. Talvez estejas a andar de carro e não estejas ciente do barulho das rodas ou do motor. Talvez estejas na escola e não estejas ciente do barulho de gente a correr e a rir. Talvez estejas em casa e não estejas ciente do barulho irritante do frigorífico de vez em quando, ou o chão ou a mobília a estalar. Isso é o que não estás ciente.

Mas o que é que isto tem a ver com creepypastas?

Bem, já deves ter reparado que, quando pensas no que não estás ciente, tornas-te ciente. O mesmo com as creepypastas. Tu podias não notar o quão escuro o teu quarto fica à noite, ou como alguém da tua escola usa um camisolão branco, ou talvez não tinhas notado no homem que está fora da tua casa e usa um casaco amarelo tipo o do Tim. Talvez não tinhas notado de como o teu telemóvel travava de vez em quando, ou de como tu tosses aqui e ali. Ou dos barulhos da casa quando é de madrugada.

Não estavas ciente disso.

Mas, ao ler estas histórias de terror, ver os sintomas deles, factos, ler outras investigações. Adivinha?

Tu ficas ciente.

E, adivinha outra vez? Começas a procurar por essas coisas inconscientemente.

Por exemplo. Não parece que, quando compras um carro novo, começas a ver o mesmo modelo muitas vezes na rua, mesmo que nunca o tivesses visto antes? Ou adotas um gato e de repente há vários anúncios de gato na televisão que nunca tinhas notado?

Estás a procurar por essas coisas inconscientemente, e estás a encontrá-las.

É isso que acontece quando começas a ler creepypastas. Tu começas a procurar coisas pequenas, "estranhas", inconscientemente, e encontras-as. Não porque estás a ser perseguido ou algo do gênero, mas porque são coisas normais.

Tu reparas, e tornas-te paranóico. E aí começas a procurar por mais coisas. E tu encontras mais coisas. Um vulto? Uma voz? Um barulho estranho? Tu estás à procura disso. Agora também conscientemente, o que te faz imaginar essas coisas.

É um buraco de coelho em que cais mais e mais fundo, até te esqueceres de tudo.

Esta é a minha explicação lógica e científica para quase tudo. Claro, há coisas que ainda não são explicáveis, mas é um ótimo começo, não é?

Uma ótima reflexão para marcar uns ótimos 3 anos de esquecimento e de conseguir sair do poço que é a nossa mente.

Digam-me, qual é a vossa explicação? O que acham da minha? Concordam, não concordam? Se quiserem, podem só pensar nisso um bocado. Refletir, faz-vos bem. Mas, se quiseres compartilhar as tuas ideias publicamente, os comentários estão abertos.

Esta foi a minha reflexão.

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Update: Sinto-me silly. Vou terminar isto com uma referência.

This is my design.

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⏰ Última atualização: Sep 09, 2023 ⏰

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