THE SCHOOL ♡

XIV

📞 Você é maluca? eu vou buscar você aí agora.

📞 Não Pietro é muito perigoso, você é louco?

📞 Você não me viu louco ainda, que falta de responsabilidade do caralho, eu chego em casa e você não esta aqui ... so a merda de uma mensagem "vou pra uma festa", quase 2 da manhã e nada de você, e agora me liga dizendo que esta em uma favela no meio de um tiroteio e vai dormir na casa de estranhos... você tá perdendo a mão Pérola, eu dou confiança a você, pra você se meter nessa... abre seu olho.

📞 Eu já entendi, só saiu tudo do controle... eu estou bem ok? eu vou dormir aqui com as meninas, porque é perigoso sair uma hora dessa e amanhã cedinho estou em casa - sim eu não falei que iria dormir na casa de um menino que eu só vi uma vez na escola, ele iria surtar e com razão, 100 vezes mais.

Ouço ele respirando fundo e ficando quieto por algum tempo.

📞 Se amanhã antes de eu sair você não tiver em casa, a coisa vai ficar feia pra você.

📞 De manhã cedo estou aí, tchau te amo.

📞 Irresponsável - diz e desliga na minha cara.

- Avisou a ele? - o Vinicius pergunta se aproximando.

- Sim, agora vou responder as meninas... a Vivi está me ligando loucamente.

Atendo ela, e graças a Deus elas estão bem... estão na casa da vó dela e a Débora perdeu o celular no meio da confusão, e elas me aconselharam a ficarem aqui na casa do Vinicius, porque elas disseram que ainda tem polícia rodando a favela e é muito perigoso sair agora. Depois de nos despedir, volto pra cozinha, onde o Vinicius e a mãe dele estão.

- Você quer tomar um banho?- confirmo com a cabeça- vou pegar lençol pra preparar a cama pra você, já
volto - a mãe do Vinicius diz subimos as escadas.

- Tá com fome? - ele pergunta.

- Não sei como vocês conseguem se manter nessa calma - falo.

- Isso é mais comum do que você imagina, acaba acostumando... minha mãe só ficou mais nervosa porque eu tava na rua.

- Entendi

- Vou fazer um misto pra gente

- Pronto minha filha, o chuveiro já tá programado pro quente - diz descendo cheia de lençol na mão - Agora só tem roupa minha lá, eu coloquei algumas coisas pra você ver qual a opção melhor.

- Muito obrigado dona?

- Doia, é Domitila... mas pode me chamar de Doia.

- Muito obrigado dona Doia, a senhora está sendo muito atenciosa.

- Não tem de que, aqui acolhemos todo mundo... e se é amiga do meu filho é muito bem vinda na minha casa - dou um sorriso.

Subo as escadas e vou tomar banho, as coisas são bem simples mas totalmente organizadas. Depois de tomar um banho quente, entro no quarto do Vinicius e tem algumas roupas espalhadas na cama, e roupas que me engolem... até que acho uma blusa e visto, pego um short e faço um nó na cintura porque está caindo, e desço as escadas.

- Cadê sua mãe?

- Ela foi deitar, estava bem cansada do serviço e hoje o dia foi puxado.

- Acho que quando sair amanhã cedo nem vou conseguir ver ela.

- Não se preocupa 5 da manhã ela já está em pé... vem - fala pegando os pratos com o misto e levando pro sofá.

Pego os copos de refrigerante e vou atrás dele, e sentamos no sofá.

- O homem morto tá lá ainda? eu tava me vestindo e lembrando de tudo, que sensação estranha está comendo e vivendo normal aqui e que alguém morreu.

- Tá não... ter casa de esquina é assim, ainda mais aqui, alguém deve ter
levado, e gostei do look - diz mudando de assunto.

- Gostou? última tendência em
Paris.

- Minha mãe teve o trabalho de escolher várias roupas pra você pegar uma minha - diz sorrindo.

- Sua? - olho surpresa - ela não tava nas opções de roupa não?

- Não, eu coloquei ela na cama quando sair pra festa... fui no banco com
ela - por isso que está cheirosa, eu achei que era amaciante do bom.

- Eu não sabia, mas o short é dela - falo levantando a blusa que parece mais um vestido, o Vinicius é grandão e eu a metade de uma pessoa, tá quase uma batina.

- É meu também... quando eu era criança - fala rindo.

- Meu Deus, você tinha quantos anos quando usava isso?

- Uns 10?

- Ah para, não é possível... olha o tamanho disso - ele continua rindo da minha cara.

- Tô brincando, mas deve ser uns 12 por aí... foi uma das primeiras roupas boa que minha mãe conseguiu comprar pra mim, sem ser doação ou brechó, daí ela guarda algumas pra lembrar.

- Uau, você teve uma infância dura né?

- Ah tô vivo né... é o que importa - diz sorrindo.

- Ainda quero saber como você foi parar no Elite e saiu daquele covio que chamam de escola.

- Bolsa... eu também tinha bolsa no Sublime, mas eles queriam cancelar as bolsas dos alunos da escola, ou seja eliminar todos os bolsistas, então eu decidi sair e tentar em outra escola... foi dai que eu fui parar lá.

- Uau, então você é muito inteligente... ser bolsista no Elite não é pra qualquer um, acho que os bolsistas são mais bem tratados do que nós - ele sorrir.

- É mérito conseguir uma bolsa lá

- Sim, só pros fortes ou melhor, pros inteligentes.

- Por isso que o pai tá lá - diz se exibindo.

- Convencido, tá preparado pra competição? competir contra seus antigos amigos?

- Isso não é um problema, só quero ganhar.

- Ah isso vai ser fácil, porque vamos combinar... aquele time de vocês é horrível - ele da risada concordando - e porque eu não via você nas Olímpiadas anteriores? eu com certeza lembraria de você.

- Bolsistas não competem lá - olho pra ele chocada, eu não sabia desse detalhe, por isso que ninguém gosta daquela escola.

- Eu não sabia disso.

- Eu treinava igual todo mundo, mas não podia competir, eu conversei com a professora... assim que eu cheguei no Elite e ela me pediu pra ir pra água e dai estou no time oficial de natação do Elite... a diferença é gritante.

- Então é sua primeira competição

- Na Olímpiada de escolas sim, eu só competia no interno, de Sublime com Sublime.

- Vamos mostrar a eles o que eles perderam- dou a mão pra ele bater um hifive e ele bate rindo.