CAPÍTULO 1

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Fran

O carro para e todas as lentes estão apontadas esperando a porta abrir e eu sair. Respiro fundo, esboço meu melhor sorriso e saio pela porta que foi aberta. Os flashes explodem em minha direção, sem perder nenhum detalhe.

Com um sorriso largo no rosto e acenos para os fãs que estavam esperando para me ver chegar, eu percorro o tapete vermelho que me leva até a entrada de onde acontecerá a pré-estreia.

Paro onde há uma marcação para as fotos com o nome do filme ao fundo. O vestido longo de tecido leve e solto na cor lavanda, com alças largas coloridas brilha em meio a tantos flashes.

Algumas poses, uma breve entrevista com alguns jornalistas e entro no espaço para encontrar meus colegas e o diretor do filme.

Me ver em tela grande é sempre um misto de alegria e apreensão, é inevitável não pensar se as pessoas que irão assistir vão gostar, seja da personagem, ou da minha atuação, pequenas inseguranças que volta e meia surgem na minha mente.

Depois de beber, comer alguns aperitivos, e sorrir para inúmeras fotos, é hora de ir para casa.

Acompanho no celular o que estão falando sobre o filme. A pré-estreia do filme Paraiso Vibe foi um sucesso total, a mídia adorou, os críticos teceram elogios e os fãs não param de mostrar nas redes sociais o quanto estão ansiosos pela estreia nacional nos cinemas.

A cada novo trabalho que me vejo na tela me sinto realizada por ter chegado tão longe, eu não teria os privilégios que tenho hoje se não fosse pelo sucesso do meu trabalho como atriz. Realizar um sonho de infância depois de ver tantas novelas e filmes, sou muito sortuda em poder atuar, ser reconhecida pelo meu trabalho, trabalhar com gente que admiro e vi tantas vezes na tela.

Esses pensamentos sempre aparecem quando saio de uma estreia.

Sinto o carro parar e o motorista me deixa na porta do elevador que leva da garagem para a cobertura onde moro.

Me despeço dele e entro no elevador já me livrando das sandálias de salto fino. O celular e me apresso em atender.

Me arrependo assim que vejo quem está ligando.

— Oi mãe. — Atendo sem entusiasmo.

— Posso saber o motivo do bloqueio do meu cartão?

Ela não pergunta se estou bem, como foi meu dia ou se fiquei nervosa pelo lançamento, supondo que ela saiba que aconteceu hoje.

Ela não fingi nem por um momento que se preocupa comigo.

— Você sabe o motivo. — Respondo ríspida.

— Não seja mesquinha Fran, não tem nada demais eu querer comprar um mimo para o meu namorado. — Ela me repreende como se eu fosse uma criança.

— Não vamos discutir isso novamente. Estou cansada e nem um pouco afim de conversar com você agora. — O nível de irritação só aumenta.

Chego no meu andar e saio do elevador entrando de forma tempestuosa em casa.

— Não seja invejosa, não é minha culpa que você não ache um homem que te suporte. O meu namorado merece um mimo por me fazer tão feliz.

Ainda na entrada deixo as sandálias e a bolsa caírem no chão com o que minha mãe diz.

— Eu não vou liberar o cartão. — Falo tentando controlar a raiva. — E sugiro que você não perca o voo amanhã, do contrário vai ficar aí em Paris por conta própria.

Desligo a chamada e jogo o aparelho na bancada da cozinha. Ele continua tocando, mas eu não estou mais disposta a ouvir os desaforos e pedidos dela.

Vou para o meu quarto e entro no banheiro para preparar um banho de banheira.

Holofote (Disponível na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora