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Quando o passeio terminou, voltamos para o ônibus com as mesmas duplas, ou seja, eu fui com o garoto

Fomos o caminho todo ouvindo música. A grande maioria eram bem calminhas, como algumas de Gorillaz ou da Melanie

Estava tão tranquilo q acabei tirando um cochilo no ombro dele. Sentia alguns beijinhos no meu rosto durante o trajeto

Baji: Shasha...?

- hmmm...

Baji: vem, gatinha. Chegamo na escola - me ajeitei no banco, dando aquela espreguiçada de cair a pressão, junto com um bocejo

Baji: quanta preguiça. Vem, vamo pra casa logo

- perai...

Baji: tá td bem?

- tá... - ele dá risada

Baji: a pressão caiu, foi?

- foi... - ele me ajuda a levantar. Me apoiei um pouco nele até q a pressão voltasse ao normal

Pegamos nossas coisas e fomos pra minha casa, como era o costume

Estava aquele frio bem gostoso pra ficar debaixo das cobertas, assistindo um filminho e tomando alguma bebida quente. Eu amava dias assim

Abri a porta correndo e entramos em casa. Má logo veio nos receber com pulinhos e chorinhos. Ela tb gostava do frio por eu deixá-la dormir na minha cama comigo, já q ela era bem quentinha

- oh meu amôzinho... nesse frio e ninguém colocou uma roupinha em vc, fia? Tá aí peladinha e tremendo, mudeuso - Má estava sentadinha em sua caminha, tendo uns trimiliques engraçadinhos pelo frio

Peguei uma roupinha pra ela, era toda branquinha e com uns pelinhos. Como a cachorra era preta, ficou com o corpinho todo branco com a roupinha e só a carinha preta, parecia um carneiro

Baji: ain ti cuza mai fufinha - disse com uma voz extremamente fina. Era até estranho, já q o garoto tinha uma puta voz grossa

Baji: achei q ela não poderia ser mais adorável, e vc me aparece com uma roupinha de cabrito. Assim eu não aguento

Volto até o armário de coisas da Má e pego tb uma cobertinha dela. Costumava usar quando queria a cama só pra mim, assim ela nao passava frio se tivesse q ficar em sua caminha

Toda vez q me via com a cobertinha, ela já ficava agitada e feliz

Baji: vuxe goxta di cubertor, meu amô?

- para com isso, idiota

Baji: não fala assim do seu namorado

- grande bosta. Tá achando q eu vou te tratar diferente? Sempre te tratei q nem bicho, não vai ser agora q eu vou mudar - ele dá risada

Baji: ah, é mesmo. A gente nem contou pra ela

- ela é cachorro

Baji: NAO OUSE FALAR COMO SE ELA NAO FOSSE NADA - ele faz bico e volta a conversar com a Má

Baji: viu, princesinha? - ele aponta pra aliança em sua mão

Baji: agora o papai e a mamãe estão oficialmente juntos - não pude evitar de dar uma risadinha

- vem, vamo ficar no meu quarto - ele dá uma travada

- quié? Aaaaaa, vai me falar q tá com vergonha?

Baji: bom... é q...

- "é qui" nada. A gente sempre fez isso, mas agora q tá namorando nao pode?

Baji: ...

- sobe essas escadas antes q eu perca a paciência... - ele sobe correndo e vai pro meu quarto

Peguei a caminha da Má e seu cobertor, chamando ela pra ficar com a gente

Entrei no quarto e Baji estava parado no meio do cômodo, parecia um pouco desconfortável

- eu realmente não entendo vc. Deviam abrir sua cabeça pra estudarem seu cérebro, Baji

Baji: para de graça...

- mas não era piada

Coloquei a caminha da Má no chão e esperei ela se deitar, assim q ela fez, joguei o cobertor por cima dela, deixando apenas uma frestinha para seus olhinhos brilhantes. Estava literalmente todinha coberta, incluindo o fucinho. Parecia um pacotinho

Apenas ouvi seu suspiro de preguiça, indicando q logo ela dormiria. Baji se derreteu de amores com ela empacotada

- sua vez - Peguei meu cobertor e joguei em cima do garoto, como uma armadilha para animais. Empurrei ele na minha cama e subi em cima

- capturei - ouço ele dar risada embaixo do cobertor pesado

Conforme tentava sair, ele só ficava mais e mais preso no tecido. Nem eu sabia mais como tiraria o garoto de lá

Baji: tá bom, eu me rendo - disse com a voz abafada

- vamos ver se a caça rendeu - puxei o cobertor de seu rosto, ele estava todo descabelado e ainda rindo. Ele estava lindo demais, eu adorava aquele sorriso e o som daquela risada

- hmmm... poxa, não rendeu. Peguei apenas um ratinho todo estrupiado

Baji: o ratinho tá estrupiado pq a gatinha atacou ele - fiquei um pouco sem reação

Ele se senta na cama, comigo ainda em seu colo. Suas mãos vão lentamente até a minha cintura e me puxam pra mais perto

Baji: mesmo q a gatinha seja meio estúpida as vezes, o ratinho gosta quando ela brinca assim com ele

- sério? - ele confirma com a cabeça e me beija

Fiquei bem alerta com cada movimento dele, não queria nenhuma mão boba nem nada q tivesse uma segunda intenção

Mas, aparentemente ele só estava meio carente mesmo. Não era novidade, claro, ainda mais com o recente pedido de namoro. Eu já imaginava q ele ficaria assim
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Próximo cap: quarta-feira

Novata - Keisuke Baji (4a parte)Onde histórias criam vida. Descubra agora