The BloodBound

Prólogo.

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Era um fim de tarde frio; o vento forte batia nos galhos das árvores, criando uma harmonia perfeita com a neblina que envolvia a cidade. As primeiras gotas de chuva caiam nos asfaltos gelados, como lágrimas grossas.

O sino da única igreja que existia na cidade soava com seu ruído enferrujado, avisando que o dia finalmente havia chegado ao fim. A medida que a noite se aproximava, a cidade se envolvia em uma atmosfera misteriosa e serena.

As luzes das ruas continuaram a brilhar, pintando o cenário com tons amarelos e alaranjados. As pessoas, protegendo-se do frio, permaneceram em suas casas, buscando conforto e abrigo.

Enquanto isso, Chifuyu Matsuno caminhava pelas ruas com o seu guarda-chuva, parecendo se fundir com as sombras que se alongavam. Seus passos eram silenciosos, e ele parecia perdido em pensamentos, absorvido em suas próprias reflexões.

O sino da igreja, mesmo enferrujado, contínuo a ecoar em intervalos regulares, lembrando a todos que o tempo estava em constante movimento. O som melancólico transmitia a sensação de que ali, naquele momento, o mundo estava suspenso entre o passado e o futuro, capturado por uma linha tênue que separava a noite do dia.

Enquanto os minutos passavam, a chuva se intensificava, criando-se uma pequena melodia suave que acompanhava o som do sino. Chifuyu encontrou abrigo na grande igreja, que se encontrava quase vazia, se não fosse por um homem sentado na segunda fileira da frente.

Ele se sentou na coluna do meio, observando o rapaz de longe enquanto escutava o barulho da chuva cair e vela derreter conforme o fogo fluía. Encarou o rapaz sentado, observando sua jaqueta de couro e seu coque frouxo.

Chifuyu não conseguiu ver seu rosto por causa da distância, mas ele sabia que o homem encarava a estátua de Jesus na Cruz, que se encontrava em cima do púlpito, pregada na parede.

A atmosfera se encontrava pesada, talvez fosse o frio lá fora, ou o rapaz sentado à frente, ou até mesmo o som do corvo que estava deixando-o irritado. Chifuyu não sabia dizer, mas sua atenção estava focada no homem.

Matsuno suspirou fundo e encarou as janelas embaçadas pensando no dia cansativo que teve na casa de Yuzuha; ele só queria comer e deitar-se em sua cama confortável.

Colocando as mãos nos ombros, o garoto sentiu o frio arrepiar sua pele. Ele não esperava que o frio e a neblina dominassem a cidade nos dias de verão, ele sequer estava preparado para uma tarde assim. Suspirou novamente e olhou para o lugar onde o homem de mais cedo deveria estar.

"Ele sumiu?" Pensou Chifuyu, estranhando a falta de presença. Como era possível alguém desaparecer tão rápido assim? O garoto nem ao menos o viu passar perto de si. Talvez o frio o tivesse feito delirar, mas não, ele não estava louco.

Encarou a estátua de Jesus, ponderando sobre a situação estranha, mas foi ai que um raio caiu, atingindo o púlpito bem em frente à estátua. Seu coração acelerou por dois segundos, assustando-o. Ele se levantou rapidamente, pegando seu guarda-chuva e abrindo as portas da igreja, escutando o rangido irritante.

Ao sair para o exterior, uma chuva intensa castigava seu rosto e seus pensamentos se voltaram novamente para o homem misterioso que desapareceu tão misteriosamente. Matsuno olhou ao redor, mas não havia sinal do desconhecido em nenhum lugar, então ele apenas seguiu portão a fora.

Ele não iria esperar a chuva parar, pois ela parecia não ter fim, então apenas seguiu para casa, colocando em sua mente que ele realmente havia visto um homem e não uma assombração.

Mas de longe, escondido em meio a neblina da noite, encontrava-se aquele que faria sua vida virar-se de cabeça para baixo. Sua perdição o encarava, observando-o se afastar cada vez mais e mais, até sumir na sombras.

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