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UM TAPA FOI DESFERIDO NO MEU ROSTO, mas uma vez apanhando por motivos fúteis, mas que para os meus pais são coisas extremamente graves e que se não forem feitas o mundo vai acabar.

- Vá para o seu quarto Maytê! - Meu pai exclamou bravo

- Vocês chamam aquilo de quarto? Sinceramente, não sei por qual motivo eu nasci, se vocês querem uma empregada contratem! vocês tem dinheiro suficiente para isso, eu sou a filha de vocês!

- Vai para o seu quarto agora Maytê Eduarda, da próxima vez arrume o quarto de sai irmã quando nos mandarmos, eu não aceito desobediência nessa casa.

- Fala isso para sua filhinha maravilhosa, ela que desobedece vocês todo dia. - Me referir a clara

- Não fale assim da Clara, ela não é que nem você!

minha paciência se foi completamente depois da fala de minha mãe, fui para o meu quarto com os olhos lacrimejando, sinceramente eu não sei o que o meu eu fez na vida passada para eu tá passando por isso.

Eu não arrumei o quarto da minha irmã porque estou cansada disso, eles simplesmente mandam eu fazer tudo como se eu fosse uma empregada, acordar cedo, fazer café da manhã para os preguiçosos que eu chamo de família, arrumar a casa, fazer a lição da escola da minha irmã, me arrumar para escola, fazer a minha lição minutos antes do professor chegar na sala, fingir que estou super bem e que não estou morrendo de sono pelo fato de não ter uma noite de sono decente desde do dia que eu comecei a andar, chega em casa e fazer a janta, as vezes com a ajuda do meu irmão que é o único que parece se importar comigo. essa é a minha rotina todos os dias desde do dia que aprendi a usar minhas pernas.

Acho que isso é um pouco demais para uma garota de treze anos e meio, muitas das minhas colegas de classe estariam no shopping uma hora dessa, enquanto eu estou chorando no meu humilde quarto que fica debaixo da escada, eu sou praticamente a cópia do Harry Potter, so tá falta o Hagrid derrubar minha porta e falar que eu sou uma bruxa.

Ouço os passos da minha irmã e logo areia cai sobre minha cabeça, ela pulou na escada. Fala sério Dumbledore cadê o monte de coruja enfestando a minha casa de cartas?

Eu sempre quis ser o Harry Potter, mas não era desse jeito que eu me referia Deus!

Limpei as lágrimas que insistiam em cair dos meu olhos e me olhei no espelho, as olheiras eram visíveis em meu rosto, meus olhos vermelhos de tanto chorar, o cabelo todo desgrenhado e o suor que escorria pelo meu rosto, no meu humilde quartinho não havia muita fonte de ventilação, além de um ventilador pequeno que ganhei de presente do Lucas escondido dos meus pais.

Respirei fundo e sair do meu quarto indo até o banheiro, mas clara passou na minha frente e entrou primeiro. Deus no dia que eu surtar e matar todo mundo dessa casa não me leve para o inferno, entendido?

Respirei fundo novamente e me encostei na porta até ela sair, haja paciência, uma coisa que eu não tenho.

- Clara eu não sei se você sabe, mas eu também tenho ue banhar para ir para aquele inferno de escola

- problema seu garota, deixa eu banhar em paz. Você já fez meu trabalho de português?

- Já clara, agora por favor sai logo desse banheiro!

- Banha no do meu quarto Maytê, eu já banhei. - escutei a voz de Lucas, o único que parece ter um pingo de inteligência no cérebro nessa casa - além de mim claro -, falar

- Valeu Lucas, posso usar o teu shamppo?

- Pode sim Duda, vai lá.

sair correndo pro quarto dele e banhei o mais rápido que pude, lavei meu cabelo com o shamppo e o condicionador caro do Lucas, tem um cheiro de morango tão bom.

「 *** 」

- Maytê, você tá dormindo na aula denovo, recebi várias reclamações de professores sobre você. Não consegue se concentrar direito, tá sempre dormindo e quando não está dormindo, está no mundo da lua. Você tem dormido direito recentemente em casa Maytê?

Era comum esse tipo e pergunta vindo da diretora da minha escola desde do dia que eu cheguei na escola com um olho roxo, depois de tanta insistência eu acabei contando que minha mãe havia me batido, ela ameaçou chamar a polícia mas eu não deixei, ela conversou com a minha mãe e falou que chamaria a polícia se aquilo continuasse, minha mãe e meu pai pararam por dois meses, mas depois voltou.

- Eu só tô alguns problemas para dormi, descobrir que tenho sonambulismo, então as vezes eu nem durmo com medo de fazer merda, esses dias eu cai da escada.

Era mentira, eu não era sonâmbula. Mas a parte da escada era verdade, só que foi a minha querida irmã que me empurrou.

- Entendo, tente dormir Maytê. Ficar sem dormi não é legal e não faz bem apra a saúde. Pode ir para o recreio. Qualquer coisa eu estou aqui. - Ela sorriu acolhedora.

- Obrigada pela preocupação dona Angela.

Segui até o pátio e rodei meus olhos pelo lugar enorme, havia vários grupinhos, eu não participava de nenhum em específico, sempre andando pra lá e pra cá com pessoas diferentes, não é como se eu fosse super popular e amiga de todo mundo, na verdade eu só falo com umas três pessoas nessa escola que as vezes me arrastam pra andar com elas e o grupinho delas

- EI MAYTÊ, VEM AQUI! - escutei a voz de Nathália uma garota da minha sala me chamar. Olhei para onde a mesma estava, ela tava sentada em uma roda de pessoas com uma garrafa no meio.

Verdade ou desafio.

Ah não, eu não vou brincar disso não.

Sorri para ela e andei em sua direção.

- Senta aí e brinca com nós.

E eu como uma boa idiota que não sabe dizer não, eu sentei.

Eu sou azarada, vai cair eu logo de cara certeza

Não falei? caiu, e pra piorar eu vou responder.

- Verdade ou desafio Maytê? - O garoto que acredito o nome ser Leandro perguntou.

- Desafio. - Eu disse. Uma garota sussurrou algo no ouvido do garoto que deu aquele sorrisinho de criança que vai aprontar alguma.

Tenho medo.

- Eu te desafio a passar uma cantada para o Henrique Lemos.






OLÁ! espero que tenham gostado do primeiro capítulo, um beijo.

CINDERELA ' HENRIQUE LEMOSOnde histórias criam vida. Descubra agora