I - Como as pessoas se desculpam?

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Pov Wandinha

Já fazia quase duas semanas desde que me matriculei nesta escola. Todo mundo aqui é tão idiota quanto os alunos que conheci naquela escola secundária.

Ainda me lembro dos olhares que me lançavam. Mas nenhum desses seres sem cérebro teve a inteligência para dizer algo, exceto Dalton. Ainda me lembro dos seus gritos perfurando meus ouvidos.

Que memória agradável.

Eventualmente, meu plano se transformou em um desastre. Fui expulsa por tentativa de assassinato.

Patético.

Agora pareço uma perdedora que não foi capaz de fazer o trabalho direito.

Minha mãe disse que finalmente estaria entre iguais que me entendem. Ela não poderia estar mais errada. Porque essa garota loira estava realmente me irritando.

"Wandinha, essa escola tem uma política de que você não pode simplesmente fazer o que quiser."

"Eu acredito que posso." Cruzo os braços.

Ela suspira. "Oh não, você não pode espionar as outras pessoas, isso é invadir a privacidade de alguém!"

"Eu não invadi nada. Estava apenas tentando fazer seu namorado calar a boca. A voz dele era realmente irritante." Falo em tom de deboche.

"Ele não é meu namorado!" Ela exclama. "E se você realmente quisesse que eu abaixasse o som, poderia ter pedido educadamente!" Fala devagar como se estivesse falando com uma criança.

"Você estava fora e ele continuava tagarelando, então eu lidei com ele sozinha."

"Ah!" Ela grita de raiva. "Eu sei que você não gosta das pessoas, mas pelo menos deveria respeitá-las!"

"Respeito? Só mostro respeito para aqueles que o merecem."

"E quem seriam 'eles'?" Ela faz aspas com os dedos enquanto se senta na sua cama.

"Com certeza não você, loirinha. Quando olho para você, as seguintes emojis vêm à mente: corda, pá, buraco."

"Sinceramente... Não sei por que me incomodo em lidar com você."

Enid lançou um olhar furioso para mim antes de se virar e encarar o seu lado do quarto.

Eu faço o mesmo, me dirigindo à saída.

Enquanto deixava o prédio, o ar frio atingia seu rosto e seus membros, fazendo-me tremer.

Pov Enid

Como alguém lida com uma colega de quarto fria, estranha e rude?

A resposta é que não dá.

Entendo que ela tem a sua maneira de ver as coisas. Eu só tenho sido compreensiva e amigável com ela.

Mas ela nem sequer para pra considerar como as outras pessoas se sentem.

No que eu estava pensando? Por que me apaixonei por el...

Oh, não.

Ok, Enid se concentra, pare de pensar nela por um minuto.

Pov Wandinha

Depois de alguns minutos, decidi voltar para o dormitório.

Quando ela abri a porta, a primeira coisa que notei foi o choro silencioso e o som de soluços vindo de Enid.

Me aproximei da cama dela e me sentei.

Enid percebeu minha presença, mas não disse uma palavra. Já eu finalmente teve coragem de falar.

"Gostaria de pedir desculpas"

Enid não virou para me olhar. "Por ter feito o que?" Ela perguntou com lágrimas nos olhos.

"Pelo meu comportamento. Agora percebo que estava sendo imatura e teimosa."

"Tudo bem, te perdoo."

"Posso ir para a cama agora, por favor? Conversaremos amanhã."

A loira ficou em silêncio por um longo tempo, sem saber o que fazer.

Após alguns segundos, a lobisomem sentiu duas mãos envolverem sua cintura, puxando-a para um abraço.

Eu estava fazendo isso.

Esse movimento repentino a surpreendeu, ela não conseguia compreender o fato de sua colega de quarto estar abraçando-a.

Ela virou a cabeça e me viu atrás dela, tentando olhar para qualquer outra direção no quarto para evitar contato visual.

Esse comportamento trouxe um sorriso ao seu rosto e uma sensação familiar de calor que ela sentiu pela por mim desde que a viu pela primeira vez.

Enid então colocou as mãos sobre as minhas mãos, entrelaçando os dedos. Deixei escapar um pequeno suspiro dos lábios de, mas ela tentei disfarçar.

"Isso significa que você aceita minhas desculpas?"

"Aceito. Mas há mais uma coisa que eu quero que você faça por mim."

"E o que seria?"

Enid soltou as minhas mãos e se virou para me encarar.

"Uma simples desculpa não vai te salvar... e um abraço não é suficiente. Mas um grande sim!"

Enid pulou em cima de mim, me preenchendo na cama e tirando o ar de meus pulmões.

A loira riu da minha reação confusa.

" Se considere sortuda, lobisomem, porque outras pessoas que tentaram me torturar não saíram vivas."

"Hum... claro." Ela fala com um tom irônico.

"Eu te odeio."

Enid então encostou a testa sua testa na minha. "Também te amo."

"Eu não disse nada diss-"

Enid me interrompeu com um "Shh" e selou seus lábios com os meus.

Aconteceu tão rápido que eu levei um tempo para entender o que Enid havia acabado de fazer.

A loira também congelou no lugar tentando analisar suas ações.

"... Você acabou de-"

"Vá dormir. Agora." Ela mostra um lado furioso que eu nunca tinha visto.

Enid fechou os olhos tentando enterrar seu rosto no meu pescoço

Seu rosto tinha uma tonalidade vermelha profunda e o mesmo acontecia comigo.

Os meus olhos estavam arregalados. Fiquei em branco por um momento e quando olhou para minha colega de quarto, ela estava dormindo.

Eu também sentiu suas pálpebras ficando cada vez mais pesadas e lentamente adormeci.

Na manhã seguinte, nós estávamos dormindo profundamente, abraçadas uma à outra.

Enid fez um som sonolento e depois de alguns minutos abriu os olhos e viu que eu também estava acordanda.

Ela respirou fundo e se aconchegou mais perto de mim, ela olhou para cima e sorriu quando nós olhos se encontraram. "Bom dia."

"Precisamos conversar sobre a outra noite."

"... Volte a dormir."

O dia passou enquanto as duas garotas tentavam constantemente não olhar uma para a outra de forma estranha.

Nenhum dos capítulos desse livro é da minha autoria, todos pertencem a  Isthataduckorchicken  ela me deixou traduzir do inglês para o português.

Wenclair one-shotsOnde histórias criam vida. Descubra agora