Capítulo 38: agosto de 1998

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Hermione chegou ao lugar de Grimmauld e foi recebida com calor e entusiasmo por Harry, que queria saber tudo sobre a Austrália: seus pais, a vida lá, o que ela tinha feito.
Ela omitiu Draco, é claro, mas fora isso, deu o máximo de detalhes que pôde.

Foi bom ver Harry assim, livre, feliz, solto. A última vez foi no terceiro ano.

Ela ficou surpresa que fossem apenas os dois, mas ele disse que Ron e Ginny estavam fazendo as malas para amanhã. Ela, de Hogwarts, e ele para treinamento auror.

E foi aí que as coisas começaram a ficar estranhas.

Eles tinham acabado de terminar o jantar - Kreacher tendo sido educado e até afável com Hermione - e estavam conversando à mesa, bebendo vinho.

"Estou muito feliz que você tenha voltado, Hermione"

"Eu sei. Eu também", ela sorriu de volta, "mas não posso dizer que não estou rasgado. A Austrália é incrível"

"Eu posso imaginar. Mas as coisas estão indo bem aqui também, e agora que você está de volta, eles só vão melhorar".

Ela mencionou o elefante na sala "Como... como estão os Weasleys, Harry?"

"Tudo bem. Bem, dentro do reino das possibilidades. Eles estão processando tudo, cada um à sua maneira, mas até George já reabriu a loja e está seguindo em frente. E eu queria te agradecer, Mione. Ron está muito melhor, e disse que é graças a você."

"Eu?" ela estava confusa: "Eu nem estava aqui! E com certeza, trocamos tantas cartas quanto você e eu, mas é isso."

"Ele disse que era exatamente por isso que" seu amigo sorriu "ele disse que você o entende como ninguém, e que você sabia como dar espaço a ele. Que você entendeu a situação dele e não pressionou por nada no relacionamento. E o fato de você ter discutido planos para o futuro também o deixou muito animado..."

"Planos para o futuro? Que planos?" Ela ficou chocada, para dizer o mínimo.

"Ele vai para o treinamento de auror, você vai para Hogwarts. Esse tipo de coisa."

"Mas Harry, eu discuti as mesmas coisas com você!" Ela argumentou, espantosada.

"Mas eu não sou sua outra pessoa, Hermione. Comigo é só conversar. Com ele são os planos. Bem, pelo menos Ron pensa assim". A amiga dela estava franzindo a testa agora.

Hermione não respondeu e continuou: "Eu sei como você está, Mione, e sei que você odeia levar o crédito por algo que não fez. Mas esse não é o caso. Você pode não ter percebido, mas o ajudou. Muito."

Bem, ela pensou, isso era meio complicado; mas o importante era que ele estava bem agora. Ela terminaria com ele da mesma forma.

"Ele não quer que ninguém saiba", disse Harry em um tom baixo e sério "mas ele tentou se matar, Hermione".

O terror correu pela espinha dela. "O quê? Como? O que aconteceu?"

"Foi assim que você saiu. Ele ainda não estava saindo muito da sala, e tomou uma quantidade letal do calado calmante que foi prescrito para George. Ele se arrependeu logo depois e correu para Mungus sozinho. Mas no dia seguinte, quando ele chegou em casa e viu como a família estava devastada, ele ia tentar novamente. E então sua primeira carta chegou, dizendo a ele que você havia encontrado seus pais, e ele percebeu que coisas boas estavam acontecendo. Que um futuro melhor era possível. Mesmo sem saber, você o tirou de um lugar muito, muito ruim, Mione".

Ele sorriu para ela, e ela queria arrancar o cabelo. Oh, merda!
Isso pioraria as coisas, não é? Ela amava Ron como um amigo. Um de suas melhores amigas.
Um irmão. Ela sabia que ia machucá-lo terminando, mas agora sua possível reação a estava assustando.

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