PRÓLOGO

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Acho que a maioria dos seres humanos tem dentro deles a capacidade de cometer assassinatos

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Acho que a maioria dos seres humanos tem dentro deles a capacidade de cometer assassinatos.
— Richard Ramirez.

A luz foi acesa iluminando todo o orão, havia enormes caixas de papelão empilhadas uma em cima das outras, uma mesa de ferro empoeirada, e no centro uma cadeira ocupada por um homem amarrado com a cabeça coberta, tentando se soltar das amarras que conforme a tentativa rasgavam a pele dos pulsos até sangrar — diante deste, Park Jimin sorria, as mãos dentro dos bolsos da calça social Armani impecável, as mangas da camisa social dobradas até o cotovelo, alguns botões abertos deixando a mostra um pouco do peitoral definido…os cabelos negros como as penas de um corvo, estavam bem penteados para trás, evidenciando um semblante fechado e frígido. Um leve passo em direção ao homem fez o corpo alheio paralisar, o ruído dos sapatos sociais louboutin polidos trouxe pavor a vítima. 

— Consigo sentir o cheiro do seu medo através do suor que escorre pelo seu rosto. — murmurou num timbre rouco e grave, o sotaque tão distinto, o tremor era nada comparado ao que viria a seguir. 

Jimin alargou o sorriso ao retirar o tecido que cobria a cabeça do homem, o loiro piscou diversas vezes até se acostumar com a iluminação, quando os lumes clarearam, vislumbraram o homem diante de si…a beleza que camufla a perversidade.

Um anjo com ações de um demônio. 

— P-por favor. E-eu n-não fiz n-nada. — gaguejou em meio as lágrimas que umedeciam um rosto pegajoso de sujeira, sangue e suor. 

Park caminhou até a mesa, abrindo a bolsa de couro, tirando dali um martelo — voltando a ficar diante do homem, este alargou o sorriso macabro. 

— Fez. Você nasceu, e isso já é algo, certo? Hum? — a ironia escorria pelas palavras debochadas e ácidas. 

Umedecendo os lábios carnudos e avermelhados, Park segurou firme o cabo de couro do martelo — o loiro tremeu, arregalou os olhos, engolindo o grito que ameaçava irromper por sua garganta seca. 

— P-posso lhe pagar. O valor que quiser, só poupe minha vida. Tenho família. — dizia desesperado, arrancando gargalhadas malditas do moreno que não se abalava por nada. Pelo contrário, apreciar o medo, a histeria alheia era um deleite, era como ver o Deus que tanto os religiosos vangloriam e adoram — tão divino e tão profano ao mesmo tempo, poderia tirar delírios do ser humano mais louco que tenha pisado na Terra. 

— Dinheiro não é problema para mim. Sua família ? Que família? — questionou mordendo o lábio para não rir. — Aaaaah, diz sobre qual delas? Espere. Não importa. Matei ambas. — revelou. — SURPRESA. — gritou animado. — Não é interessante? Hum? 
Fiz um ótimo trabalho, juro. Ficou tão lindo, tirei algumas fotos, quer ver? Juro que sou perfeito em tudo que faço, e minhas fotos são excelentes. — comentou eufórico. 

O homem chorou ainda mais, desolado pelas perdas, sentindo o coração acelerar ainda mais pela revelação perversa. 

— FILHO DA PUTA! — gritou o loiro com toda a força que conseguiu reunir. 

A feição de Park  mudou drasticamente, de euforia psicótica para absolutamente nada, balançando a cabeça negativamente, Jimin estalou a língua em total reprovação.

— Que linguajar horrível para um juiz. — lamentou. — detesto pessoas que não vêem brilho em meu trabalho. Sou um artista. E artistas merecem ser reconhecidos. E eu serei. Mas do meu próprio jeito. — frisou. 

Sua caça engoliu em seco, a adrenalina queimou em suas veias, deixando o corpo completamente dormente — Jimin estralou o pescoço, se alongando ou tornando a frustração um meio perfeito de tortura. 

— Vamos começar. Estou morrendo de fome. — murmurou num timbre sombrio. 

Os gritos soaram como músicas, o quebrar dos ossos fazia Jimin gargalhar e continuar com mais afinco — quebrou cada membro, deixando a cabeça por último, a morte demorou para receber o homem mas veio rápido como um raio anunciando a tempestade no início de uma madrugada fria. 

O sangue pingava no chão empoeirado, empoçava na mesa até transbordar, as mãos encharcadas de sangue que ainda estava quente, cada órgão foi removido com extremo cuidado, depositados num cooler com gelo para preservar — o coração fora o último, colocado num pote de vidro, porque este órgão é seu mais novo troféu que irá se juntar aos outros em sua estante. 

O corpo aberto foi deixado na mesa, o moreno pegou os coolers e subiu a escada de madeira que rangia pelo peso — na cozinha enorme e muito bem equipada, Jimin ligou o rádio colocou uma das sinfonias de Beethoven, serviu-se de uma taça de vinho tinto, as mãos sujas de sangue que havia secado…com o olhar totalmente vazio, fitou a escuridão que não permitia ver as enormes árvores ao redor de sua propriedade. 

Tomaram tudo dele. 

É justo que retribua o favor. 

Não importa quem. 

Afinal. 

A morte não escolhe classe social, etnias e sexualidade — e Park Jimin também não. 

A diferença dele para a morte, é que pode se divertir arrancando a alma alheia com as mãos, sentir o sangue aquecer as mãos frias, comer os órgãos e queimar a carne. 

Respirando profundamente num frenesi quase alucinógeno, o moreno gemeu baixo, de olhos fechados sorriu novamente.

Fora uma ótima noite. 

Um belo fim de um domingo enfadonho. 

Precisava de um novo brinquedo. Um que durasse mais, que resistisse mais.

E Jimin começaria a procurar o candidato perfeito para suprir e alimentar seus anseios devassos e demoníacos. 

MINHA OUTRA FACE  🎭  JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora