Oi! Queria pedir desculpas por não ter respondido os comentários do capítulo anterior, mas eu perdi o meu avô esta semana e ainda não tive cabeça para respondê-las como merecem, ok?
Em breve, respondo todos.
* * *
Chovia bastante durante o funeral de Bianca e desde que era criança ouvia a mamãe dizer que são as lágrimas que o céu derrama de felicidade por receber de volta alguém tão especial. Mas, apesar do temporal com direito a trovões e relâmpagos, eu não achei que as lágrimas fossem suficientes e derramei mais algumas. Não dava para não chorar, ainda mais depois de ouvir Téo agradecendo a nossa presença.
Bianca não tinha absolutamente ninguém na vida, além dele e da família dele e, agora, estávamos todos ali, homenageando-a. Meus amigos e minha família. Era triste demais. Eu queria muito tê-la conhecido, queria muito que ela tivesse tido a oportunidade de viver mais e de se aproximar de nós.
Que grande droga! Por que as pessoas precisam morrer tão cedo e por coisas tão inúteis? Só porque eu prometi? Isso não pode ser justo!
Joguei um jacinto púrpuro para ela, em sinal de meu pedido de desculpas por tê-la feito passar por isso, e depois disso caminhamos de volta para nossos carros.
— Não quero que fique assim, Kate. – Téo disse assim que chegamos aos carros. — Você estava pedindo desculpas para ela. Por quê? Pare de se sentir culpada pela morte das pessoas, ok? – ele me puxou para um abraço. "Aham", falei com o rosto enfiado em seu terno e enquanto derramava mais algumas lágrimas. Nós dois.
Sei como é isso. A gente tenta controlar a tristeza, tenta parecer bem para permitir que a pessoa siga seu caminho, mas quando recebemos um abraço ou um carinho o mundo desaba. Infelizmente, não é nenhuma novidade para mim.
— Posso lhe apresentar ao meu pai? – olhei-o um pouco envergonhada, mas aceitei. — Pai! – o senhor parado perto do carro de Téo, segurando um guarda-chuva, nos olhou e rapidamente se aproximou.
— Pensei que nunca fosse me apresentar à sua namorada. – ele sorriu e me puxou para um abraço. — Seja bem-vinda à família, querida. – que lindo!
— Muito obrigada, senhor Daman. – agradeci tamanho carinho e não posso dizer que estava surpresa porque seria mentira. A mãe e a avó dele também tinham me recebido da mesma maneira.
— Agora entra no carro para não se molhar. – ele falou enquanto me olhava debaixo do seu guarda-chuva.
— Eu ainda vou visitar alguns parentes com a minha família. – falei.
— Ok. Fique com meu guarda-chuva então e tome cuidado. – ele me deu um beijo no rosto e entrou no carro.
Caminhei com o guarda-chuva na direção de onde a minha família já devia estar e tem algo que eu sempre faço quando venho aqui: apenas olho para o chão. Não gosto de ficar olhando a lápide de desconhecidos porque parece um abuso e porque fico me sentindo mais pesada pela perda do que já me sinto por visitar os meus parentes. Além do que, muitas vezes, eu me pegava pensando naqueles nomes e ficava com medo de atrapalhar seus caminhos.
Já na metade do caminho, mamãe estava retornando com a minha irmã e meu primo.
— Achei que tivesse desistido, Kate. – minha mãe falou. — Você demorou demais e é melhor irmos embora por causa da chuva.
— Eu vou rapidinho. É porque estava me despedindo do Téo. – justifiquei e comecei a caminhar.
— Com aquele garoto? Você não está namorando ele, está? – não sabia que mamãe odiava o Téo.
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A Maldição Gricem (Livro 2 - Saga A Herdeira)
FantasíaTrês despedidas. Uma decisão. Sacrifício. Kate aceitou sua herança, mas não tinha ideia do que o destino lhe reservava. Destino?! Provavelmente não. Agora uma importante decisão deverá ser tomada, mas quais serão as consequências? A vida vale qualq...