Capítulo II: O Jantar

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Finalmente, chegou o dia da minha alta hospitalar. Após semanas de tratamento, estou pronta para deixar o hospital para trás. Caminho pelo corredor do hospital, sentindo uma mistura de alívio e expectativa.

Ao sair pela porta principal, avisto Hannibal me esperando, com um olhar acolhedor.

Hannibal me acompanhou e cuidou de mim, durante essas 4 semanas aqui. De alguma forma sinto que criamos um vínculo, sua atenção e gentileza comigo só faz pensar que eu tive sorte de acaso ter me dado chance de conhecê-lo.

- Olá, Hanna. Como você está se sentindo hoje?

- Oi, Dr Lecter. Estou um pouco ansiosa, mas também animada.

-Entendo perfeitamente. A alta hospitalar é um momento significativo. Venha, vamos para a minha casa, teremos a primeira sessão psiquiátrica lá.

- Tudo bem.

Ele abre a porta do passageiro para que eu possa entrar.

Durante o caminho até a casa de Hannibal, o clima é tranquilo, mas há uma tensão palpável no ar.

Chegamos à sua casa e fomos direito ao seu escritório.Aconchego-me em uma poltrona confortável enquanto Hannibal se senta em sua cadeira.

- Hanna, antes de começarmos a sessão, gostaria de lembrá-la de que a terapia é um processo gradual. Estou aqui para ouvi-la e ajudá-la a encontrar o equilíbrio emocional.

- Eu entendo, Hannibal. Sei que é um caminho longo, mas estou disposta a enfrentar meus medos e traumas para viver uma vida melhor.

- Ótimo. Vamos começar. Como você tem se sentido desde que saiu do hospital?

- Tenho tido altos e baixos. Há momentos em que me sinto forte e determinada, mas também há momentos em que a ansiedade e o medo me dominam. Ainda estou tentando encontrar meu equilíbrio.

- É normal ter altos e baixos durante o processo de cura. Estou aqui para ajudá-la a enfrentar esses desafios. Vamos trabalhar juntos para encontrar estratégias que a ajudem a lidar com esses sentimentos.

Conforme a sessão prossegue, Hannibal me faz perguntas e ouve atentamente minhas respostas. Sinto-me confortável em compartilhar meus pensamentos e emoções com ele. Ele oferece insights perspicazes e me ajuda a enxergar novas perspectivas.

Ao final da sessão, sinto-me exausta, mas também esperançosa. Hannibal se levanta e oferece um sorriso encorajador.

- Hanna, hoje foi um ótimo começo. Estou confiante de que juntos conseguiremos superar seus desafios. Lembre-se de que estou aqui para apoiá-la em sua jornada de cura.

- Obrigada, Hannibal. Agradeço por sua paciência e por acreditar em mim.

- Paciência faz parte da melhora.

O silêncio se preenche na sala, mas não é ruim, só é calmo.

- Hanna, gostaria de lhe fazer uma proposta - ele diz, com um sorriso leve nos lábios.

Levanto meu olhar para encontrá-lo, curiosa com o que ele tem a dizer. Sua expressão transmite serenidade e, ao mesmo tempo, um toque de excitação.

- Como forma de alegrar um pouco o seu dia e para que possamos conversar de forma mais confortável, gostaria de me oferecer para preparar um jantar especial para você.

Surpresa, meus olhos se arregalam um pouco. Não esperava uma proposta assim, mas a ideia de compartilhar uma refeição com Hannibal em um ambiente mais descontraído parece tentadora.

- Um jantar? - repito, buscando compreender melhor.

- Sim. Acredito que, em um ambiente mais relaxado, poderemos conversar de forma mais aberta e profunda. Além disso, a comida sempre foi uma forma de conexão entre as pessoas, um momento de partilha e intimidade.

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