Adotada por mafiosos

introdução

01:20, Olho para o relógio digital ao lado da minha cama, ou melhor, a cama que peguei Significa emprestada, Já que não pertenço a esse lugar. Tudo acabou, a operação, minha vingança e minha estadia aqui, Deveria ser mais fácil de me despedir, desde o início, eu sabia que aconteceria, era tudo questão de um acordo estúpido, posso ser criança, Mas, até eu entendo o peso de um acordo. Não deveria ter me apegado, sempre tive em mente, porém aconteceu e agora preciso partir.
Peguei as roupas antigas que trouxe comigo quando cheguei, não ouso nem olhar para as roupas novas que compraram pra mim, Seria pior ainda ter que deixá-los. Guardo os poucos objetos que tenho em uma sacola, e me preparo para sair, Já tinha pensado nisso a dias, então, já sabia como iria escapar, o quarto em que eu estava hospedada ficava no 1º andar, e sua janela, ficava de frente ao jardim da mansão, Só precisaria sair pelo jardim, havia um muro onde separava o dito jardim da vila onde a mansão residia, Eu iria escalar o muro e quando chegasse na vila, daria um jeito de escapar, e, por fim...estar livre.
Ah, desculpe! Você Deve estar completamente perdido agora, acho melhor me apresentar e voltar ao começo disso tudo.
9 meses antes:
Meu nome é luisa, não tenho sobrenome, mas agora não importa, tenho 10 anos e sou uma órfã. Nunca conheci os meus pais biológicos, portanto, nem sei se estão vivos ou mortos... o orfanato católico em que Morei a vida toda, Nunca fez questão de me dizer, mas também, considerando o orfanato, não me admiro.
Como dito anteriormente, morei a vida inteira neste orfanato, O orfanato nascimento da esperança, tão irônico, Um nome desses considerando tudo Que já aconteceu lá.
Negligência, falta de higiene, falta de suprimentos como remédio, abuso psicológico e físico e a comida sempre escassa...sempre podre...só aqueles que viram opressores tem condições um pouco melhores, não os culpo, penso que talvez se eu fosse assim também, mas decidi fazer o máximo para cuidar dos menores, por isso acabo passando por situações bem ruins. Sou uma das mais velhas daqui... quero dizer, tirando a Taylor, sou a mais velha, sei que parece estranho, uma criança de 10 anos ser a mais velha entre todas as outras crianças, mas é uma realidade desse orfanato.
Quando as crianças completam 11 anos, elas simplesmente desaparecem, de um dia para o outro, e nenhuma das freiras ou o padre falam a respeito. Como dito antes,tem a Taylor, a única acima de 11 anos que não sumiu, ela tem 13 anos e sempre foi minha melhor amiga, ela também mora no orfanato desde que nasceu, sempre tão alegre, fazendo de tudo para os outros rirem, quando ela completou 11 anos, me desesperei, pensei que fosse sumir também, mas não foi o caso, ela continuou aqui... fisicamente, pois de uma hora para a outra, sua essência, sua personalidade sumiu, deixando apenas um vazio, um rosto sem expressão, parece morta....não entendo o que aconteceu direito, um dia, espiei a conversa das freiras e só tive tempo de escutar uma coisa antes que uma freira me encontrasse e me batesse até eu desmaiar, a Taylor só não tinha ido, pois era a favorita do padre José.
Acho que não sei o que significa ser o favorito, sempre pensei que era um privilégio, algo bom, mas vejo ao invés disso, minha amiga definhar por ser a favorita... talvez eu procure no dicionário o significado de favorito depois.
Enfim, não tenho esperanças, sonhos, expectativas, tenho 10 anos e farei 11 em 9 meses, sinto que será meu fim...não fiz nada de mais na vida, tentei pelo menos ser uma boa irmã mais velha para os menores, mas não sei se é grande coisa, talvez não.
Nunca sentirei como é ser amada, nunca saberei as alegrias de ter um refúgio, pessoas com quem posso contar, e, principalmente, nunca terei uma família....
Isso foi o que eu pensava, até que elas chegaram no orfanato

Autore: espero que tenham gostado da introdução, é minha primeira vez fazendo um livro, então ainda estou aprendendo, críticas construtivas sempre serão bem recebidas, beijinho xauuuu