Capítulo 33: Alec Herox (Narração Bônus)

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Dentro do carro eu me sinto como a droga de uma criança, Alana está com o rosto apoiado na janela e eu tento não dirigir na velocidade que gostaria para não assustar ela, sei que a noite foi estranha para ela, apesar de tudo, o quarto de hospedes não tem paredes a prova de som e eu consegui ouvir seus gritos, eles me acordaram do pesadelo que estava revivendo durante a madrugada, teria invadido o quarto e abraçado ela, mas eu não posso.

Me pergunto quem foi o responsável por tantos traumas assim, talvez Davi? Os pais dela? Silas? Um dos lares que ela passou? O meu pai?

Meus músculos contraem imediatamente, quando penso em Herox fazendo algo contra Alana.

—Você escutou, não foi? – Alana me olha.

Engoli em seco.

—Escutei. – Exclamei.

Alana suspirou, apertando as mãos contra o banco, provavelmente muito próxima de uma crise agora, me pergunto qual merda aconteceu durante esses anos na vida dela para que ela ter se tornado assim, algo dentro de Alana está quebrado ao ponto de não deixar ela viver como deve.

—Não se sinta culpada por coisas que não foi você que gerou. – Falei, tomando coragem para olhar para ela.

🗝️ 🚬 🫧

Eu me lembro bem de Alana, ela sempre vestia vestidos com cores vivas, amava brincar do lado de fora de casa, eu observava ela, enquanto cuidava dos meus machucados, fecho os olhos e volto a abri-los rapidamente, me concentrando no transito.

—Está de bom humor hoje? – Alana pergunta.

—Porque? – Perguntei, esperando uma piada.

Ela sempre tem uma resposta na ponta da língua e isso me irrita.

—Ia convidar você para tomar sorvete! – Alana falou.

—Porque? – Perguntei.

—Porque eu preciso que você pare na sorveteria para comprar. – Alana me faz rir.

Contra a minha vontade, parei na sorveteria e deixei que Alana demorasse o tempo que precisava para escolher os mesmos dois sabores que ela comia quando era pequena, "céu azul e chocolate", acabei por pedir um de limão, Alana claramente me julgou mentalmente, mas não disse nada, ela apenas sorriu e entrou no carro, feliz com o sorvete.

Como alguém destruído pode sorrir assim?

Juliana cismou que Alana e eu vamos ter algo e apesar de querer que ela me deixasse ser tudo aquilo que eu não sou, jurei que não iria destruir ninguém, por esse motivo, eu tenho evitado ficar perto demais, a raiva e a atração se misturam muito – muito – rápido.

Com Alana é sempre oito ou oitenta, mas, mesmo que eu queira odia-la, não consigo, não quando ela me olha nos olhos como se fosse impossível ficar afetada, só isso já me faz querer rasgar cada peça de roupa que ela usa, toda vez que discutimos, meus pensamentos giram em torno de como ela fica ainda mais atraente quando está puta, ou, agindo com raiva, me pergunto o quão atraente ela fica gemendo, como seria prazeroso ouvi-la gemendo meu nome ao ponto de todos saberem a quem ela pertence.

Agora eu sei, ou ao menos, chego perto de saber. Queria muito arrancar a roupa dela ontem e foder ela com força na porcaria do quarto de hospedes, ela estava sentada na porcaria do meu colo, sentindo meu pau enquanto beijava meu pescoço, estava pronta para mim, aperto o volante e engulo em seco, tentando me livrar dos meus pensamentos.

Obsessão - Homens Contra a Lei. #FamiliaHerox.Onde histórias criam vida. Descubra agora