🚭Gangsta - 04

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Não foi surpresa alguma para Wave quando, ao acordar no dia seguinte, se percebeu sozinho no quarto

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Não foi surpresa alguma para Wave quando, ao acordar no dia seguinte, se percebeu sozinho no quarto. O lado da cama em que Jess dormira, aninhado a si, já estava frio, indicando que ele já havia saído há um tempo.

Wave senta na cama, esfregando as mãos no rosto e nos olhos, ainda sonolento e sentindo possíveis sinais de constipação. Ele espreguiça e se levanta lentamente, dando a volta na cama e abrindo as cortinas da porta de vidro. O dia estava bonito e claro. O sol já estava alto no céu limpo, fazendo-o relembrar da chuva forte da noite anterior, mas algo chama sua atenção.

Sobre a sua escrivaninha havia um analgésico ao lado de um copo d'água, acompanhado de um papel com algo escrito.

Wave toma o remédio sorvendo todo o líquido do copo, pegando o bilhete em seguida.

__________

"Quero dizer que você dorme feito uma pedra e ronca como a porra de um urso, pelo amor de Deus, garoto!

Tomei a liberdade de revirar seu quarto, mas não vou me desculpar já que você me revirou todinho ontem. Estamos quites, no mínimo.

Inclusive, achei uma graça descobrir que você cursa letras e escreve poesias. Quem diria, hein, badboy?

Enfim, toma a porra do remédio. Não quero me sentir culpado se souber por aí que você morreu de gripe.

Eu volto pra buscar o que é meu.

PS: talvez, e só talvez, a gente forme uma boa dupla.

Ass: Jess ♡"

__________

Assim que termina a leitura, Wave percebe que estava sorrindo. Ele chacoalha a cabeça ainda observando a caligrafia fofa do mais velho, virando o papel na mão.

Quando faz menção de devolvê-lo ao seu local de origem, percebe que algo estava escondido sob o mesmo. Ele pega o objeto em sua mão, levando-o em frente aos olhos e reconhecendo a correntinha que adornava a cintura de Jess na noite anterior.

"Eu volto pra buscar o que é meu."

Ele não deixara nenhum contato, mas por algum motivo, Wave sentia que não demoraria a vê-lo novamente.

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- EPÍLOGO -

1 ANO DEPOIS...

Alguns códigos ainda eram mais complexos que outros, mas seu rostinho bonito e sua posição social lhe davam privilégios que ninguém mais teria, e ele sabia disso.

Estar sozinho naquela sala de controle era um deles. Seu pai era um completo filho da puta, mas era seu sobrenome que lhe permitia conquistar certas regalias sem muito esforço. Ok, talvez devesse dar algum crédito ao seu charme também.

Os paineis em sua frente piscavam com informações de monitoramento, dando-lhe não somente acesso às câmeras de segurança, mas também às portas automáticas de todos os galpões daquele complexo.

Seu olhar revezava sua atenção entre as telas à sua frente e o relógio em seu pulso. Muitas barreiras de segurança precisavam ser quebradas e ele corria contra o tempo.

Um chiar suave se faz presente no ponto em seu ouvido, seguido de uma voz familiar.

- E aí, princesa? Tem como agilizar isso aí ou você quer uma pausa pra tomar um chá? - o tom de deboche era nítido, acompanhado pelo sorriso em sua fala. Como ele conseguia brincar em situações tão tensas como essa, só Deus saberia explicar.

- Vai se foder, Wave. - Jess rebate, calmo e inabalável, concentrado demais para dar crédito às provocações do mais novo. Seus dedos trabalhavam ágeis sobre as teclas, alguns pop-ups de acesso e carregamento pipocavam nas em sua frente. Ele sorri, vitorioso, dando alguns últimos cliques e ouvindo um som de destravamento vindo do ponto em seu ouvido. - Estamos dentro.

- Esse é o meu garoto, caralho! - O tom de Wave é um misto de orgulho e excitação.

- Acaba com a raça desse filho da puta. - A voz de Jess soa ácida, refletindo a raiva que sentia, enquanto ouve movimentações do outro lado do ponto.

- Como quiser, querido. - O sorriso na voz de Wave é nítido, sussurrando alguns comandos para os homens que o acompanhavam.

- Eu quero que você exponha tudo, cada coisinha. Quero que reduza as mentiras dele a pó. - A fala de Jess saía por entre seus dentes cerrados. - E depois quero que volte pra mim. Quero que me leve pra bem longe daqui. Quero que me foda forte ao ar livre em qualquer lugar paradisíaco. É uma ordem, tá me ouvindo?

O peito de Jess subia e descia. Ele, que não tinha nenhuma expectativa de vida por tanto tempo, agora ganhara um objetivo e alguém por quem temer a morte.

Todos os momentos de sua vida, todas as suas escolhas, culminaram no instante que vivia agora. Ele precisava se concentrar para não pensar que tudo era fruto da sua imaginação, um sonho, e que ele acordaria babando em cima da mesa de algum bar moribundo.

Uma explosão ecoa do outro lado da linha, assustando-o e fazendo o ouvido de Jess zunir, obrigando-o a retirar o ponto para massageá-lo.

Sua reação é imediata, mas seu raciocínio parece travar completamente. Ele olha o ponto em sua mão, hesitando colocá-lo em seu lugar de origem. Não é possível que chegamos até aqui pra nada, né?

Suspirando em uma golfada de coragem, ele coloca-o de volta no lugar, apreensivo e ansioso, com seu coração disparado e segurando a respiração.

- Wave...? - Sua mão tremia ao erguê-la para apertar o botão que lhe permitia restaurar a comunicação. Sua voz falha denunciando sua ansiedade.

Alguns segundos se seguem em completo silêncio, apenas com o som ininterrupto da estática no comunicador.

- Eu sempre volto, baby...

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FIM

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E acabou!

Me digam o que acharam, okay?

Se tiverem sugestões de plots pra oneshots como essas, eu aceito também!

Obrigada por ler até aqui! Eu espero que tenham gostado!

Fica aqui a sugestão, caso queiram ler algo mais profundo, real life, com desenvolvimento, responsabilidade emocional e um lugar seguro, leiam Just For One Night no meu perfil!

Beijinho da tia Aye! ♥

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