ᴇxᴀᴄᴛʟʏ ʟɪᴋᴇ ᴏᴛʜᴇʀ ɢɪʀʟꜱ || ɴᴀʏᴇᴏɴ & ʜᴜᴛᴀ

COMO UM VÍCIO COMEÇA

Lee Minhyuk

(...) O vício é a dependência física ou psicológica que faz alguém buscar o consumo excessivo de algo (...) Digito o começo do trabalho de química que tenho que entregar em uma semana, é irônico estar estudando sobre isso agora, retorço o lábio e encaro meu reflexo ridículo na tela do computador, me sinto uma piada. Sonho mais do que deveria com ela. os detalhes são tão nítidos que custo a entender que é apenas a representação do cérebro inventivo de um adolescente com hormônios em fúria, a abertura perfeita da sua boca, os olhos apertados, as unhas cravadas no meu peito voltam como flashes em delírios e sonhos.

Todos os especialistas dizem que é normal nessa idade fantasiar e transferir seus pensamentos para um protagonista, e devo admitir que era mais fácil quando isso acontecia com atrizes e modelos do Instagram, pessoas que eu certamente nunca veria e que depois de alguns minutos sumiam da minha mente e viravam um papel sujo no lixo, mas com ela tudo piorou, ela é real, palpável e está perigosamente perto. Me pego observando por tempo demais quando ela está treinando e o suor escorre pelo seu pescoço, seus lábios parecem se mover em câmera lenta quando ela está concentrada assistindo o replay de uma jogada, até mesmo quando ela ofegante de cansaço desperta um gatilho incontrolável em mim. Eu definitivamente preciso parar de pensar em Im Nayeon.

HyungSik me convidou para uma partida de basquete na quadra da rua de baixo, uma opção sem dúvidas melhor do que digitar um texto entediante que meu professor não vai ler de qualquer maneira. Coloco algo confortável e vou encontrá-lo, deixo minha casa sentindo o cheiro de sopa de osso, o que me faz desejar comer qualquer coisa fora de casa que não seja isso.

— Três contra três? — entro na quadra e falo chamando a atenção dos outro garotos

— Sim mas eu não fico no teu time — Sik me deu um empurrão de leve no ombro

— Medo dos meus talentos? — o provoco tomando a bola, ele tem todos os motivos pra não me querer no time dele, eu sou péssimo nesse jogo

Basicamente eu apanho por uma hora e meia, terminamos a partida jogados no chão da quadra sob a iluminação pública. Peniel é o único que permanece de pé girando a bola sobre o indicador.

— A gente devia fazer isso toda semana — ele diz

— Huta tá ocupado com o esporte dele — Sik provoca

— Acumular nota pra universidade? — Sungjae palpita com aquele ar de brincadeira

— Errado — Sik ri — A coelhinha — ele todos riem e eu os olho com revolta

— De onde vocês tiraram isso? Tão viajando

— Qual é ficou na cara de todo mundo lá na festa do Jackson, até o Shin que tava chapadissimo percebeu — Eun Kwang rompeu o próprio silêncio e deitou no chão

— É verdade — Peniel concordou e parou de mexer com a bola de basquete e ofereceu ela a Eun Kwang para que ele apoiasse a cabeça e assim ele o fez

— Ela só tava bêbada — digo

— Seu irmão disse pro Sungjae que ela dormiu lá — Sik falou despreocupadamente

Nada na terra vai me impedir de dar uns tapas nesse moleque hoje.

— É verdade! — Peniel grita apontando pra mim

— É — Sungjae ri

— Você me deve três pacotes de skin — Sik aponta para Ilhoon que bufa sem dizer nada — não tem como negar maninho — ele dá uns tapinhas nas minhas costas, não consigo formular uma frase sequer, todo o registro de linguagem parece ter sido deletado da minha mente