DIAS DOURADOS DURAM PRA SEMPRE

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O jogo mais importante da minha vida adolescente passou de um momento glorioso do ensino médio e se tornou o dia em que me conectei verdadeiramente com alguém, as batidas do meu coração reverberam pelas extremidades do corpo dando energia pra rebater cada bola, ponto a ponto, quando dávamos as mãos brevemente a corrente elétrica que nos unia fazia pequenas faíscas, os breves olhares na quadra denunciavam: Minhyuk queria, na mesma intensidade que aquele momento durasse pra sempre.

Para sorte dos ansiosos uma partida de tênis pode durar no máximo 5 horas e a previsão dos técnicos estava correta, seria decidido nos pontos, a apuração deixou todos apreensivos, enquanto mordia o lábio e apertava o cabo da raquete com uma força desnecessária o resultado ecoou dos alto falantes acima de nossas cabeças: Lee Minhyuk e Im Nayeon. Nos olhamos, sorrimos incrédulos, meus olhos marejados e sem pensar no que está ao nosso redor abraço Minhyuk e caímos de joelhos no chão, choro, sinto cada vez mais peso no nosso abraço e então percebo que nosso abraço particular se tornou um bolo de pessoas chorosas com a nossa vitória.

Medalhas e flores recebidas depois de uma grande solenidade somos liberados para finalmente comemorar com nossas famílias e amigos, dentro do vestiário coloco a raquete na bolsa, lembro do começo do ano, quando comecei essa loucura, estou sorrindo como uma boba com a medalha de ouro ao redor do pescoço, equipo a mochila nas costas e saio do vestiário feminino carregando aa case das raquetes. Sana e Momo correm na minha direção e agarram nos meus braços, Sana toma a case das minhas mãos e carrega para mim, minha mãe me aguarda com um sorriso orgulhoso, minha irmã tem um buquê de margaridas na mão, próximo delas Minhyuk está sendo paparicado pela mãe enquanto Changsub analisa sua medalha de perto, sou tomada pela completa sensação de felicidade.

A comemoração foi regada a bastante comida, nossas famílias e amigos juntos compartilhando carne marinada e acompanhamentos, não consigo disfarçar o olhar derretido para Minhyuk, ele discretamente segura minha mão por baixo da mesa, servimos comidas um para o outro e agradecemos um ao outro com um curto discurso antes do brinde de todos, quando o almoço acaba caminhamos para os respectivos carros, minha irmã me puxa para trás

— Vou dar o bônus da sua comemoração — ela sussurra

— O que? — ela não me responde e anda na frente

— A gente se vê mais tarde — Momo beija minha bochecha

— Vamos comemorar a semana inteira — Sana me abraça brevemente

— Até mais meninas — digo a elas e abro a porta do carro, Minhyuk me olha e pisca um olho sorrindo com aquela ar de galã dos anos 50

Aquilo pode ser um sinal, entro no carro e torço pra que meu pressentimento esteja certo.

***

— Você tem certeza que a mamãe não volta antes das uma da manhã? — checo mais uma vez o glitter nos meus olhos olhando pela câmera frontal, por alguma razão parece que tem mais de um lado do que do outro

— Tenho, ela reforçou umas mil vezes que eu deveria cuidar de você — minha irmã está afundada no sofá digitando freneticamente no seu iphone

— Me avisa qualquer coisa — guardo o celular na bolsa e dou um beijo desajeitado na cabeça dela

— Ya! eu que devia dizer isso! — a ouço gritar enquanto fecho a porta e ando saltitante até a parada de ônibus

Estou tão feliz que espero que esse dia nunca termine, finalmente podemos sair como duas pessoas normais, sem acordos, sem confusões ou prémios em jogo, só nós dois à espera das férias de inverno. Trocamos mensagens de texto o caminho inteiro, ele não deixou que eu mostrasse a roupa que estou vestindo, disse que gostaria de ter uma surpresa, nem me deixou saber o que colocaria para comer um hambúrguer no bairro dos universitários, para todos os efeitos não somos estudantes de ensino médio hoje, obriguei minha irmã a me emprestar a sua carteira estudantil e me vesti da maneira mais adulta que meu guarda-roupas me permite.

Desço no ponto e confirmo mais uma vez no mapa a direção da hamburgueria, jovens arrumamos lotam as ruas, em breve as baladas abriram e tudo ficaria duas vezes mais agitado. Antes mesmo de chegar ao prédio com com neon amarelo anunciando o melhor hambúrguer da coreia vejo Minhyuk parado, com as mãos no bolso, usando uma camisa branca de botões e uma calça preta, sorrio como uma boba ao ver que ele até arrumou o cabelo, penteou para trás como um daqueles CEO's e drama que minha assiste toda noite, ele está lindo e estranhamente maduro para alguém de ainda entraria na casa dos 20 anos.

Apresso os passos e quase corro até ele, o surpreendendo quando abraço um de seus braços

— Oi, você vem sempre aqui? — brinco, ele ri

— E você vem? — ele me abraça pela cintura fazendo meu coração quase forçar uma mudança de posição

Ele me guia até nossa mesa e puxa uma das cadeiras para que eu me sente

— O dia foi cheio?

— Imaginei que seria mais, eu atendi uma porção de ligações dando os parabéns e perguntando como eu estava me sentindo

— Eu só dormi — ele admite com um sorriso frouxo — minha mãe me deixou na pensão cedo então tive tempo de recarregar as energias

— Isso me lembra que eu ainda não conheci sua nova casa — o acuso

— Ei! Garotas não são permitidas

— Menos mal — sorrio mordendo o lábio inferior

A próxima hora foi preenchida pelo encontro mais divertido que já tive, conversamos e comemos, eventualmente tive que proteger minhas batatinhas do ladrão de fritas compulsivo à minha frente.

— Sabia que a primeira comida que nós compartilhamos foi um hambúrguer daqui? — ele diz e toma um gole de cherry coca

— No dia dos rolinhos de ovo?

— Foi

— O que você achava de mim naquela época? — mordo as bochechas ansiosa pela resposta

— Incrível — seus olhos são sinceros — sempre achei você incrível, e engraçada quando está irritada

Rolo os olhos com o sorriso cafajeste dele. Fiquei cheia demais para conseguir comer uma sobremesa, então depois de pagar a conta caminhamos pela rua, de mãos dadas, como se isso sempre tivesse acontecido, ele acariciava o meu polegar com o seu, paramos para ver alguns artistas de rua cantando músicas românticas, provamos bijuteria e óculos dos ambulantes

— Eu deveria te comprar um colar não é? — ele pega um colar de miçangas brancas e smiles — os caras sempre fazem isso nos dramas

— Não — vasculho a mesa em busca de algo que combine mais com a gente — estamos longe desse tipo de clichê

— E de que tipo nós somos?

— Eu ainda não descobri 

ᴇxᴀᴄᴛʟʏ ʟɪᴋᴇ ᴏᴛʜᴇʀ ɢɪʀʟꜱ || ɴᴀʏᴇᴏɴ & ʜᴜᴛᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora