Capítulo 1 - Página 1: Vida adulta, aí vou eu!

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Estou dirigindo a mais de cinco horas desde a última parada e finalmente chego na pequena cidade de Smalltown. Pequena é relativo, porque pensando na minha cidade natal, Smalltown é até grande. Estou com fome e tenho procurado uma lanchonete faz mais de quarenta minutos. O gps está me guiando para Yellow Flowers e eu espero passar por algum lugar em que eu possa comer antes de chegar lá.

A cidade é bonita, têm praia perto, além de muitos lagos e canais, típico do sul. Avisto um posto de gasolina apontado no mapa do carro, está próximo, preciso abastecer e talvez lá tenha algum lanche.

Dirijo mais uns dez minutos e paro no posto de gasolina. Desço do carro para abastecer e enquanto seguro a bomba observo o movimento. Tem outras pessoas fazendo o mesmo e de repente passa uma mulher cantando, ela parecia feliz, apesar de estar nítido que ela mora na rua, na verdade, ela parecia bem louca, cantando e dançando no meio do posto de gasolina. Eu eu evito olhar muito, porque meus pais sempre me disseram para não olhar muito para essas pessoas meio "loucas", que geralmente estão alteradas, porque elas poderiam achar ruim e vir até mim. Então desvio o olhar para outro garoto que também estava abastecendo o carro, ele estava olhando para a garota e pareceu ter a mesma ideia que eu, porque desviou o olhar para mim no mesmo momento. Nossos olhares se encontraram, eu arqueei as sobrancelhas e apertei os lábios, enquanto levantava os ombros e olhava leve e rapidamente para cima, logo em seguida voltando os olhos para ele e rindo suavemente, o que fez ele rir, por ter percebido que eu estava praticamente falando em sinais sobre a situação.

Quando terminei de abastecer, levei o carro até uma vaga em frente a conveniência e entrei na esperança de encontrar algo bom pra comer, mas tinham apenas alguns snacks, nada de café ou algo mais saudável. Tenho comido snacks desde que iniciei a viagem, meu corpo anseia por algo que tenha passado por uma panela. Pego uma batatinha e ando em direção ao caixa, não tem fila, apenas uma cliente terminando de pagar pelos produtos, então não demoro a ser chamada.

Atendente - Boa tarde! Tudo bem? - ela pergunta educadamente enquanto passa a batatinha - Mais alguma coisa pra você hoje?

Eu - Boa tarde... - olho para o pequeno broche de metal em seu peito estampando seu nome - Ana! Estou bem e você? - respondo mantendo a educação - Por hoje é só isso mesmo.

Atendente - Seis reais, qual vai ser a forma de pagamento?

Eu - Cartão por favor. - ela faz sinal para que eu prossiga com o pagamento na maquininha - Eu sou nova aqui, não conheço muito bem a cidade, na verdade acabei de chegar... - falo e ela me olha atentamente, abrindo um leve sorriso que me incentiva a continuar - eu queria muito um café, você teria algum bom para me indicar no caminho de Yellow Flowers?

Atendente - Claro, tem uma pequena lanchonete chamada "Rose's" que fica muito próxima ao Yellow Flowers. Rose, a dona, é muito simpática e também uma cozinheira de mão cheia. Ela serve café fresco o dia inteiro e também tem cardápio de almoço e janta caso esteja com fome. - ela fala de forma simpática enquanto me entrega o recibo.

Eu - Ótimo! Exatamente o que eu precisava. Muito obrigada, Ana! - agradeço pegando o recibo e me afastando do caixa.

Atendente - Tenha um bom dia!

Eu - Você também! - digo abrindo a porta para sair.

Sigo o gps, não estou longe de Yellow Flowers e já estava começando a me questionar se não passei a lanchonete da Rose e acabei não percebendo, mas quando faltava cerca de cinco minutos para chegar ao meu destino, finalmente vejo uma placa azul muito claro estampada "Rose's" e uma pequena lanchonete no fundo de um terreno médio, com duas grandes janelas de vidro na frente, daquelas que não abrem, apenas para entrar luz, e uma porta dupla, de madeira e também com grandes detalhes em vidro. Paro no pequeno estacionamento e caminho para dentro do local. Ao passar na porta ouço um sininho. O local não está muito cheio e nem vazio, tem uma placa escrito "não temos wi-fi, socialize com as pessoas" que me fez sorrir e lembrar de "Gilmore Girls", na parede lateral tem uma estante de livros e em cima a frase "conhecimento nunca é demais". O balcão e as mesas são de madeira e no fundo toca uma música calma em volume baixo. Gostei desse lugar. Me sento em um banco no balcão e pego um cardápio, rapidamente uma mulher de meia idade com o cabelo enrolado em um coque aparece em minha frente, vestindo um avental e com um pano de prato pendurado no ombro. Quem eu imagino que seja a Rose.

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⏰ Última atualização: Jul 09, 2023 ⏰

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