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Percebo que meu copo está vazio e decido ir até o bar, peço uma caipirinha grande.

-nossa, você está muito bonita, parece mais relaxada - paro um momento me perguntando se é comigo que a mulher está falando, olho em volta procurando por outra pessoa - estou falando com você mesmo - ela rir e me olha nos olhos, só agora percebo que é a mesma mulher do banheiro, a de pele preta aveludada e cachos abertos e longos, ela está ainda mais linda nesse vestido creme.

-o sorriso te cai muito melhor do que a cara de assustada- ela rir do meu comentário e faz um barulho de porco no final da risada, o que torna tudo ainda mais charmoso

-É, você me deixou bem preocupada naquele dia, mas fico feliz que esteja melhor

O bartender me entrega a bebida e fico confusa se devo sair ou continuar conversando com ela

-você veio sozinha?

-vim com uma amiga, mas ela não para de falar com o ex pelo celular

-então, posso te pagar uma bebida e você pode se juntar aos meus amigos se quiser - chamo o bartender antes mesmo que ela possa responder - o que vai querer?

-o mesmo que você

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-qual o seu nome? - pergunto tentando olhá-la nos olhos, o que não seria tão difícil se ela não estivesse com esse batom vermelho tão hipnotizante

-Anna e o seu?

- Daiane, prazer - estendo a mão para ela e a cumprimento

-é um prazer te conhecer, Daiane. Principalmente em uma situação menos esquisita. Seu nome é muito bonito, só não mais bonito que você

Dou um leve engasgo, aquilo foi um flerte? Senhor, faz tanto tempo que não flerto, quase sempre são apenas mensagens rápidas com um "aparece aqui" e depois apenas voltar para casa praticamente sem nenhuma conversa.

-desculpa... -dou um sorriso sem graça e sinto meu rosto ferver, não sou do tipo que fica vermelha, mas sinto que devo esta nesse momento - seu nome também é lindo, mas mesmo o nome mais lindo do mundo não superaria sua beleza - rimos - essa não foi boa? Sério? Pensei que iria colar, faz muito tempo que não faço isso

-sorte sua que adoro uma lábia -ela pisca apenas um olho para mim e acho que nunca vi algo tão sexy na minha vida

-estou falando sério, não percebe meu nervosismo?

- você não me parece nervosa

-certamente deve ser o efeito do álcool, estou com o estômago revirado de nervosismo agora mesmo, não estou acostumada a falar com mulheres tão bonitas assim - rimos e ela solta mais um vez o barulho de porco no final da risada

- você é encatadadora

- gentileza sua, são apenas seus olhos

Sinto a perna dela roçar nas minhas, uma pele quente e macia, quero muito beijá-la e borrar todo seu batom, mas não consigo tomar coragem, se eu beijá-la agora, ela perceberia o quanto estou tremendo e que meu nervosismo 101% real. Odeio interações sociais.

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Não faço a menor ideia de como vim parar na mimha cama, mas ela nunca esteve tão confortável, me viro e percebo que deixei a luz do banheiro ligada, devo ter tomado banho e me jogado na cama assim que cheguei. Levanto para desligar a luz porque o maior medo do adulto é qual será o valor da conta de energia do mês.

Assim que entro no banheiro me assustou ao ver Anna escovando os dentes

-caralho! - coloco a mão no peito e respiro fundo

-calma- ela cai na gargalhada e a pasta escorre pelo seu queixo

-como você chegou aqui?

-você me trouxe para sua casa, não sou uma invasora, prometo- ela limpa a boca e depois faz gargarejo com a água

-a gente... você sabe, a gente?

-se transamos? Não, se tivéssemos transado com toda certeza você lembraria

-convencida

Ela ri e novamente faz o bagulho de porco, o que me faz ri junto

- a gente só ficou conversando papos aleatórios até pegar no sono, muito incrível na verdade, você deveria lembrar

-desculpa, acho que estou ficando velha demais para beber

-bom, eu tenho que ir, preciso trabalhar, mas foi um prazer, deixei meu número em cima da sua cama- ela dar uma piscada de um olho e sai do banheiro para calçar os sapatos.

ainda decidindo kakakaOnde histórias criam vida. Descubra agora