A chuva tremeluzia lá fora. Sirius estava sentado numa cadeira em frente a janela, olhos azuis atentos a qualquer sinal de que a chuva iria finalmente acabar. Não funcionou, ele estava sentado parecendo um maníaco há quase uma hora, e a chuva só parecia cair cada vez mais forte. James aparecia vez ou outra para convidá-lo a jogar xadrez, e até sua mãe o ofereceu um copo de chocolate quente, que ele havia bebido tudo e estava segurando firmemente a xícara de porcelana na mão.
Ele não deveria desistir por causa de uma chuvinha, ele era um Potter, afinal. Então esperava ansiosamente a chuva parar para que, enfim, pudesse completar mais um dia indo até a floricultura duas ruas depois de sua casa. Era o Vigésimo sétimo dia que ele iria passar na floricultura e comprar uma tulipa, sob o pretexto de que eram as preferidas de sua mãe, Euphemia. Uma mentira enorme, porque apesar de sua mãe adorar jardinagem, ela nunca pediu a ele para que comprasse flores.
O único motivo — Ou melhor, a única pessoa — que fazia Sirius levantar seu traseiro preguiçoso de sua cama confortável até demais e se aventurar nas ruas de Londres, era o vendedor da floricultura, Remus Lupin.
Ele ainda lembrava-se perfeitamente de como aconteceu. Euphemia e Fleamont, seus pais, tinham acabado de completar trinta anos de casados, e Fleamont reuniu os filhos para que juntos fossem escolher um belíssimo buquê de flores para a esposa. Apesar de terem sido adotados, Sirius e Regulus nunca haviam se sentido como se não fossem da família; isso se devia também ao fato de terem sido adotados quando ainda eram bem pequenos e mal sabiam pronunciar uma palavra direito.
Fleamont estava todo preocupado olhando de loja em loja e em qualquer lugar que tivesse uma flor na frente ( o que fez ele entrar num açougue achando que era uma floricultura), e foi então que Regulus apontou para um estabelecimento coberto de canteiros de flores coloridas e perfumadas, o garoto resmungou que aquela era a floricultura favorita de sua amiga Pandora, e que eles deveriam entrar e dar uma olhada. James praticamente arrastou o pai e os irmãos para dentro.
Enquanto tentava, inutilmente, descobrir quais flores e plantas estavam postas, ele viu alguém descarregar algum tipo de carga ao seu lado. Olhou para o lado e bam! O garoto mais bonito que Sirius já vira na vida estava bem ao seu lado. Pele branquinha coberta de cicatrizes, algumas claras, outras mais escuras; algumas pequenas, outras grandes, como a de seu nariz. Tinha um cabelo castanho-claro muito bonito e olhos igualmente belos. E Sirius ficou bem uns cinco minutos parado tentando raciocinar o que é que estava acontecendo. Porque, puta que pariu, aquele sorriso dele havia feito o coração de Sirius martelar fortemente.
Desde então, todos os dias, ele tem indo até a floricultura. Fez um plano muito bem arquitetado, e stalkeou tudo o que podia do garoto. Ele se chamava Remus Lupin e tinha se mudado há pouco tempo com os pais para aquela região de Londres. A floricultura sempre abria às nove horas e fechava às sete. Então Sirius fez um plano perfeito: ele jamais poderia ir de manhã, para que Remus não achasse que ele estava indo lá só para vê-lo, e que ele ficava contando as horas até que a floricultura abrisse ( o que não era exatamente uma mentira). Ele também não poderia ir às dezenove horas, porque o garoto poderia fechar o estabelecimento mais cedo por motivos pessoais. Então Sirius decidiu sempre ir às quinze horas.
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FLOWERS | ONE SHOT | WOLFSTAR
FanficOnde Remus trabalha numa floricultura e Sirius começa a ir lá todos os dias só para vê-lo. - É por conta da casa. - Tem certeza? - Absoluta - Remus sorriu.- Já que hoje é o Vigésimo sétimo dia em que o senhor vem comprar algo na floricultura. Crédit...