Lawyer's office

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pov Clara

dava tudo pra dormir ao lado dela, mas minha mente sempre esmaga esse sentimento que está nascendo, já sinto falta dela e minha mente tenta convencer que não sinto, ela é apenas uma estagiária, eu não posso me envolver, além de tudo tem o Theo, ele é meu marido e não ia gostar nada de saber que eu estava arrastando asas pra minha estagiária nova, apesar dele ter feito o mesmo com a minha antiga.

Clara foi dormir pensando naquilo, acordou várias vezes durante a noite, abraçando um travesseiro, sonhou com Helena, pensava em ligar, aquilo tava sufocando, ela queria dizer e ao mesmo tempo não queria. Ainda não se permitia um novo amor, não se permitia se ver livre do Theo. Clara tinha a maior e a mais triste das dependências: a emocional! Theo sempre falava pra ela que a mesma nunca conseguiria alguém melhor que ele, e se conseguisse era coisa de cama e apenas isso, pois segundo ele: ela servia muito pra transa. É de embrulhar o estômago, caro leitor, é de vomitar, passar mal. O homem era um porco. Ela não fazia ideia do quanto ele a faz mal, ou se fazia, achava que merecia aquilo, mas por que? Desde muito cedo Clara enfrentava muitas dificuldades familiares, seu pai foi seu abusador durante anos e ninguém nunca acreditou nela, eles viviam uma farsa na família, seus pais eram ricos. Seu pai a abusava, sua mãe fazia comentários horrorosos sobre ela, coisas que não saiam da cabeça de Clara: gorda! burra! inútil! ninguém nunca vai gostar de você! porcaria! Essas lembranças não saiam dela, nunca! Quando a advogada resolveu sair de casa não teve apoio de ninguém e tudo que construiu foi por conta do seu esforço: seu escritório, sua vida profissional, sua faculdade que foi paga por ela, mesmo tendo pais muito ricos, ela vendia doces pra conseguir pagar o valor da bolsa que tinha. A Clara tinha muitos traumas e todos a paralisavam. E mais uma vez ela se encontrava travada, estava se apaixonando mas do outro lado, tinha seu filho, tinha Theo, tinha todas as coisas que viriam na frente do maior querer na mais velha.

Foi o final de semana mais longo que já existiu, era desesperador pro seu coração, ela recebia umas mensagens muito fofas de Helena do tipo: "oi meu amor, como você está?" "queria tanto te ver hoje, Clara" "acho que você está ocupada, mas ouvi essa música e lembrei de você" aquilo me fazia sentir uma irresponsável, eu não sabia o que responder mesmo querendo, ela era amorosa e linda, eu não estava aos pés dela. Eu tinha de tomar uma decisão mas além de gostar muito da Helena ela era uma ótima estagiária, ainda queria ela ali, mas eu também não podia deixar as coisas se agravarem e magoar ainda mais Helena, eu não tinha esse direito. Precisava de um ponto final e eu ia fazer isso.

pov Helena

Clara mal conversou comigo esse final de semana, muito estranho ela respondia o básico, isso não era comum depois do que a gente viveu, Clara era muito cuidadosa, em todos os lugares ela dava um jeito de fazer algum carinho, que aliás, muito gostoso. Até que enfim chegou segunda e eu ia vê-la. me organizei de meu jeito nada muito formal, mas muito elegante, estava aprendendo cada dia mais a me vestir. Fiz meu longo  caminho até o escritório e dessa vez Clara e eu chegamos a mesma hora.

Bom dia, doutora! - Helena
Bom dia, querida- Clara- Está muito linda, radiante!
Obrigada dr Clara, você também está muito linda, eu amo esses seus terninhos te deixa mais atraente- Helena

Clara sente seu coração errar as batidas, a estagiária conseguia deixar ela louca. Elas foram pra sala, se acomodaram, mas a advogada tinha muito a falar com Helena

Helena, precisamos conversar- Clara
Do que se trata?- Helena