Obsessed

único

Voce não lembra de como a situação chegou a esse ponto, sua respiração era pesada, descompensada.

Conheceu aquele sujeito num bar decadente, ele era tão mais alto que ela e seu corpo assim como tudo que envolvia ele pareciam extremamente sufocantes, ele ocupava todo o espaço, toda sua visão.

Você chegou a pensar que fosse apenas um caso de uma noite, mas ele começou a aparecer nos lugares que ela frequentava "uma conhecidencia", ele disse com aquele sotaque britânico pesado e sorriso inconveniente. Ela não se importou, deveria ter se importado?

Era quase inebriante, mas era complicado. Aquele cara bruto perdeu a esposa e não parecia ter outra coisa em mente se não vingança, sangue e violência. Até que ele começou a querer outra coisa, outra pessoa.

Quando ele te beijava parecia guerra, as vezes tinha um gosto forte de whisky, as vezes sangue.

Então você conheceu os caras, amigos ou colegas de trabalho, quem sabe. Você começou a passar cada vez mais tempo naqueles lugares estranhos e insalubres, largou tudo por um estranho. E Deus sabe que você tentou deixá-lo, não conseguiu. Você sempre voltava em pedaços para ele, um homem que sempre referia a si mesmo como casado, ela era a sombra de uma mulher morta. E ele ficava tão irracional, as pessoas acabavam se machucando quando ficavam perto de mais de você, ele só respirava você e estava te deixando doente com a mesma loucura dele.

Era como se ele idolstrasse e odiasse você, sentia como se estivesse traindo uma mulher morta mas jamais te deixaria ir embora.

Nunca.

Como você aceitou isso? Os caras pareciam não se importar, como se fosse normal. Hughie simpatizava com você, mas também parecia perfeitamente cabível que agora você tivesse um dono, ele lhe lembrava toda noite a quem você pertencia.

Mas você não queria ir embora também, gostava da sensação, do pertencimento; de usar as jaquetas enormes dele, as camisas havaianas horrendas, as mãos dele, o cabelo.

Ele adorava desmoronar você, para então colocar tudo no lugar de novo e repetir o processo, amaldiçoar seu nome e dizer as coisas mais degradantes.

E tudo ficou mais complicado quando ela confessou; eu te amo.

No epítome de sua dependência emocional, ela virou a possessão mais preciosa dele. Toda vez que vocês saiam ele apertava a mão na sua cintura, encarava quem quer que fosse que estivesse cruzando a linha. A barba dele roçando no seu pescoço, sua mente ficando nublada.
Ele ficava tão irritado quando você perguntava sobre a esposa, se ela voltasse; ele iria abandonar você? Ele não compreendia a ideia de deixar você ir, não aceitava.

Você sabia que iria morrer se ele a deixasse, ele te beija e diz que vai ficar tudo bem. Você sabe que ele é um sádico que gosta de ver a dor nos seus olhos, mas você acredita nele sem exitar todas as vezes.