Caminho errado

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Enquanto a festa prosseguia, um pouco longe dali um grupo de amigos se despedia para descansarem da longa e maçante viagem. Gale olhou no relógio e viu que já passavam das duas da manhã, e mesmo assim Peeta e os outros não tinham chegado. O rapaz teve que se controlar, respirar fundo e contar até dez para não ir buscar o menor.


Dentro da barraca, que parecia maior agora que Peeta estava fora, Gale rolava de um lado para o outro. No início ele estranhou toda aquela preocupação com o moreno, mas ponderando seus pensamentos ele chegou a conclusão, que Peeta era como um irmão mais novo que ele nunca teve. Os dois sempre estudaram juntos, e quando caçoavam do baixinho Gale sentia uma enorme necessidade de protege-lo. Achava Peeta ingênuo demais, inocente como um coelho que anda no meio do lobos famintos sem nem se dar conta.


A cabeça de Gale estava cheia, ele precisava urgentemente espairecer. Então pegou o celular, quando viu o nome de Peeta aparecer teve que resistir ao impulso de pressionar a dele e ligar para o moreno perguntando se ele estava bem, mas então fez o que deveria fazer, continuou deslizando a tela com o polegar, para então achar o numero da namorada, discou e conseguiu relaxar um pouco quando ouviu a voz dela do outro lado da linha

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Com o passar dos goles, a bebida vermelha dos Hungers parecia cada vez menos amarga. Muitas das pessoas que lançavam olhares mal criados no inicio da festa, agora festejavam juntos com uma felicidade repentina. Por um momento nenhum deles parecia se importar com a competição que estava vindo. Muitos dos que estavam na festa se beijavam como se não houvesse amanhã, pareciam sedentos e desesperados pela parceira.


–- Agora que eu entendo porque o nome da equipe é Hungers – Falou Peeta para Katniss sem tirar os olhos de uma casal da equipe vermelha que se agarrava fervorosamente sem nenhum pudor.


O moreno olhou no celular e constatou que já estava tarde, estava prestes a chamar Katniss quando viu que ela trocava uma conversa animada com um dos membros da equipe dos Hungers. Então o menino só sinalizou que estava indo e a menina assentiu com a cabeça e deu uma piscadela nada discreta e depois se voltou para o garoto.


Peeta estava um pouco tonto, então andou a dar leves tropeços. A floresta agora parecia um tanto quanto mais confusa. Ele já devia estar na metade do caminho quando ouviu os galhos atrás deles estalarem e um arbusto próximo começar a se mexer. Uma onde de pânico percorreu o corpo de Peeta e o fez ficar paralisado por alguns segundos, tudo que o menino queria naquela noite era ser devorado por um puma selvagem. Ele até queria correr, mas não conseguia, seu corpo dizia para ele ficar parado e aceitar a morte eminente, e assim o fez, fechou os olhos e cerrou os punhos, esperando pelo bote do animal.


–- Peeta , tá tudo bem ? – Disse uma voz conhecida, se divertindo com a situação.


O menino se arriscou a abrir um dos olhos, e se deparou com Cato, com os braços cruzados e rindo da situação.


–- Ah, é você Cato ! Achei que fosse um puma – Falou o menino com naturalidade.


O loiro não pode deixar de rir mais uma vez, então era assim que o moreno ficava quando já estava mais alto por conta da bebida, pensou ele.


–- Não, não sou um puma , sou só o Cato.


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