Ineffable Husbands | Good Omens Oneshots

O Começo

Crawley, como era chamado na época, era uma cobra que espreitava pelo Éden em busca de maldade. Na verdade ele utilizava o tempo mais para descansar do que causar algo de ruim, como mandava sua natureza, afinal o Éden era um lugar tranquilo e pacífico ambiente perfeito para dormir. Comparando com o inferno, com certeza era melhor.

A serpente sentiu uma mão passar em sua cabeça enquanto dormia em uma pedra debaixo de uma árvore

— Oh, desculpe, não queria acordar você – disse um anjo de cabelos loiros e olhos azuis – eu nunca reparei em você pelo jardim – Crawley entrara em pânico interno quando viu uma espada flamejante na mão dele, ele achou que tinha sido descoberto e então se afastou uma certa distância do anjo. - Não precisa ter medo, não vou te machucar com essa espada - o loiro falou se sentando no chão e apoiando as costas na árvore, colocando a espada um pouco longe de si para demonstrar que nada faria. Crawley estava confuso, o loiro tinha um semblante inocente no rosto, não parecia realmente querer feri-lo. Ele se aproximou com cuidado e o anjo passou a mão em sua cabeça novamente. – Você é um animal muito bonito

Crawley ficou surpreso com o comentário. Desde a Queda, (na qual ele sempre diz que estava apenas andando com o pessoal errado) nunca, ninguém havia dito aquilo para ele. Não que demônios fizessem esse tipo de comentários legais e anjos não estavam mais na sua lista de amigos.

Ele se enrolou em um pequeno monte ao lado do anjo que riu fraco e voltou a acariciar a serpente olhando para o jardim.

— Sabe, nunca coma nenhum fruto daquela árvore ali - disse o anjo apontando para uma árvore no meio do jardim fazendo com que a serpente olhasse para ela  - é o que foi ordenado

Crawley voltou o olhar para o ser ao seu lado, não lembrava muito bem onde o havia visto antes, mas seu rosto era familiar. Talvez Deus o tivesse transferido ele, de onde quer que estivesse, para guardar aquele jardim.

— Meu nome é Aziraphale, esqueci de me apresentar - falou o anjo, sorrindo. - Sou um principado e guardião do portão do leste desse jardim. E você é uma serpente, se estou bem lembrado da criação da sua espécie - Crawley sibilou fazendo o anjo entender que ele estava certo. - Oh, que bom. - ele sorriu. - Antes de ser designado para o Jardim meu departamento era de guardar dados sobre as criações, então eu devo saber de algumas delas

E lá estava a confirmação de Crawley, ele era o anjo que havia conversado algumas vezes quando criava alguma coisa. Quando ele ajudou a construir Nebula os dois conversaram bastante até Gabriel chegar e interromper os dois dizendo que precisava de ajuda em algo.

Eles se encontraram pelo jardim algumas vezes, Crawley acompanhava Aziraphale em algumas caminhadas ou o fazia companhia no muro quando o via. Ele se acostumou de ter a companhia do anjo, mas torcia para o inferno não saber daquilo, ou o céu, embora ele já tivesse caído e não havia algo pior que o céu poderia fazer com ele, mas ele não queria arriscar.

No inferno...

— Crawley, tarefa para você – Hastur falou chamando atenção do ruivo que foi até ele

— Qual é?

— Causar confusão lá em cima

— É só a porra de um jardim com um anjo idiota, não tem o que causar lá em cima – Crawley franziu o cenho. Não tinha realmente muita coisa lá em cima, apenas uma árvore proibida na qual ele mesmo havia se segurado para não comer o fruto por curiosidade.

O fruto proibido

— Eu soube de algo proibido por lá – Ligur disse se aproximando dos dois, – você sabe o que é, Crawley?