capítulo um

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Louis adorava seu trabalho. As crianças correndo, se sujando de tinta e pedindo ajuda para prender os cabelos. Ele adorava segurá-las para dormir e vê-las comer.

– Lou, você quer uma onça ou um jacaré? – Lexie, uma menininha bonitinha de cabelos loiros, perguntou, as mãozinhas gordinhas segurando um pilot amarelo.

– Hm, que tal os dois? – Ele sorriu, passando a mão na cabeça da criança.

Louis Tomlinson, vinte e três anos, ômega. Solteiro há... vinte e três anos, morando sozinho em um apartamento quarto e sala. Sua família no interior e ele na cidade grande, já muito cansado para ser um jovem boêmio, mas sem realmente um motivo certo para se assentar.

Louis ama crianças. Sempre amou, mesmo quando ainda era uma. Ele amava a sensação de cuidar e proteger, das mãozinhas tocando seu rosto e de ser fonte de aconchego. Tinha muitos irmãos, e cuidava de todos como seus filhos, sendo o mais velho. Quando se formou na escola, foi fazer pedagogia. E desde então, ele trabalhava em uma pequena e familiar creche, nos arredores de Londres, sendo professor do infantil. Cada ano ele trabalhava em uma turma diferente, mas ele honestamente preferia as crianças de quatro anos. Elas ainda eram fofinhas e infantis, mas também sabiam conversar e perguntar.

Louis sempre foi muito caseiro. Ele já tentou sair à noite e voltar apenas de madrugada, mas ele odiava luzes na sua cara e bebida. Ao mesmo tempo, ele queria achar um príncipe encantado, casar-se e ter muitos filhos. Um time de basquete, ele acha. Viver em uma casa grande, que estaria sempre cheia. Um alfa dedicado e carinhoso.

Ele gostava da ideia de ser dono de casa. Sabia que havia muitos ômegas por aí que lutavam pelos seus direitos de trabalhar e se prover, quebrar esse estereótipo de donos de casa e servidores ao lar. E Louis realmente os admirava, mas não conseguia imaginar-se fora do seu desejo. Ele entendia que a luta era a favor do direito de escolha, e não contra ômegas apenas em lares, mas ele se sentia um pouco mal em estar seguindo o estereótipo que todos impunham contra ele. Se sentia falhando com seus iguais.

Mas de qualquer jeito, ele também não fazia a mínima ideia de onde achar tal alfa que tanto almejava, se mal sair de casa ele saía. Às vezes Niall o chamava para alguma festa, e às vezes ele até ia, mas não parecia certo.

De qualquer maneira, ele ia para aquela creche de segunda a sexta, e lá encontrava o motivo de sua felicidade. Era uma turma pequena, de quinze criancinhas, de três a cinco anos. E elas o adoravam, o chamando de Lou e pedindo colo.

Louis era dócil. Não um idiota, e certamente não um inocente, mas sim completamente gentil e doce. Ele odiava confrontos, mas entendia suas necessidades. Ele falava baixo, mas ria absurdamente alto. Era bonito como queriam que um ômega fosse, mas não submisso. Agradava a todos, principalmente às crianças. Tinha um cheiro bom de açúcar e canela, e um toque delicado de mãe.

– Bem, está na hora do lanche. – Ele bateu palminhas, e as crianças o atenderam na hora. Eram raras as pirraças em sua turma. – Vão lavar as mãos e se sentem, a Lana vai pôr o papa no pratinho de vocês.

Eles assentiram, formando uma fila no banheiro.

– Lou. – Ele ouviu o chamado. Alissa era uma alfinha tão lindinha, cabelos castanhos e encaracolados, os olhos verdes musgos. Ela era sempre tão manhosa, sempre nos braços de Louis, enfiando o nariz em seu pescoço, sentindo o cheirinho de canela.

– Fala, meu amor. – Ele diz, a pegando no colo, enganchando as pernas pequenas ao redor de seu tronco. A menina imediatamente rodou os braços pelo seu pescoço, enfiando os dedinhos no cabelo do professor.

Louis sempre dizia que não tinha favoritos, que era como uma mãe com seus filhos. E em partes era verdade, porque não havia distinção de tratamentos entre as crianças, e ele não preferia uma à outra. Com exceção de Alissa. Ah, ele amava Alissa. Ela era a sua favorita. Tão educada, tão linda, tão gentil.

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