Regulus estava acostumado a ser um monstro frio e sem coração, tinha sido criado por seus pais para ser um, para espalhar o ódio por onde quer que fosse. Mas o que ele não esperava era que um dia a crueldade sem limites de seus pais fosse realmente...
Estar de volta depois do que aconteceu era no mínimo estranho, sentia como se todos ao seu redor soubessem, apesar de ninguém ali de fato ter notado. Como poderiam? As marcas daquela noite que ainda cobriam seu corpo estavam escondidas por um pesado tecido preto.
E o medo e angustia em sua alma eram encobertos com o olhar gélido e superior de sempre. "Ninguém pode saber que se tornou esse monstro, Regulus, não envergonhe o nome da nossa família mais do que já o fez ou pagará caro" , sua mãe o alertou, ameaçou, antes que saísse de casa. Uma ameaça vazia se o perguntasse, já não havia pagado com tudo, depois daquela noite não havia mais nada em si para ser tirado ou quebrado. Tudo havia sido destruído e nem a liberdade para desistir ele tinha mais, ele queria poder desistir, como queria, mas até isso seus pais tinham achado um jeito de controlar.
"Black" o cumprimento frio e seco, de ambas as partes. Suas vozes saindo ao mesmo instante, com igual desgosto e os ombros se batendo com força, eram o suficiente para esconder o pequeno bilhete passado de um irmão para o outro. Depois da pequena "batalha" travada ambos se afastaram e seguiram seu caminho sem olhar para trás, Sirius sabia que sua mensagem tinha sido entregue e Regulus pensaria se iria responder ou ignorar.
Achando uma cabine vazia no fundo do trem Regulus, entrou e se sentou ali, fechando a porta e a cortina libertou, Salem, seu velho e no momento único companheiro, da gaiola. Permitindo ao gato que se espreguiça-se antes de se aninhar ao colo do dono.
"Me encontre na torre de astronomia, a meia noite. Precisamos conversar e que preciso ter certeza se você está bem. - o Black mais bonito"
Ao ler o bilhete do irmão Regulus pensou em ir, mas sabia que não poderia. Eles realmente precisavam conversar. No meio das férias seu irmão tinha fugido de casa e ido morar com os Potters, ele havia prometido que iria voltar para buscar Regulus e realmente estava fazendo de tudo para cumprir sua promessa.
Mas a boa relação deles teria que acabar, Regulus ia ter que achar um jeito de fazer seu irmão desistir, Sirius estava feliz e arruinar a felicidade do seu irmão que sempre sofreu para protegê-lo era a última coisa que Regulus queria. E sabendo que não conseguiria ficar na presença do irmão sem contar o que tinha acontecido consigo, rasgou o papel e o queimou com um simples feitiço, resolvendo deixar aquilo para trás. Preferia acabar com tudo ali, preferia ser ignorado e saber que seu irmão estava chateado e até mesmo bravo consigo do que lidar com o fato de trazer mais um peso para seu irmão.
A viajem foi normal e sem muitas interrupções, quando Rosier e Crouch apareceram para irrita-lo ele sem querer acabou deixando escapar sua mais recente descoberta de que Snape agora era um monitor, o que fez o casal se levantar e sair procurando o amigo para importuna-lo em seu novo cargo. Depois de ser deixado sozinho Regulus aproveitou o caminho para descansar enquanto acariciava Salem. Ao chegar em Hogwarts, se sentou com seus colegas de casa e deixou que eles falassem, sem realmente prestar atenção a algo. Após o jantar apenas quis ir se deitar, não se deu ao trabalho nem mesmo de conversar com seus amigos, que já acostumados com sua frieza nem mesmo se importavam.
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