Aprendendo a amar - Lazy Town

Capítulo 8 - Uma tarde preguiçosa

Ao chegarmos em minha casa, guardamos nossas coisas em um canto da sala. Olho para Sportacus.

- Bem, o que quero te mostrar é algo que eu estava um tanto inseguro sobre o que você iria achar, mas depois de tudo que aconteceu em seu dirigível ontem a noite, me senti mais seguro de que você não me acharia estranho por isso. Venha comigo.

Levo ele para uma estante de livros e, ao puxar um deles, uma passagem se abre. Ligo os interruptores do lado de dentro e todas as luzes se acendem, revelando uma escada e um lugar enorme cheio de invenções minhas, sistemas complexos com alavancas, máquinas, engrenagens e canos todos interligados e coisas que uso nas aulas de química. Ao centro, uma enorme poltrona laranja e confortável e uma mesa de canto com um telefone.

- Bem-Vindo ao meu esconderijo (e laboratório)! É aqui que eu trabalho e passo a maior parte do tempo. Tudo aqui foi feito por mim. O que acha?

Vejo ele olhando ao redor e descendo as escadas. Vou atrás dele e vejo que ele tinha um certo brilho em seus olhos.

- Robbie... ISSO É FANTÁSTICO! - Ele diz empolgado e observando os sistemas - Você fez tudo isso sozinho mesmo??

- Sim. Eu gosto de inventar coisas no meu tempo livre e também é aqui que preparo as experiências para usar em futuras aulas.

- Por que nunca me contou sobre isso antes?

- Pelo mesmo motivo que você não me deixava ir na sua casa. Eu não queria que me achasse esquisito.

- Eu jamais acharia você esquisito. Você é muito inteligente, isso sim! - Ele sorri de maneira gentil e verdadeira. Já falei que amo o sorriso dele?

- Você acha mesmo? De verdade?

- Claro! Além de um excelente professor de química, ainda é muito criativo e entende de mecanismos complexos. Mesmo sem ter uma tecnologia avançada, construiu todos os sistemas desse lugar, e sozinho!

- Poxa, eu... eu nem sei o que dizer. A vida toda me disseram que minhas invenções eram perda de tempo.

- Oh, Robbie... - Ele coloca sua mão em meu ombro como uma pequena forma de consolo.

- Enfim, continuando, aquela poltrona é onde fico sentado para corrigir atividades e descansar sempre que estou cansado de trabalhar, ou seja, quase sempre.

- Robbie, o que é aquele escorregador? - Ele diz, apontando.

- Ah, é a entrada secreta do meu esconderijo que fica do lado de fora. Se eu estiver lá fora, posso entrar direto para meu esconderijo apenas abrindo a passagem e escorregando para cá, assim me poupa de ter que descer escadas, já não basta essa baita escada que acabamos de descer e vamos ter que subir de novo para voltar.

- Eu posso te carregar.

- N-não, não. Não precisa.

- Certo.

Ele continua vendo as coisas ao redor com curiosidade e enquanto isso eu me sento em minha poltrona e sinto todo o peso e dor em minhas costas se esvaindo aos poucos. Minha nossa... ou ser professor está realmente acabando comigo ou eu estou ficando velho. Talvez as duas coisas.
Vejo Sportacus observando tudo detalhadamente e estava achando aquela cena incrível. Ele é a primeira pessoa que não ri de minhas invenções e realmente as acha interessantes. Eu não tenho palavras para descrever minha felicidade e gratidão por isso.

- Ei, Robbie? - Sportacus pergunta enquanto vinha em minha direção. - Você já pensou em mostrar essas invenções na próxima feira de ciências da escola?