O Sol e a Lua

Eclipse

  "O Sol pediu a Lua em casamento, e a Lua disse: Não sei, não sei. Me dá um tempo!"

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A primeira vez que Harry pediu Draco em casamento foi de uma forma pura e engraçada. Ambos só tinham 8 anos, e era óbvio que ninguém fosse levar aquilo à sério.

  O clima estava gostoso. O Sol radiante, pássaros cantando, e o céu azulzinho, sem uma nuvem sequer. Estavam na primavera, deixando as árvores a canteiros da escola onde estudavam ficarem cheios de flores. Era uma cena linda de se ver. Mas era claro que as crianças não estavam preocupadas com flores. E sim na brincadeira que estavam fazendo.

  Era um faz de conta.
  Eram um reino sendo atacado por monstros, e Harry era o guerreiro. Ele tinha que salvar Draco, que se recusou a ser um monstro e se sujar, roubando o lugar da "princesa". A menina chorou, não gostando nada de que um menino havia roubado o lugar dela, mas o loiro não ligou, cruzando as pernas ao se sentar na cadeira que colocaram em cima da casinha de madeira do parquinho.

  O pequeno Malfoy estava grato por ser o príncipe. Seus colegas já estavam cheios de terra manchando seus uniformes. Sua mãe iria matá-lo se voltasse para casa naquele estado. (Narcisa era um tanto hipocondríaca com o filho.)

  - Rawr!- Ron gritou, pulando na frente do amigo de óculos, tentando pegar a espada de brinquedo dele.
  - Não era para ele ser um Ogro? Por que tá fazendo som de dinossauro?- Dean perguntou a Hermione, que deu de ombros, já tendo sido derrotada.

  Ela era uma bruxa, e tudo o que Harry tinha que fazer era responder uma conta de matemática. Granger não tinha pensado em um feitiço muito bom, criatividade não era a coisa dela.

  - Morra, monstro terrível!- Harry gritou, tentando acertar o amigo ruivo com a espada. Alguns riram com aquilo, principalmente Malfoy, que estava acostumado em chamar Weasley de "Ogro ruivo".
  - Nunca!- Ron continuou com sua voz engrossada, mesmo que não funcionasse muito, já que eram criancinhas, e a voz de todos ali era fina demais.
  Viram o menino mais alto pegar um graveto no chão, criando um duelo estranho com Harry, que estava rindo a aquele ponto.

  - Saía da minha frente, eu preciso salvar a princesa!
  - Príncipe!- Draco gritou, o corrigindo.
  - Não interrompe!- Ron gritou de volta, e o pequeno Potter usou sua distração para acertá-lo no estômago de leve, o amigo fez uma voz exagerada de que estava morrendo, se jogando com tudo no chão.

  Logo Dean e Seamus apareceram na frente da casinha onde Draco estava no topo, tampando a entrada de Harry. Eles estavam fingindo ser vampiros.
  - Oh não! Vampiros!- O moreno gritou, tentando pegar a garrafinha de água na sua lancheira, fazendo os colegas começarem a tentar pegar a espada de si.

  Draco continuava sentadinho, olhando com atenção para a cena. Naquele calor todo, ele era o único coberto. Podiam ouvir os carros e motos passando na rua, logo do outro lado do muro do colégio, que não era tão assim. Mas parecia gigante para as crianças. Sem falar nos seguranças que ficavam do lado de fora.

  Malfoy costumava discutir bastante com Potter. Mas ainda eram bons amigos. O loiro sempre implicava com ele pois era assim que mostrava carinho, achando fofa a expressão irritada do amigo. Sem falar que ele era uma criança ciumenta, sempre irritado quando ouvia Harry dizer que Ron era seu melhor amigo, e não ele.

  Harry era um garotinho teimoso e de personalidade forte, e Draco também. A única diferença era que o loirinho chorava sempre que se recusavam a fazer o que ele queria, sabendo que iria funcionar. Potter ficava abismado com a facilidade dele em fingir choro.

  Draco também tinha recusado que Weasley fosse o guerreiro, dizendo que Harry fazia mais sentido. Isso era pelo simples fato de não gostar muito do ruivo. E também queria ser "salvo" por Potter, e não por Ronald.