Uma missão no passado

Capítulo 11

- Droga, Lizzie, volte aqui! - exclama Zatanna em voz alta para a garota que já não estava mais ali. - E agora a loirinha some, já se vê de quem Liz puxou.

- Lena, você está bem? - pergunta Nia, percebendo a amiga parada, sem reação.

- Olha, eu sei que é muito para processar e... - Começa Zatanna.

- Muito para processar? - interrompe Alex, alterada. - A mulher se viu morrendo e sem falar em toda a invasão de privacidade.

- Eu sei que foi demais, mas vocês foram avisadas e... - Zatanna respira fundo. - Eu sinto muito.

- Eu... - sussurra Lena. - E-eu não sei o que pensar.

- Ei, vai ficar tudo bem - diz Alex, se aproximando e abraçando a morena de lado.

- Deixe que eu resolvo isso - fala Zatanna, e em seguida conjura algumas palavras incompreensíveis, mas magicamente Kara e Lizzie estavam de volta na sala.

- O quê? Tia Z?

- Nada de "Tia Z". Não é assim que resolvemos as coisas por aqui, mocinha - começa Zatanna. - E isso serve para você também, Supergirl.

- Sim, desculpa - fala Kara, concordando com a cabeça, as mãos nos quadris, olhando para os pés.

- Eu entendo que foi demais. Foi demais para mim também - diz Zatanna. - Eu não esperava que seria assim, sei que vimos coisas que não gostaríamos, e a Lena... - continua com a voz embargada. - A Lena não se sacrificou à toa, então não vamos deixar tudo o que ela fez ser em vão. Temos que seguir em frente.

- Vamos enfrentar as consequências juntas e encontrar uma maneira de lidar com tudo isso. Lizzie, você não está sozinha nisso, nós estamos aqui por você - diz Alex, apoiando-a.

Lizzie levanta os olhos, olhando para Lena, e um lampejo de determinação surge em seu olhar.

- Vocês têm razão. Não podemos permitir que tudo o que aconteceu seja em vão. Precisamos continuar com o plano e encontrar uma maneira de consertar as coisas - diz Lizzie, recuperando a confiança. Zatanna assente.

- Estou aqui para ajudar no que for preciso - fala Kara, ainda sem olhar para as mulheres.

- Tudo bem. Lizzie, o que a pedra te mostrou? - pergunta Zatanna.

- Na verdade... Eu não sei - responde Lizzie timidamente.

- Como assim? Então eu quase queimei meus olhos vendo minha irmã transar para nada? - fala Alex alterada.

- Alex! Por favor - pede Kara.

- Desculpe, mas eu preciso pensar - diz Lizzie para Alex.

- Claro, e vamos te ajudar - diz Nia. - Tinha aquela história... O que você pode nos dizer sobre ela?

- "O conto de Niamh". Do pouco que lembro, minha mãe costumava lê-lo para mim - diz Lena, com nostalgia.

- Sim - sorri Lizzie. - Mamãe dizia que eu sempre me mexia quando a mãe Ka conversava comigo ainda na barriga dela, mas quase não mexia quando era ela. Então um dia ela encontrou o livro e resolveu ler para mim, e eu me mexia até mais do que quando a mãe Ka cantava. Depois que nasci, eu sempre me acalmava quando ela me contava essa história. Então a mamãe começou a inovar e usava magia para dar vida ao conto. Assim, entre as cantorias e histórias de princesa da mãe Ka, não podia faltar o conto de Niamh, que acabou se tornando uma tradição importante nas noites antes de dormir dos Luthor-Danvers.

As mulheres ouviam Lizzie contar com emoção, e Kara e Lena não puderam deixar de sentir orgulho, apesar das circunstâncias.

- A história fala sobre amor, família e sacrifício. Por que a pedra te mostraria essa história? - pergunta Kara.