Deusa Vingadora

A alegre e velha Londres

Meio do oceano, navio Themysciran - 26 de janeiro de 1944

"Mas por que 'Capitão América'?" perguntou Diana, sentada na frente de Steve no navio.

A noite havia caído e o vento estava frio, então os dois estavam cobertos por peles grossas, não que nenhum deles realmente precisasse deles. Eles estavam na terceira semana de viagem e, pela estimativa de Diana, deveriam chegar à Inglaterra em breve. E por causa disso, Steve estava tentando explicar algumas coisas para Diana, sobre quem ele era e o que fazia.

Não estava indo bem.

"O 'Projeto Renascimento' de que falei, aquele que me transformou em um supersoldado, foi criado para criar tropas inteiras de supersoldados, não apenas eu", explicou. "Mas o cientista que desenvolveu o soro, Erskine, foi assassinado logo após me injetar e a fórmula morreu com ele."

Steve parou de falar por um momento, ainda com raiva e, pior, impotente com a morte de Erskine.

"E de acordo com o coronel Phillips, eu não era o suficiente", continuou ele, depois de um segundo. "Então, em vez de me enviarem para o campo de batalha, eles me enviaram através da América para que eu pudesse usar minha imagem como 'Capitão América' para aumentar o alistamento, vender mercadorias, ajudar a levantar o moral..."

Diana apenas o encarou.

"Mas como?"

Ele suspirou.

"'O Capitão América era um ... símbolo. Um personagem. Um rosto e um nome para representar todos os soldados americanos na guerra, para representar os valores de nosso país e o jeito americano", esclareceu Steve. "E eu me tornei esse personagem. Emprestei meu rosto a essa persona fazendo ... musicais, peças de teatro, estrelando histórias em quadrinhos e programas de rádio ..."

Seu rosto finalmente mostrou alguma compreensão.

"Então você é um ator!"

"Não não!" ele respondeu rápido. "Sou um soldado!"

"Um soldado, fingindo ser um ator, que finge ser um soldado? O mundo dos homens é um lugar realmente confuso, Steve."

Steve levou as mãos ao rosto.

"Eu sou um soldado, Diana", ele tentou explicar, novamente. "Eu treinei como um e fui escolhido para o Projeto Renascimento para me tornar o primeiro supersoldado americano, o que eu fiz. Mas mesmo assim, eles pensaram que eu não poderia fazer diferença, pelo menos não na guerra. Então eles usaram o fato de que fui o primeiro supersoldado a ajudar no esforço de guerra. Mas não é mais isso que faço."

Ele considerou suas palavras por um segundo.

"Quando eu estava treinando, no SSR, havia uma mulher chamada Peggy Carter. Bem, agente Margaret Carter, realmente," ele começou. "Ela era uma das poucas pessoas que realmente acreditava que eu poderia ser... mais do que eu era. Que eu poderia fazer mais do que apenas... apenas dançar e cantar para as pessoas em casa. Ser mais do que um rato de laboratório ou um macaco dançarino . Então, um dia eu estava indo apresentar um show em um acampamento na Itália, e a multidão estava ... mais difícil do que eu estava acostumado. Não posso dizer que eu era um bom artista, mas vaias e tomates voadores foi a primeira vez.

Diana sorriu de sua risada autodepreciativa.

"De qualquer forma, depois que fui expulso correndo do palco, encontrei Peggy novamente e ela me disse que minha turma dura era o que restava do 107º. Que os homens me observando dizendo que eu daria um soco na cara de Hitler acabaram de perder a maior parte seus amigos em um ataque contra Schmidt, morto ou capturado. "Ele deu a Diana um sorriso triste. "Não é o tipo de pessoa que torceria e aplaudiria um cara vestido de meia-calça azul, dizendo que ele venceria a guerra, certo?"